Fogos – uma pergunta incómoda!

A floresta propriedade das celuloses não arde! Porquê?

Porque aquelas empresas privadas têm uma politica para a floresta, desde o plantio, com acessos generosos, limpeza adequada, uma equipa privativa de bombeiros e de gestores da floresta, que limpam, vigiam…

O Estado não tem política nenhuma para a floresta, ano após ano, arde tudo, parece que é mais fácil deixar arder do que ter uma política preventiva de limpeza, rasgar acessos, vigiar, limpar. É melhor ou mais barato, deixar arder?

Há tanta gente no desemprego, tanta gente a receber subsídios, tanta gente presa, a troco de um vencimento a juntar ao subsídio não se impediria um prejuízo muito maior dando emprego a tanta gente?  Em articulação com os proprietários privados? Bem sei que as celuloses estão num negócio, a floresta é a matéria prima para as suas fábricas, pois então a gestão florestal Estatal é o que tem que fazer, desenvolver um cluster da floresta por forma a que a gestão da floresta seja uma actividade económica e não os fogos de todos os anos!

O Estado não faz nem deixa fazer! Até a cãmara do Porto não tem tempo para limpar a escarpa das Fontaínhas!

Ou se cria um cluster económico da floresta ou os fogos nunca se apagarão!

Comments

  1. maria monteiro says:

    Se começar a haver vigilância florestal feita a sério, é trabalhar para prevenir o fogo… imagino as fábricas a procurarem novas paisagens por falta de … fogo (leia-se matéria-prima fácil)

  2. Luis Moreira says:

    A pergunta é incomoda por várias razões, essa, Maria, é uma delas.

  3. Luis Moreira says:

    Em alguns concelhos de pinhal os proprietários juntaram-se, com a câmara e meia dúzia de investidores e, estão a surgir as fábricas de BIOMASSA, que utilizam a massa vegetal da limpeza da floresta para produzir energia. Já é um avanço.Mas é preciso avançar com a madeira para carpintaria e outras actividades.

  4. joão Nunes says:

    “Mas é preciso avançar com a madeira para carpintaria e outras actividades.”

    A carpintaria que usa a nossa madeira de pinho é a das paletes.
    E qualquer dia, nem essa.

    Um fogo começa, alguém dá o alarme para o 117, esse alguém tem de se identificar, a autoridade manda outra autoridade confirmar e passa-se meia hora nisto.
    Quando finalmente são accionados os meios de combate, vulgo bombeiros, já a coisa tem uma tal dimensão que lhe permite ser notícia, pelo menos na rádio.
    O ideal é que seja também notícia do telejornal.
    A coisa vai crescendo e lá pela hora a que está tudo incontrolável, a arder e de que maneira aparece por exemplo este senhor:
    O SenhorComandante Nacional de Operacões e Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Paulo Gil Martins.
    Muito bem fardado, cheio de caçança e de emblemas cosidos à farda, obtidos em congressos onde se trata de teorias e almoçaradas. Nem o Príncipe de Gales tem um cargo com um nome tão pomposo!
    Fala pomposamente, de boina na cabeça, geralmente dentro de uma coisa com ar condicionado, atribuindo as culpas à chuva que caiu em Fevereiro e Março, que fez crescer muita erva, ao calor, ao tempo, ao terreno, ao vento e coisa e tal, aos donos dos pinhais, mas nunca ao sistema que criaram e mantêm para bem bem da industria das mangueiras, dos capacetes e da parafernália toda com que se equipam e faz dos nossos bravos bombeiros, dos mais bem equipados do mundo.
    E também dos mais mal comandados.

  5. Luis Moreira says:

    João Nunes, há muitos milhões no orçamento para os bombeiros e esse é vice-presidente do PS como haverá vide presidentes do PSD.Mas limpar a floresta e abrir acessos é que não.

  6. Nightwish says:

    Obviamente, privatize-se as florestas.

  7. maria monteiro says:

    quase que apetece sonhar … se os bombeiros, de repente, dissessem que para o próximo ano iam fazer greve ao “apagamento” dos fogos. Era a forma de se apostar no trabalho bem feito… na prevenção, fiscalização, limpeza… ou então… Portugal ardia por completo.