Solidariedade com os cinco cubanos presos nos EUA
No passado dia 21 de Julho, o cidadão cubano Gerardo Hernández, preso há 12 anos nos EUA, foi encerrado numa cela de dois metros por um, sem ventilação e onde a temperatura atingia os 35 graus, privado de quaisquer bens pessoais, mesmo dos mais elementares artigos de higiene, proibido de receber visitas, inclusive do seu advogado – numa situação que, como incisivamente sublinhou o Presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcon, «equivale a tortura».
Um amplo movimento de solidariedade desenvolvido em todo o mundo forçou as autoridades norte-americanas a pôr termo à desumana situação em que se encontrava Gerardo Hernández que, no dia 3 de Agosto, foi finalmente retirado da câmara de tortura.
Este acontecimento coloca com maior acuidade a questão dos cinco cidadãos cubanos presos nos EUA e a necessidade de intensificar as acções de solidariedade visando a sua libertação.
Recorde-se que Gerardo Hernández, Fernando González, Ramón Labanino, René González e António Guerrero foram presos em Miami, em 12 de Setembro de 1998, acusados de «espionagem contra os Estados Unidos da América».
Recorde-se, igualmente, que, após as prisões, os Cinco foram submetidos, primeiro a interrogatórios e a condições de reclusão de extrema crueldade e, depois, a um julgamento que, com sentenças baseadas num total desprezo pela verdade dos factos, os condenou a brutais penas de prisão. Registe-se, a propósito, que, no decorrer do julgamento não só não foi apresentada uma única prova que justificasse a acusação, uma única testemunha que demonstrasse que qualquer dos cinco acusados tivesse agido em prejuízo dos EUA e do povo norte-americano, como, pelo contrário, altas personalidades dos EUA rejeitaram, no Tribunal, a acusação de espionagem feita aos cinco réus – tendo ficado provado que os Cinco actuaram única e exclusivamente contra os grupos terroristas anti-cubanos a operar em Miami contra Cuba.
Por tudo isto, a solidariedade com os Cinco e a luta pela sua libertação coloca-se como um imperativo de consciência para todos os homens, mulheres e jovens amantes da justiça, da liberdade, dos direitos a que todo o ser humano tem direito.
Lisboa, 6 de Agosto de 2010
O Comité Português para a Libertação dos Cinco.
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