Eu vejo este povo a lutar

Anda tudo tão entretido com o Egipto (não confundir com “Egito” que é nome de pessoa, ainda por cima de poeta) que nem se repara no rei da Jordânia que demitiu o governo (antes que o demitam a ele, 1 de Fevereiro é um bom dia para regicídios) e na Síria que já tem a sua revolução marcada para 6ª feira.

2011 começa com um Janeiro a saber a Abril. Dá-me a nostalgia, privilegiado que fui por ter vivido uma revolução na adolescência,  “eu vi este povo a lutar“, e dão-me em cima com os viciados em pânico do costume: os ocidentalistas.

Os ocidentalistas tremem de medo perante o islamismo (como se as religiões não fossem todas iguais e crentes no mesmo deus), os mercados andam aflitos com o petróleo. Já os vi a arrancar o cabelo porque Portugal podia virar a Cuba da Europa (uma tolice pegada: URSS e EUA tinham o seu tratado de Tordesilhas e as jangadas de pedra são um conceito tecnologicamente muito avançado e por enquanto impraticável). É sempre assim. Eu gosto do povo a lutar.

Uma faísca incendiou a pradaria, como dizia o camarada Mao, o incêndio é muito mais rápido do que foi o último movimento revolucionário comparável, o que culminou no derrube do Muro de Berlim. Dali só podem vir coisas boas, porque o que ali estava tinha que ser derrubado. O mundo está a ficar melhor.

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