Vicissitudes da escola pública

Também tenho algo a dizer nesta questão das escolas públicas e privadas. Começo  por afirmar que não pretendo assumir posição em defesa das escolas privadas com contrato associativo, para mim são empresários ou instituições encostados à sombra do Estado, que como está bom de ver, decidiu mais uma vez em proveito próprio, alterar as regras do jogo. No fundo temos aqui a mesma lógica da segurança social que era suposto ser tendencialmente gratuita, da idade da reforma, do aumento de impostos ou redução das deduções fiscais. O problema é mesmo o poder que os cidadãos aceitam atribuir ao Estado, não percebendo que se tornam meros numerários, quando delegam a outros a liberdade de escolha. [Read more…]

A Liberdade no Islão:

Quando olho para o que se passa na Tunísia e no Egipto fico moderadamente optimista. Um optimismo fundado no que vi e ouvi dos manifestantes muçulmanos em Londres, uma vontade genuína de Liberdade.

Ingenuidade minha? Talvez. O que querem, por exemplo, os muçulmanos egípcios e tunisinos que vivem em Inglaterra e que estavam na manifestação pelo fim das ditaduras no mundo árabe? O mesmo que os seus irmãos em França, na Alemanha ou nos EUA: uma vida melhor para os seus na sua terra. Sem entrar em grandes filosofias ou teorias políticas: querem comprar um bom carro, comer em restaurantes, ir ao cinema, ter um iPhone e navegar na internet. Querem ter aquilo que nós temos e que muitas vezes nem damos o devido valor tal a forma como o nosso estilo de vida se generalizou na nossa sociedade. Eles querem viver.

E esse querer, fundado na sua experiência de vida no mundo ocidental, deve-nos obrigar a ajudar a que assim seja e a melhor ajuda que podemos dar é a nossa abstenção construtiva. Ou seja, não interferir, não voltar a ter tiques imperialistas. O lado mais fundamentalista e radical do islamismo só pode ser combatido pelos muçulmanos moderados. É uma batalha entre irmãos, entre homens e mulheres do Islão. A interferência, constante, dos principais actores políticos ocidentais deu sempre asneira e prejudicou os moderados em favor dos radicais. Será que já aprendemos a lição da história?

Obviamente, o perigo de um assalto ao poder por parte dos radicais existe mas os jovens e as mulheres que protestam na rua contra a ditadura fazem-no por uma genuína vontade de mudança e um objectivo claro de liberdade e esta adquire-se lutando e perde-se se imposta de fora para dentro.

Contratações e transferências de jogadores

Parece o Liedson vai para o Brasil e não sei se o David Luís vai para Inglaterra.

Não me interessa muito. Só me inquieta uma coisa: quem é que o FCP vai “desviar” desta vez?

o trabalho que custa ser académico

Ser académico, é essa luta permanente por saber e ter cargos, especialmente se, comparado com a geografia da sociedade semelhante à da terra, há muitas pessoas para o mesmo cargo. Não há apenas rijas entre camaradas, bem como se fala mal do rival para desprestigiar sua ética, a sua moral, o seu saber e, assim, ganhar o sítio apetecido. Quem concorre a um sítio académico, anda sempre pelas ruas da amargura, seja famoso e sabido, ou apenas um leito de livros, sem pesquisa, que lê para ensinar depois. Lê qualquer autor que lhe parece ser adequado. O escreve um texto para publicar, que dá tristeza.

Bem dizia o meu muito cedo desaparecido amigo Pierre Bourdieu, que desde o dia que escrevera o seu texto Homo Academicus, 1984, Éditions de Minuit, Paris, por ter denunciado estas concorrências, mais ninguém falava com ele. Excepto os membros do seu seminário, onde eu ensinava e ele, no meu, enviado aos seus assistente, que ficavam sempre na minha casa. Perguntava-se Pierre se o sociólogo era capaz de entender objectivamente esse mundo no qual trabalhava e do qual era o seu era o seu prisioneiro. A resposta está no livro e na tese da Doutora Maria Eduarda do Cruzeiro,

[Read more…]

O Regicídio e a premonição do nosso século XX


“Perante tal atentado, tão selvagem tão planeado, o primeiro gesto é de indignação. Mas isso não exclui a lucidez. Que os povos não tenham ilusões. A revolução, onde quer que nasça e sejam quais forem os pretextos de que se arme, mata primeiro os reis para matar de seguida, mais à vontade, os povos. Faz o seu baptismo de sangue para prosseguir uma tarefa sanguinária. “Liberdade!”, grita o regicida, a maior parte das vezes um instrumentalizado e um impulsivo, o que não o torna mais respeitável. “Servidão”, responde a História.
Gentes de Portugal e doutras paragens: acreditem nos franceses experientes que passaram por todos os dramas, todas as loucuras e também todas as inanidades da miragem revolucionária. O que o complot antidinástico visa é precisamente esta ordem hereditária onde são possíveis liberdades, mesmo num visível constrangimento. Trata-se de instaurar a desordem, em regra parlamentar, onde uma fachada de abertura social mal consegue esconder a pior das tiranias. O assassínio do rei só tem como finalidade o advento de reizinhos anónimos, irresponsáveis e passageiros, os quais, não tendo interesse em conservar a nação, a devoram. Os tiros dirigidos ao soberano eaos seu herdeiro vão atingir o coração da pátria, da mesma forma que, segundo a expressão de Balzac, a Assembleia, condenando Luís XVI, cortava o pescoço a todos os pais de família. Os povos são solidários com os monarcas.”

Le Gaulois, Paris, 4 de Fevereiro de 1908

A Real Associação de Lisboa apela à comparência popular no acto de reparação do 1º de Fevereiro de 2011, a realizar-se na Igreja da Encarnação pelas 19.00H, em Lisboa (Chiado). Estará presente a Família Real.

Pró ano, vamos estudar no Colégio de S. João de Brito


Ouvimos dizer que vem aí a liberdade de escolha das escolas. E os nossos pais querem o melhor para nós. Ainda ontem ouvi a minha mãe a dizer: «A escola do meu filho sou eu que a escolho».
Com o cheque-ensino, já decidimos: vamos todos estudar no Colégio de S. João de Brito. Se não houver vagas, aceitamos o Colégio Mira-Rio ou, em alternativa, o Colégio Valsassina. Em algum deles deve haver vaga para nós, não?
É boa, a liberdade de escolha no ensino. Estamos muito gratos a quem tomou esta medida.

Ensino privado e de como o barato sai caro

O João Miranda veio aqui ler umas coisas (é sempre um prazer receber um liberal nesta casa) e tirou as suas conclusões. Por exemplo a de que o privado é mais barato que o público, constatação acertada tendo em conta os números que aqui publiquei.

É verdade, pelos vistos conseguem ser mais baratos e também, por isso têm lucro. Verdade se diga são números que acima de tudo denunciam como o estado tem sido assaltado através dos contratos de associação e dos favores de algumas direcções regionais, que pagam muito acima do custo do serviço prestado, em concorrência directa com o estado.

Como é possível fazer tão barato? Pagando menos (embora as carreiras docentes sejam vagamente equiparadas, há truques para isso), mas sobretudo fazendo trabalhar mais. Ora se a carga lectiva (não confundir com horário de trabalho) dos professores portugueses em geral já é superior às médias europeias, 27 ou 28 tempos lectivos não abona nada à qualidade de ensino. Como tenho dito não é uma questão de direitos do trabalhador (embora também seja), é um direito dos alunos terem professores com um máximo de 22 horas lectivas por semana. Quem experimentou (já me calharam 25h em tempos muito idos), sabe bem que é humanamente impossível trabalhar com qualidade nessas condições, a que acrescem turmas no limite máximo legal da sua lotação. [Read more…]

São burros, são extrema e irreversivelmente burros!

Haverá saída?


Estou-me a referir, neste caso aos elementos do nosso governo, governo esse que tutela a CP e que por inerência define os objectivos estratégicos e mantém em funções os administradores da empresa. Por favor notem que não vou fazer distinção entre as várias empresas que constituem o que em tempos foi simplesmente a CP. Diz a teoria que essa divisão serve para melhor administrar as empresas, na prática as operações foram mal estudadas e ainda pior executadas, entrando as empresas quase imediatamente em falência técnica. A única diferença palpável, parece ser haver muito mais lugares de administradores disponíveis, para distribuir ou acumular. Como convém.

[Read more…]

Egipto, o que se pode passar a seguir?

Dando por quase certa a queda do regime de Mubarak, impõe-se a pergunta: e depois o quê?

Há quem recorde o caso iraniano e tema a implantação de um regime teocrático à imagem de Khomeini. É uma possibilidade e tem que ser considerada. Tal situação, do meu ponto de vista, equivaleria a um retrocesso civilizacional num país (região) que já ensinou História e Civilização ao resto mundo.

Existe ainda como possível – mas com menor probabilidade – a implantação de uma ditadura militar como consequência dos actuais motins. Seria uma releitura do mudar algo para ficar tudo na mesma, prolongando o regime e os interesses instalados até ao seu estertor final, agora de forma mais musculada. Não creio que esta via possa, neste momento, vingar.

Outra hipótese, aquela de que sou partidário, é a mudança de regime e a instauração de uma democracia que respeite os direitos de expressão, culto, associação e voto. Não vou aqui recorrer a ironias sobre a qualidade das democracias actuais, especialmente enquanto morrem pessoas nas ruas do Cairo e de outras cidades. [Read more…]

Os combustíveis low-cost e a estratégia de desviar a atenção

Da saída da refinaria até à bomba, os impostos fazem os preços da gasolina e do gasóleo aumentarem, respectivamente, 87% e 135%

Alguns deputados do PS estão muito preocupados com a concorrência no que toca a questão dos combustíveis. Em 2008 a preocupação foi de tal forma forte que até acabou por haver um extenso estudo por parte da Autoridade da Concorrência para se saber se as dúvidas repetidamente expressas pelo governo eram ou não fundamentadas. Suspeitava-se então que os preços dos combustíveis estavam inflacionados pela situação de monopólio que existe na refinação de combustíveis. Meses de investigações levaram a uma conclusão que se antecipava: os preços dos combustíveis, antes dos impostos, seguem o que se passa nos outros países.

Agora que estamos numa nova crise de preços, eis que, outra vez, as hostes socialistas se incomodam com os preços que andamos a pagar. Desta vez a ira não vai para os preços à saída da refinaria mas sim para o facto de não haver combustíveis low-cost em todas as esquinas. Bem, pode-se sempre fazer uma lei para isso. Para quem já não não tem mercado a funcionar sem o aval do governo, mais uma já pouco importa.

[Read more…]

Prós e Contra – os Fretes da RTP

“Exma. Sra. Drª Fátima Ferreira,

Gostávamos de ver o S.O.S Movimento Educação e a APEPCCA (Associação de Professores do Ensino Particular e Cooperativo com Contrato de Associação), no painel principal do debate do dia 31 de Janeiro.
Neste debate que se quer plural, falta a voz do Movimento que tem liderado a luta dos pais e encarregados de educação pela liberdade de escolha da escola e falta a voz dos professores, principais vítimas das medidas do Ministério da Educação.
Não entendemos a presença neste painel da Drª Isabel Soares, directora do estabelecimento de ensino que pratica a política mais discriminatória deste país no acesso à escola e que mais combate a inclusão e a igualdade de oportunidades.”

Contas do ensino privado

O Paulo Guinote publicou este interessante raciocínio de um seu leitor:

Tenho a minha filha num colégio particular, linha de Sintra, sem contrato de associação.
Pago 240,00 euros por mês, durante 11 meses.
A turma tem 28 alunos, logo……. por mês serão 6.720 euros. Logo por ano, serão… 73.920 euros.
O proprietário tem lucro e paga 14 meses aos funcionários e professores. Todos os anos, no final do ano lectivo ainda dá mais algum…
E estes senhores com contrato de associação dizem que 90.000 euros não dá…

E aqui fica também o preçário” de uma Escola Privada sem contratado de associação, que segundo os rankings se encontra entre as melhores do país, e em que o preço por turma não ultrapassa os 60 mil euros! Garanto-vos também que graças à boa gestão praticada neste estabelecimento de Ensino Particular o que sobra (lucro)  dos 60 mil euros dar para fazer bastante pela instituição!”, como assegura o Nuno Domingues:

preçario

amar uma mulher

…para a mulher que trata de mim… ela sabe quem é

mulher da minha alma, salva-me

Não é simples definir a palavra amor. Ainda mais, se estamos apaixonados por ela.  Ou se andamos a fugir de uma academia que não nos quer nem ver, ouvir ou resolver os nossos simples problemas. É ela a que nos salva…

Por ser um sentimento, é capaz de não precisar definição. Os sentimentos vivem em nós, multiplicam-se em nós, fuzilam-nos sem morrer e fazem de nós seres felizes, especialmente se tratam da nossa saúde, não no sentido calão de ironia, mas na realidade tomam conta de nós e ficam tristes se vêm que nos próprios, aparentemente, não cuidamos estes corpos doentes e envelhecidos, que, não entanto, ainda têm a força de trabalhar com ímpeto e gracejo.

[Read more…]

Côa e o Comboio a seus Pés

Carregue na imagem. Ou talvez não.

A soberania e os seus descontentamentos

Voo às cegas.

a soberania é democrática quando o governo é do povo, pelo povo e para o povo. ...

Texto reiterado para arrebitar a memória pelos tempos que correm

O subtítulo tem dois significados. O primeiro, é simples: escrevo este texto no dia 24 de Setembro e a denominada eleição legislativa, é no Domingo a seguir, 27. Mas, o meu texto deve estar entregue ao jornal esta Quinta 25. Não sou bruxo, tenho palpites. Esse palpite diz-me que deve ganhar quem melhor se entenda com a crise financeira que se vive na Europa, essa praga de Portugal. Como no Chile. Em breve começa a corrida para a Presidência da República. Quando havia ditadura, todos os partidos democratas juntaram forças para derrubarem um ditador que faleceu réu de crimes de sangue, mas faleceu réu. Nas mãos da justiça. Com a democracia restabelecida, os partidos deram aos seus candidatos poderes muito pessoais e a Concertação Social começa a desaparecer, após ter elegido quatro excelentes Presidentes da República. Será que esta

[Read more…]

Bibi lembra-se de ter sido um espermatozóide

O Aventar descobriu que, após ter abandonado a medicação e aumentado brutalmente a graduação dos óculos, Carlos Silvino, o célebre Bibi, começou a lembrar-se de toda a sua vida, incluindo o momento em que, ainda espermatozóide, percorreu o caminho até ao momento da fecundação, passando a correr pelo útero, transpondo as trompas de Falópio, até desembocar no óvulo: “Olhe, lembro-me tão bem! Mandei uma cabeçada tão grande naquilo que, até, às vezes, ainda sinto dores de cabeça!” Continuamente maravilhado com a recuperação de todas as suas memórias, Bibi afirmou que “até me lembro dos nomes e das caras daquela malta toda que ia comigo!” Devido à necessidade de respeitar a privacidade, o Aventar não transcreve aqui os nomes dos cerca de meio milhão de espermatozóides que acompanharam Carlos Silvino na sua viagem inaugural.

Sobre Direitos animais…

-Tornou-se politicamente correcto, moda até, defender os direitos dos animais. Muitos, para não dizer toda a sociedade, protestam contra o abandono de animais domésticos, provavelmente até mesmo aqueles que o praticam, encontrando é claro, uma qualquer justificação para explicar o seu próprio caso. Algumas associações promovem acções mediáticas contra a utilização de peles na indústria de vestuário, touradas ou criação e abate para utilização na indústria farmacêutica ou cosmética. [Read more…]

Eu também sou egípcio

Não sei o que se seguirá no Egipto, destestaria ver um regime fundamentalista religioso suceder ao actual.

Mas hoje sou egípcio. Estou ao lado destas pessoas.

Dicionário do futebolês – estamos a incomodar muita gente

Em Portugal, todos os clubes que ocupem qualquer lugar que não seja o primeiro da tabela classificativa (outra pérola do futebolês) são vítimas evidentes de uma conspiração que envolve árbitros, árbitros auxiliares, delegados ao jogo, dirigentes desportivos, polícias a cavalo, dois batalhões de artilharia, alguns deuses menores e pequenos crocodilos. Se não fosse toda uma série de acontecimentos, entidades e pessoas, todos os clubes que não estão em primeiro lugar, estariam, obviamente, em primeiro lugar. Por sua vez, o clube que está em primeiro lugar deve esse dúbio privilégio a uma série de “interesses instalados”, não havendo, nunca, a possibilidade de ocupar tal posição por mérito, mas apenas porque “está tudo comprado” e “está a ser levado ao colo”. É claro que este mesmo clube, mal perca o primeiro lugar, passará a integrar o coro dos roubados, injustiçados e espoliados. [Read more…]

A pedido de várias famílias:

A baía de Angra do Heroísmo é, do Mundo, a que maior densidade de naufrágios históricos apresenta – nela se encontram mais de noventa navios naufragados, desde caravelas portuguesas até vapores brasileiros, passando por galeões espanhóis e naus da Carreira da Índia portuguesa.

Estes naufrágios estão protegidos por várias leis, desde a Convenção da UNESCO que Portugal ratificou em 2008 até às mais variadas leis nacionais e regionais – a baía está classificada como Parque Arqueológico subaquático, onde é proibido construir o que seja.

Não obstante isto e não contente com o estrago que a construção da Marina de Angra causou já a este património único no Mundo, o Governo Regional dos Açores quer agora construir ainda mais outro mamarracho nesta acanhada baía: um cais Terminal de Cruzeiros.

[Read more…]

Por entre Serras e Penedias, o Climax é Garantido


Ali no alto mora o espanto. A poesia transborda das fontes sob a forma de água engarrafada, aparece um bando de anjos fingindo ser de verdade, e povo, muito povo…

Deolinda que Parva que eu Sou

canto & letra de olinda. Quem disse que já não se faziam hinos?

E finalmente um hino tem a letra no feminino:

Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!

[Read more…]

A Reacção Egípcia

Eis o motivo pelo qual não pudemos, nunca, apoiar ditadores, mesmo que sejam os nossos ditadores, o seguinte foi feito um pouco também em nosso nome, vejam por favor ao minuto e dez segundos:

http://www.liveleak.com/e/aaf_1296315210

Escolas com contrato de associação – uma espécie de ponto da situação

Separar o trigo do joio é do interesse do País e das escolas

Os textos acerca do Colégio Rainha Santa, em Coimbra, do Colégio Paulo VI, em Gondomar, ou do Grande Colégio Universal, no Porto, não tiveram como objectivo criticar a existência de escolas privadas com contrato de associação (e, se assim o pretendessem os seus autores, estariam no seu pleno direito). Limitaram-se a analisar casos específicos, tendo demonstrado que, nas três situações, as referidas escolas estão na proximidade de escolas públicas, para além de, ao que tudo indica, seleccionarem os alunos, quebrando, de uma penada, duas regras impostas pelo contrato de associação, tal como, aliás, está anunciado no site “Escolas com contrato de associação”. Situações como estas já deveriam ter sido analisadas, há vários anos, e deveriam estar mais que resolvidas.

No entanto, com a sensibilidade de um mamute numa loja das mais finas porcelanas, a Direcção-Geral das Finanças para os Assuntos Educativos, vulgo Ministério da Educação, recebeu ordens para reduzir as despesas relativamente a todas as escolas com contrato de associação, indiscriminadamente. Esta tendência taurina do governo para baixar a cabeça e ir em frente tem como inevitável consequência fazer pagar o mesmo a justos e pecadores. Não deixa, também, de ser verdade que as escolas com contrato de associação parecem estar a agir em bloco, certamente acreditando que a união faz a força, mas correndo o risco de se misturarem justos e pecadores.

É urgente separar o trigo do joio e descobrir quais são as escolas que merecem manter o contrato de associação e as que não merecem. Se isso não for feito, as que não merecem continuarão a receber dinheiro a que não têm direito, mesmo que com cortes, e as cumpridoras verão diminuído o orçamento. José Canavarro tem aqui uma proposta que me parece sensata. [Read more…]

Quando um gráfico vale mais que mil mentiras

Esta malta andava a subir na vida. E fica-me a dúvida: não fosse a crise, e não teria este gráfico seguido o seu percurso natural, aumentando o assalto às finanças públicas e sustentando os empresários chulos do estado?

gráfico via Câmara Corporativa

Actualização – Não quero que falte nada aos meus comentadores:

[Read more…]

Destruição de obras de arte


Está confirmado. Tal como como era de prever, a CNN acaba de informar que a multidão atacou o Museu Egípcio no Cairo e destruiu obras de arte. Esta não é uma acção esporádica. A Irmandade Muçulmana vota um profundo desprezo a todo o tipo de arte “não islâmica”, na perfeita consonância com aquilo que os imãs exigem na Europa. Recordam-se dos dinamitados Budas de Bamian, no Afeganistão? Não se admirem se um dia destes virem as múmias dos faraós arrastadas pelas ruas do Cairo e as preciosidades do Antigo Egipto derretidas no cadinho. Qualquer semelhança com a antiga civilização, é uma mera coincidência no espaço territorial. Não tenham qualquer tipo de ilusões. Esta é uma “acção revolucionária” bem organizada e coordenada.

Não se trata de democracia. A sublevação poderá ter-se iniciado devido ao regime repressivo, mas o que aí vem, não é de bom augúrio. Trata-se de mais uma etapa na tomada do poder pelos radicais religiosos em todos os países muçulmanos. Qualquer entusiasmo com “vinte e cinco de Abris” norte-africanos, é apenas ilusionismo ou crendice bacoca.

Irmandades escondidas


Como reagiriam as potências ocidentais, a uma súbita irrupção de violência nas ruas de Lisboa ou de Atenas? Apelariam à contenção das forças de segurança? Declarariam haver “necessidade de reformas”?

Já crepita o fogo por todo o norte de África e no flanco sul da península arábica, o Iémen também entrou na corrente de sublevações que se generalizam. Nem mesmo o regime de Kaddafy parece seguro e apenas são respeitados os Chefes de Estado da Jordânia e do Marrocos, duas monarquias com forte apoio popular, dois países que têm merecido uma grande compreensão da sempre ansiosa diplomacia ocidental. Cremos que o verdadeiro alvo é outro, mais precisamente a Arábia Saudita. A queda do regime de Riade é um velho projecto dos extremistas muçulmanos, sabedores da total dependência europeia e americana, da boa vontade deste regime tacitamente seu aliado. A Irmandade Muçulmana (1) – que possui um programa claro – não deverá ser alheia a estas ocorrências. Há trinta anos caia baleado o general Anwar el-Sadat, vítima da aproximação aos EUA, da paz com Israel e da protecção concedida a outro alvo primordial, o Xá Mohamed Reza Pahlavi. O resultado está à vista e a “Europa” teima em contemporizar, temendo pelos seus negócios e refém dos seus medos. Querendo sempre acreditar em liberdade, os europeus acabam sempre por verificar resignados, a emergência de regimes muito mais repressivos que os derrubados. O júbilo bem depressa dá lugar ao silencioso comprometimento.

[Read more…]

ser académico

insígnias

de ser académico

Bem sei que tenho andado desaparecido. Peço desculpas aos meus leitores, especialmente aos que comentam os meus textos, poucos, mas bons.

Tenho andado desaparecido por boa causa, penso eu. Primeiro, ainda ontem acabei mais um novo livro: Yo, Maria de Botalcura, a psicanálise de uma senhora que viveu todas as tragédias da vida e acabou por sarar. Livro escrito em 2007 e reescrito esta semana. Entreguei a vós em excertos. Essa entrega estava cheia de gralhas e não tive nenhum comentário, como é natural: ou escrevo textos complexos, ou textos que ninguém acaba por entender e aceitam, agradecem, mas nenhuma palavra de apoio a minha escrita aparece. O livro, reescrito, ficou muito melhor e em castelhano, língua que todos os portugueses entendem, por ser castelhano chileno, castiço, que ainda guarda as palavras e formas de se exprimir do Século XVI. Assunto que acontece por ser o Chile um país isolado, uma faixa costeira no fim de mundo, entre o deserto de Atacama ao norte e a Antárctica, ao sul, sítio que tem seis meses de noite e outros seis de luz de dia. Mas, a temática era-me tão interessante, que não parei em detalhar esses doze mil quilómetro de cumprimento, entre a Cordilheira dos Andes e o mar, e esses

[Read more…]

Revista de blogues

Da Espanha como exemplo

se é para seguir exemplos, por que carga de água é que não aumentam também o salário mínimo nacional lusitano dos actuais 485 € para os 640 € de Espanha? E, já agora, por que não elevam os salários médios dos trabalhadores portugueses dos actuais 894 € para os 1 538 € da vizinha Espanha ou para as remunerações médias na Europa? E, já agora, porque não harmonizam o IVA, na Espanha de 18% e em Portugal de 23%?

Henrique Sousa – Mais um prego no caixão da redução das relações de trabalho à lei da selva e do Estado Social a um Estado assistencial

Paneleirices

Eu cá não me punha com paneleirices como “renegociar contratos de associação”; eu, pura e simplesmente, eliminava-os até ao último cêntimo (ai a “escola é longe”? fique com a tia, como o meu pai ficou, filhos da puta); e depois rezava a cada uma das santas padroeiras destes colégios todos orgulhosos da sua moral cristã que me fizessem uma manifestação com caixões ainda mais grossos que desta última vez, para que o Corpo de Intervenção da PSP, devidamente instruido por mim, os enfiassem pelo cuzinho daqueles pais acima.

maradona – Com todo o indevido respeito

A frase

Como já disse, desta campanha – e agora desta eleição –, sobrará uma frase:
“Têm que nascer duas vezes para serem mais honestos do que eu!”.
Cavaco nunca mais será o mesmo. E com um par de botas para descalçar.

Packard em rodagem –  autoridade e fé

[Read more…]

Sócrates em jeito de olha para o que digo e não para o que faço

No Parlamento, José Sócrates indignou-se. As crianças, disse mais ou menos desta forma, não podem ser utilizadas como forma do protesto das escolas particulares contra a redução dos valores dos contratos de associação. Foi ontem. Tem razão, não deviam.

socrates-magalhaes

Já não sei é se é o mesmo José Sócrates que fez demonstrações do Magalhães com crianças contratadas a 30 euros.