Os profissionais da política

Fico triste por ver este país entregue, de forma cada vez mais acentuada, aos profissionais da política (vulgo, pessoas cuja experiência profissional se resume, grosso modo, a uns telefonemas e, eventualmente,  discursos em sedes partidárias). Sócrates, Assis, Seguro e Passos Coelho são a evidência de que a Lei de Gresham está em pleno vigor na política nacional.

A verdade é que Pedro Passos Coelho, já à semelhança do que sucedia com Sócrates e sucederá com o futuro líder da oposição (sendo ele Assis ou Seguro), não tem currículo para gerir uma PME. PPC deve tudo o que alcançou a contactos, influências e caciques políticos. Independentemente das qualidades que venha (ou não) a revelar, se não fosse a política, com o currículo que tem, PPC estaria desempregado ou, na melhor das hipóteses, a desenvolver trabalho não qualificado. Nenhuma empresa minimamente exigente com o currículo dos funcionários que contrata o contrataria como economista (a começar pelo facto de ter tirado o curso numa universidade fora do grupo Católica, Lisboa, Nova e Porto, com a agravante de o ter feito aos 37 anos e culminando no facto de chegar a esses 37 anos de idade sem ter experiência de trabalho relevante).

A gestão de um país exige os melhores dos melhores, e Passos está longe de ser um dos portugueses da sua geração com melhor currículo. Aliás, nem sequer está acima da média, longe disso. Nisso, é igual a Sócrates. Por isso, não me inspira confiança. É que está à vista o “valor acrescentado” que os profissionais da política trouxeram ao país. Começa a ser hora de reformar o regime.

Comments

  1. Ricardo says:

    Eu sou de esquerda. Mas eu quero o melhor para o meu pai´s. Este tipo de discurso nao ajuda nada. E´ preciso um discurso positivo. Desejo sinceramente boa sorte para PPC. Isso significaria, para mim, apenas uma coisa: emprego para as pessoas. E´ isto que os portugueses querem.

  2. Bruno says:

    Não podia estar mais de acordo com o texto. Infelizmente o povo português não vê nada à sua frente. Se aos 37 faz o curso, aos 46 entra no governo….. Está na hora de gente com experiência tomar conta do país e não quem tem um telemóvel com 500 contactos para subir ou meter alguém. Chega, não?

Discover more from Aventar

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading