Francisco Assis quem «lança Ana Gomes para a Presidência contra Marcelo». Efectivamente, quem «lança Ana Gomes para a Presidência contra Marcelo» é João Mendes. Ai, Expresso, Expresso… Em última análise, Assis pode apoiar.
O PS é permeável aos grandes interesses económicos. Qual é a novidade?
Ontem, ou talvez até na Quinta-feira, recebi uma notificação de um jornal, penso que do Diário de Notícias, que fazia referência à tensão no seio do PS, a propósito das declarações de Catarina Martins. Fui espreitar, curioso, e percebo que fui enganado. Afinal, era apenas Francisco Assis a exigir que o seu partido defendesse a sua honradez. E todos sabemos que Assis é tão representativo deste PS como Pacheco Pereira do PSD passista.
Como ainda não tinha ouvido as declarações da líder do Bloco, aproveitei a deixa. Vou a ver e a senhora não diz nada de novo. O PS é permeável aos grandes interesses económicos? Oh my fucking God, por esta é que eu não esperava! Qual é mesmo a novidade? [Read more…]
Francisco Assis, o demagogo
O Sr. Eurodeputado Francisco Assis não só foi um dos “socialistas” que traiu os cidadãos e serviu o grande capital, ao votar, na quarta-feira passada, em favor do CETA, como ainda vem deitar areia para os olhos para justificar essa cobarde posição, escrevendo:
- “O Parlamento Europeu aprovou esta semana um acordo comercial entre a União Europeia e o Canadá, comumente designado pela sigla CETA, depois de um longo processo negocial e de uma ampla discussão política e pública.”
“Uma ampla discussão política e pública”? Isso em Portugal??? Pois, o Sr. como anda lá por Bruxelas e Estrasburgo é natural que tenha tido acesso à discussão pública que houve em alguns países; agora em Portugal, que é o país que o Sr. representa, afirmar que houve discussão pública sobre o CETA é faltar à verdade. E ainda: [Read more…]
As contradições de Assis
Francisco Assis regressou às críticas a António Costa, aos elogios a Passos Coelho e às contradições de quem anseia, desesperadamente, pela sua vez de se instalar no poder. Há cerca de um ano, ainda o desfecho das Legislativas era imprevisível e a aliança à esquerda uma improbabilidade na qual muito poucos acreditariam, trouxe a este espaço a contradição do Assis, que em 2013 se insurgia contra a linguagem extremista usada no Parlamento para criticar o governo Passos/Portas para, dois anos depois, ser o próprio a classificar os partidos que integravam a coligação PSD/CDS-PP como “direita extremista” com a qual não poderia haver qualquer tipo de compromisso. Assis afirmava mesmo que [Read more…]
E o prémio “Socialista Insurgente” vai para…
(rufam os tambores)…Francisco Assis! Ou, nas palavras de André Azevedo Alves, “Uma voz lúcida, mas quase isolada, no actual PS“. Uma bonita homenagem num momento particularmente difícil.
A machadada final na ala direita do PS
Primeiro foi Francisco Assis, que procurou congregar a ala direita do PS para evitar o acordo com os partidos à sua esquerda, terminando a jornada humilhado, num almoço com mais leitão que convivas. Agora é Maria de Belém, ladeada pelos oposicionistas da solução governativa encontrada por António Costa, que termina esta noite eleitoral reduzida a pó por uma derrota esmagadora. Podem sempre mudar-se todos para o PSD.
Foto: Miguel A. Lopes/Lusa@TSF
O ” messias ” Francisco Assis ficou sem espelho em casa
O auto-denominado ” messias ” do Partido Socialista, Francisco Assis, acusa o agora candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa de ” messianismo “.
Ainda não vai muito longe o jantar da Bairrada, após as últimas eleições legislativas, em que o anfitrião Francisco Assis reuniu os amigos João Proença, José Junqueiro, Eurico Dias Brilhante, António Galamba, Manuel dos Santos e até Narciso Miranda para debaterem o futuro do PS e do País.
Na altura o País rapidamente percebeu que o único objectivo do repasto era criar uma solução ” messiânica ” à volta de Francisco Assis de forma a tentar fazer cair António Costa no Partido, bem como a solução governativa que estava a construir com o apoio parlamentar do BE, do PCP, Verdes e o PAN.
Aliás consta mesmo que este foi o jantar que teve muito mais ” leitão ” que convidados. Atendendo ao inequívoco insucesso da iniciativa política rapidamente o ” leitão ” deixou de fazer parte da ementa – leia-se agenda política do ” messias ” Assis – para se colocar ao lado do novo Primeiro-Ministro, António Costa.
Agora que a festa é outra – leia-se eleições presidenciais – estará Francisco Assis a pensar organizar um novo jantar na Bairrada agora de apoio a Maria de Belém?
Carta Aberta a Francisco Assis
«Caro Francisco Assis,
Como sabes o distrito da Guarda foi o único distrito onde o António José Seguro venceu.
Eu, como tantos companheiros, lutámos pela vitória de António José Seguro e atingimos os objetivos a que nos propusemos, mas foi um resultado muito curto e António Costa venceu e, sobretudo, venceu a Democracia. A partir desse momento e perante os resultados inquestionáveis o nosso líder passou a ser António Costa.
Tu foste sempre apoiante de António Costa e, como tal, nunca lhe regateaste elogios quer sobre as suas qualidades quer sobre a experiência política que tanto lhe reconhecias. Durante a campanha eleitoral para estas legislativas, tu próprio te insurgias contra o desgoverno que a coligação da direita trouxe ao nosso país, ou seja: mais pobreza, mais desemprego, mais emigração, mais desigualdade e mais dívida, sem resolver qualquer problema da nossa Pátria. Por conseguinte, participaste na campanha eleitoral, apoiando o secretário-geral, sem reservas e de forma incondicional, mas certamente distraído não registaste o facto do António Costa ter afirmado, com algum estrondo e significativo impacto, durante a campanha eleitoral, que não viabilizaria o orçamento da coligação.
Pois tens andado seriamente esquecido e deve ser ter sido do queijo da Serra que comeste aqui no distrito durante a campanha eleitoral, [Read more…]
Qual é o sentido da política?
perguntou Hannah Arendt em A promessa da política (Relógio d’Água Editores, 2007). «É a liberdade.». Mas a liberdade com «aqueles que são meus iguais» – salvaguardadas todas as diferenças, que subjazem lá no fundo da verdade do que somos, diz-me um gnomo pragmático que, à semelhança e triste exemplo de Francisco Assis, tem o péssimo hábito de se meter onde não é chamado.
No fundo da verdade do que somos (isto é, predadores, até mesmo de nós próprios mediante os habituais jogos de poder, e cujo eufemismo mais popular será na actual semântica de guerra a palavra competitividade), ouço justamente Francisco Assis a declarar que “o diálogo com a direita não está a ser produtivo.”
Não está a ser produtivo para ele e para o sector do PS que representa, pelo que presumo que Assis tudo fará para que venha a sê-lo, obstinado que parece em fazer da política uma coisa sem qualquer sentido.
Ontem, os professores “da esquerda”. Hoje, os “da direita”.
Ontem, a denúncia de Assis. Hoje, a de Vital Moreira: “Decididamente, há setores da direita que nunca abandonam a sua vocação golpista”.
Assis está definitivamente perdido
Francisco Teixeira
Assis escreve hoje outro texto no Público que constitui a continuação da sua perdição cultural e ideológica que, no essencial, mostra que quando não é vácuo está errado e não percebeu, dos salões luxemburgueses, a Europa em que as pessoas reais vivem.
Centro-me apenas nos erros mais evidentes e confrangedores…
Erro 1: “Grécia tornou-se o pedaço doente da nova Europa.”
Assis repete aqui os piores e mais soezes estereótipos ultradireitistas: o problema europeu é a Grécia!
Nem sequer imagino como um tipo como o Assis pode pensar isto, e dizê-lo! Por decoro, nem sequer contra-argumento.
Erro 2: “Ocorreu em 2011, quando Georgios Papandreou, recém investido nas funções de primeiro-ministro, informou uma Europa incrédula de que as contas relativas às finanças públicas helénicas tinham sido aldrabadas. Começou aí a crise das dívidas soberanas que tanto prejuízo causou no Velho Continente.” [Read more…]
Com Francisco Assis vale tudo, menos andar de Renault Clio
Em entrevista à Rádio Renascença em Fevereiro de 2013, Francisco Assis criticava aqueles que apupavam o governo e pedia contenção verbal no Parlamento, que segundo o eurodeputado recorria a linguagem “extremista” nas suas críticas ao executivo de Pedro Passos Coelho. Como se esta curiosa simpatia pelo governo não fosse já suficiente, Assis fez a seguinte afirmação, que apanhou muitos socialistas de surpresa:
Será mais fácil fazer aliança com uma direita que, entretanto, se terá livrado da tentação neoliberal que hoje marca claramente a actual maioria
Volvidos pouco mais de dois anos, Francisco Assis veio dar o ar da sua graça à convenção do Partido Socialista, mas o discurso, no que aos seus potenciais parceiros do PSD diz respeito, mudou radicalmente. E radicalmente é o termo certo na medida em que, após as críticas a todos aqueles que no Parlamento usavam linguagem extremista para atacar o governo, é Assis quem agora qualifica o governo com quem há dois anos considerava coligar-se de extremista e apela com veemência ao afastamento do seu partido de qualquer compromisso com a coligação PSD/CDS-PP:
Não pode haver compromissos com esta direita extremista
Hoje é fácil coligar com a direita, amanhã são extremistas e Deus os livre de qualquer compromisso com essa gente. Com Francisco Assis, todas as opções estão em cima da mesa, excepto andar de Renault Clio.
Nada que me surpreenda
Francisco Assis declara o seu apoio à eleição de Marcelo Rebelo de Sousa.
Info-trampolineiros
Por interesse de cidadão, decidi tentar acompanhar o Congresso do PS. RTPInf., Carlos Daniel, o futeboleiro, às alavancas. Tratando as coisas como se os diálogos com os convidados fossem painéis da bola e as entrevistas de corredor fossem aquelas inconcebíveis reportagens que se fazem à entrada e saída dos jogos. Tudo ficaria pela piada e pela incompetência, não fora a visível agenda do pivô. Reaccionarote, com um estilo francamente tablóide, conseguiu, com total desprezo por quem queria ser informado sobre o que se passava no Congresso, centrar-se exclusivamente em Francisco de Assis que, entretanto, já tinha tido a sua birra e tomado o avião.
Que pensa do abandono de Assis? E do “pensamento” de Assis? E do facto de o Assis, anulando a sua inscrição como orador, ter proposto Jaime Gama para candidato à presidência em entrevista aqui ao rapaz -(“vamos então passar, em repetição essa parte”, repetia, contente) ? E que pensa de só Assis ter uma proposta de aliança com a direita? Não acha que é a única hipótese para o país? Não acha que Assis abandonou por ver o PS numa “deriva esquerdista” (sic)? Não acha Assis um grande ausente? O que é o PS sem Assis? Assis…Assis…Assissssss. [Read more…]
O outro candidato da direita portuguesa
Francisco Assis, o homem que catapultou o Renault Clio para o estrelato da showbiz político nacional, aproveitou a Quadra Pascal para nos relembrar, uma vez mais, que o PS de socialista só tem o nome e alguma propaganda, já muito gasta e cada vez menos convincente. Em declarações à Radio Renascença, e imbuído do espirito católico, apostólico e romano que por ali se respira, reforçado pela data simbólica e pelo seu nome abençoado, Assis pregou ao seu eleitorado natural, situado no centro mas inclinado para a direita do espectro, para o informar que está alinhado com Durão Barroso na luta pela ascensão do bloco central.
Noves fora nada
Quando aqui se chamou a atenção para a sujeira informativa em que consistia a continuação do programa “prova dos 9” com os actuais participantes – refiro-me, naturalmente, a Paulo Rangel e Francisco Assis -, houve quem discordasse, sobretudo nos termos em que pus a questão, alegando as qualidades de Constança Cunha e Sá e Fernando Rosas.
Amigos houve que não tiveram dúvidas de que o quadro de comentadores iria mudar. Dois episódios passados e não só se confirmam todos os piores prognósticos como as coisas ainda superam as piores expectativas.
Que a questão foi abordada noutras instâncias, não tenho dúvidas. José Alberto Carvalho, director de informação da TVI, na altura em que se congratulava com a nomeação de dois dos seus comentadores para cabeças de lista dos seus partidos, advertiu que “agora temos um problema”. Intuía ele, e bem, que alguma entidade, em nome da democracia ou do mais elementar sentido de decência, iria pôr fim à festa.
Santa inocência. Como era de se esperar, é fartar vilanagem. Hoje a coisa chegou ao ponto do Rangel, agitando a sua mão como uma solha neurótica, ter repreendido uma perplexa Constança, cujo rosto transmitiu bem o que lhe ia na ponta da língua. Fernando Rosas, dir-me-ão, defende os seus pontos de vista, mas continuo a pensar que acaba por ficar ali com um papel puramente instrumental, não sendo capaz de desmontar a tramoia, como seria desejável – mas não expectável, não tenho ilusões. E assim prosseguirá a festa por todos – todos, sem excepção – os canais televisivos, meio por excelência de manipulação de consciências e vontades. Já se viu o tom e a regra: [Read more…]
Uma prenda
Francisco Assis está para a esquerda como Paulo Fonseca para os adversários do FC Porto: é um abono de família, ambos o querem como rival.
Na ânsia de ir buscar votos ao mítico centro, Seguro apresentou a pedido e no tempo da concorrência, o melhor adversário que João Ferreira e Marisa Matias podiam ter: defensor de blocos centrais, hábil em despistar-se com Clios, um discípulo de Blair e outros cangalheiros da social-democracia europeia na economia.
Paulo Fonseca conseguiu ressuscitar um clássico do Rui Veloso:
Este espírito natalício em vésperas de entrudo, esta generosidade ímpar que segue a par, vai acabar mal, para o PS e para o FC Porto. Ora se o segundo caso me preocupa, o primeiro terá o que merece.
Chega de Relvas!
Os acontecimentos no ISCTE, escola onde me licenciei, geraram alargada polémica; nomeadamente quanto ao conceito de ‘liberdade de expressão’.
Tudo gravitou à volta de um ministro, Miguel Relvas, cujo falseado curriculum estudantil e o comportamento de governante e cidadão justificariam, há muito, o afastamento do governo – Passos Coelho, por força da mobilização do PSD de Norte a Sul (Seguro segue idêntica via), como diz o povo “tem o rabo preso” e consequentemente falta de coragem de o demitir.
A “democracia portuguesa”, no PS e PSD em especial, é prisioneira das ‘jotas’; tendo como complemento a ortodoxia do PCP e os sinuosos percursos de Portas. É o regime político que nos coube em sorte, não muito distinto de outros a vigorar na Velha Europa, onde coesão e solidariedade são referências rejeitadas. Reflicta-se no que é exposto neste ‘site’ do Reino Unido, de que reproduzimos a tradução do 1.º parágrafo:
“Desde a década de 1980 os dramáticos diferenciais pagamentos salariais têm-se desenvolvido no Reino Unido. Até recentemente, sociedade tornou-se bastante confortável com isso como um resultado inevitável de nosso sistema económico. A introdução do salário mínimo reconheceu que o mercado nem sempre foi o melhor árbitro de salários. Apesar disso, as desigualdades continuam a levantar-se, com 1% do ‘top’ tendo um cada vez maior quota na partilha dos lucros do crescimento económico.”
É nesta mentalidade de gastar o dinheiro dos outros que está a raiz do problema
«O gabinete do deputado tem 18 m². Nenhum parlamentar tem secretária nem assessor particular. E nenhum deputado tem direito a carro com motorista.» Ao minuto 1:28s sobre os deputados suecos.
Não fez o PSZ (Partido de Sócrates e Zorrinho) do modelo nórdico uma bandeira de propaganda? Falava-se de professores, lá vinha o modelo nórdico. Energias renováveis? Modelo nórdico. Tudo exemplos para os outros. E ilações para os próprios? Ah, não o que faltava era andar de Clio, esse carro para plebeus no qual nós, elite governativa que faz comemorações à porta fechada, não se imiscui.
O dinheiro é dos contribuintes mas a democracia tem custos, diz Zorrinho. E, dizemos nós, tem mais custos cá do que lá.
Vai de metro Zorrinho, e tu Assis, vai de burro
Qualquer dia querem que o presidente do Grupo Parlamentar do PS ande de Clio. Assis dixit.
Num instante tudo muda
Ao folhear o Público de hoje, fui atraída pela frase “O futebol como coreografia da vida” do deputado do PS, Francisco Assis, que escreve às quintas naquele diário. “Gosto de futebol como jogo, paixão, estratégia, coreografia e vida. Está lá quase tudo”.
Refere-se, sobretudo, ao desempate por grandes penalidades, comentando de forma curiosa e muito interessante (parabéns): “Já não há mais jogo, só penáltis. O estádio pára. O tempo desaparece. Estamos perante a tirania da geometria pura. De um lado um marcador, de outro um guarda-redes. Esquecemo-nos que são homens, de certa forma deixaram de o ser. Solidão absoluta envolta numa multidão muda e expectante. Não é imaginável uma situação mais cruel. Pura existência individual confrontada com o destino. (…) Curiosa metáfora de tantas vidas. Contudo, num instante tudo mudou. (…) Um “golo é muito mais do que um golo. É arte, paradoxalmente imprevisibilidade e dir-se-á que foi feita justiça. Provavelmente foi o génio que triunfou. Seria reconfortante pensar que as duas coisas andam a par. Fiquemos satisfeitos por admitir que por vezes elas não se contrariam. Já não é pouca coisa.(…)”
A vida feita de instantes de arte, justiça, injustiça, génio, crueldade, azar… Feita de instantes de glória e de falhanços.
Também penso que há muitos momentos em que estamos completamente sós: nós e o problema, «o marcador» e o «guarda-redes». Não podemos contar com mais ninguém. E ninguém pode resolver «a coisa» por nós. «A multidão» não pode fazer nada. Tudo está nas nossas mãos. É também o «agora ou nunca» do instante.
Abolir as grandes penalidades? Há quem defenda isso. Afinal já «não é jogo»…
Tal como a selecção portuguesa, ganhamos umas, perdemos outras. Olhemos para a frente, chegará outra oportunidade!
O fosso que todos ajudamos a cavar
O fosso de que se trata neste post é aquele que “se cava” entre a política e a vida.
Não somos apenas nós, cidadãos comuns, que o dizemos (sobretudo sentimos). São também, pelos vistos, alguns políticos como o deputado do PS Francisco Assis, que escreveu ontem no Público: “Quando entre a política e a vida se cava um fosso, tudo pode acontecer”.
Eu quero e preciso acreditar que ele, enquanto agente político, está a ser sincero e a trabalhar no bom sentido ou de boa fé para o bem comum.
Ele reconhece a “profunda distância que separa o discurso prevalecente na política do mundo concreto da vida”.
Ele sabe, ou finge saber, ou isso lhe interessa (maquiavelicamente) que, para nós, homens e mulheres comuns, os discursos políticos já não significam nada, que são «montados» de “palavras ocas”. Assis refere-se sobretudo aos homens e mulheres “que se limitam a viver uma vida sem esperança, sem futuro, sem projecto, quase sem dignidade”.
“Tudo pode acontecer”. Tudo pode acontecer quando se cava um fosso entre a política e a vida. Já conhecemos muitos exemplos disso mesmo.
O fosso está cada vez mais profundo.
Mas nós, às vezes, damos uma ajudinha e não é só pelo voto…
Um exemplo: foram criados 1008 movimentos na sequência da iniciativa do governo «O Meu Movimento». Ideias boas e reveladoras de um interesse genuíno dos portugueses em melhorar este país.
Um apenas foi recebido pelo PM (eles a cavar com toda a força): o movimento denominado «Abolição das Corridas de Touros». Teve mais de 8000 apoiantes (a nossa ajudinha). Não havia causas mais importantes a apoiar? Porque ganhou esta? O que se passa connosco? De que estamos à espera?
Não sou contra os touros, mas os portugueses estão a precisar mais de serem ouvidos e atendidos… Foi desperdiçada uma grande oportunidade. Mais de 1000 pessoas registaram as suas preocupações através da criação do «seu» movimento, para depois ser selecionado apenas 1. Entre os 4 primeiros com mais apoiantes, 2 manifestam preocupação pelos animais…
Para quando uma audiência com os graves problemas das pessoas?
Uma vergonha.
Só uma ocorrência de proporções diluvianas impossibilitará Francisco Assis de continuar a proferir perífrases vácuas
A realidade é uma coisa que não lhes assiste
defendeu o legado de seis anos deixado por José Sócrates. Um legado que, disse, “não é o do défice, da dívida e do desemprego”.
Eu até sou gajo para afirmar que o desemprego, a dívida (e a privada é o problema, ó anarquistas da direita) e o défice aumentaram após a crise financeira internacional pela qual José Sócrates não pode ser responsabilizado. Mas os 150 000 empregos não foram criados antes, o défice e a dívida subiram em qualquer gráfico perto de si, e pior do que isso foi-se privatizando o SNS e a escola pública.
Que a política é a arte da mentira já sabíamos e ninguém como Sócrates a elevou a um patamar tão alto de completa manipulação, assumindo a terceira via do discurso é tudo, no conteúdo eles nem reparam. Que não se esperava que acordassem, tomassem um duche e regressassem à real, era óbvio. Mas quando insistem desta forma escabrosa, e sabendo-se que na oposição não têm a mínima hipótese de manipular como o faziam no governo, cheira a uma travessia do deserto feita de gatas, e sem água. Tristeza.
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