Há uns anos, talvez se recordem, Manuel Ferreira Leite, quando era ministra das finanças em 2002, anunciou o aumento do IVA de 17% para 19% e prometeu que seria apenas por sete meses (de Maio de 2002 até ao fim do ano). Bom, errou no período (durou até 2005) mas acertou no ponto de a taxa ser temporária (deixou de ser 19% para ser 21%). Por acaso, é de referir que o genial governo que arrancou em 2005 também prometeu que seria uma mudança temporária e foi o que se viu. Hábitos.
Mas são estes padrões de promessas-aspirina, que parecem atenuar a dor mas só se ingeridas com queijo-de-fazer-esquecer, que me deixam preocupado. Passos anuncia corte do subsídio de Natal em 50%. Apenas vigorará este ano. Enfim, vamos ver.
Por outro lado, nem tudo é negativo. Ganhámos uma segunda central sindical, que havia estado em hibernação 6 anos. Fixe.
Nota: é só para recordar que em Março já houve um zum-zum quanto a este assunto. Passados quatro meses, eis chegado o que então ninguém admitia que pudesse acontecer.
É SÓ POR UM ANO…….50% DO SUBSISIDIO
OS OUTROS 50% FICA PRÓ PROXIMO NATAL, E ASSIM SUCESSIVAMENTE
CIMPRIMENTOS
TENHO A IMPRESSÃO QUE SOMOS NATURAIS DOS MESMOS LADOS( PORTO)
Nããã, eu cá sou da figueira da fome, que como às vezes chamamo à Figueira da Foz,
Quem votou neste Governo, deve de estar feliz por esta medida e como tal deveria de se arranjar uma forma de serem só eles a contribuir. Não haja duvidas que natal é quando um homem quiser e neste caso quem quis foi este aldrabão de Passos Coelho. Faça-o só para si e para os seus amigos.
Fui dos que votou neste governo. E sim, sabia que estas e outras medidas aí viriam. A questão é se outro governo faria diferente. Veja-se o anterior executivo, por exemplo. Ao fazer o cortes que começaram em 5% nos vencimentos da FP e das empresas participadas pelo Estado, o que é que isso significou? 5% x 14 meses = 70% de um ordenado. Podemos dizer que quem trabalha na FP e empresas participadas pelo Estado já tem um corte de 70% num dos subsídio de férias ou de Natal.
Não gosto e, acredito, que ninguém goste destas medidas. Eu nem sequer trabalho na FP mas uma coisa é certa sem estas e outras medidas não haveria salários para que recebem do Estado. Há outras soluções? Eu diria que houve outras soluções, Por exemplo, podia-se não ter nacionalizado o BPN e o BPP. Podia-se não ter despejado dinheiro a rodos em pseudo-formação nas empresas. Podia-se ter recorrido a esta ajuda externa um ano antes, assim evitando o definhar que os juros altos nos trouxeram. Podia-se não ter lançado dinheiro para empresas em pré-falência. O que que se ganhou com a anterior política? Dois bancos falidos e um gigantesco buraco nas contas públicas; pessoas que acabaram na mesma no desemprego depois de passada a pseudo-formação (mas deu para adiar os maus números do desemprego); juros insuportáveis que iremos pagar nos próximos anos; empresas que faliram na mesma (veja-se a Qimonda, só para citar uma),
Os portugueses tiveram em 2009 uma hipótese de mudar o rumo do país. Em vez disse deram uma carta branca para Sócrates dar o passo em frente quando estávamos à beira do precipício. E isso teve um custo, sendo este corte apenas a primeira das facturas a pagar.
(já que escrevi isto tudo, aproveito para colocar em post)