Nem tudo corre mal nas áreas da cultura e o LAC, Laboratório de Actividades Criativas, em Lagos, tem consolidado um trabalho iniciado há alguns anos que vem ganhando visibilidade aumentada, mostrando que as centralidades culturais podem afirmar-se também fora das grandes cidades e que as periferias não estão necessariamente condenadas a viver à margem dos processos criativos contemporâneos.
Funcionando numa antiga cadeia reconvertida para o efeito e sendo um projecto essencialmente associativo, o LAC começou por disponibizar espaços de trabalho a músicos e artistas locais, tendo vindo posteriormente a criar e dinamizar eventos de vária ordem e em diversas áreas artisticas. Consolidadas estas vertentes, o LAC lançou um Programa de Residências Artisticas (PRALAC) do qual se destacam dois projectos internacionais de elevada qualidade: o ARTUR e o ROOTS.
É precisamente destes dois projectos que surgem as primeiras boas notícias de 2012.
No campo da street art, a revista P3 elegeu as cinco melhores paredes de 2011, entre a quais uma de Paulo Arraiano realizada no contexto da residência ARTUR. A 3 de Fevereiro, na Casa da Esquina, em Coimbra, inaugurar-se-á uma exposição sobre este projecto do LAC.
Paralelamente, em Lisboa, na Galeria Influx, a 11 de Fevereiro, inaugura a exposição ROOTS onde estarão patentes os trabalhos resultantes da residência decorrida em Lagos.
Afirmando-se cada vez mais no âmbito local, regional e nacional, o LAC espera agora ver continuados alguns projectos seus noutros países e contextos porque, nas áreas da cultura, o trabalho, a insistência, a perseverança e as boas ideias valem mais do que o habitual choradinho da falta de centralidade e de condições.
Paulo Arraiano, Lagos
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