Mais um caso de jornalismo de oportunidade

O Adriano Campos fez no Adeus Lenine uma investigação sobre Carlos Moedas e os seus interesses económico-profissionais, que era para ter aqui referido e  por qualquer amnésia perdi pelo caminho. A revista Sábado publica agora o que era obviamente notícia. Referência à fonte? não a vejo. O costume.

Vem isto também a propósito de um artigo do Público Uma década depois do boom, o que é feito dos blogues? que utiliza o curioso método de ir perguntar a quem já cá não anda, ou mal anda, como isto anda, uma grande andança em prol da investigação jornalística. O Pedro já tratou do assunto, mas como lá deixei um comentário que foi censurado aproveito para o deixar aqui, desenvolvido: quem está a morrer são os jornais, jornais como o Público que inventa este fantástico modelo de negócio: Quer ler o Ipsilon completo? depois de comprar o jornal paga mais, usa a aplicação para tablet e descarrega a versão completa, uns 400 MB, coisa pouca, deve vir em papel couché de 200gr. Ou como o Expresso que depois de ter andado pelos lados do Aeiou vai agora para o Sapo, o que se por um lado se compreende porque ali andam bons profissionais é no mínimo ridículo, nenhum jornal de referência se mete dentro de um portal.  [Read more…]

Dos santos e dos demónios

Tens alguma razão, Pedro. Às vezes, são os documentos que provam muito do que se quer provar. E se é verdade que, à data da publicação do Ajuste Directo o Secretário de Estado era desde há 7 meses Elísio Summavielle, a verdade é que o contrato foi assinado antes, ou seja, a decisão política – que é aquela que interessa – não foi dele. Assim, o reconhecimento do erro implica um pedido de desculpas aos dois que, embora tardio, vem ainda a tempo.
Seja como for, toda esta questão levanta um problema cuja gravidade poderá ser ainda maior do que aquela que eu levantei com o post inicial – ninguém negou que Elísio Summavielle deverá ser o Director-Geral do Património nomeado por Francisco José Viegas, nem sequer o próprio Summavielle.
E é grave porque se trata de uma nomeação completamente despropositada. Para além de ser reconhecidamente incompetente, como o considera a generalidade dos agentes ligados ao Património português, estamos em presença de alguém que foi Secretário de Estado de um Governo cuja política para o sector é completamente oposta à que este Governo preconiza.
Segundo Francisco Sande Lemos, a verdadeira razão para a nomeação [Read more…]

A Ler:

Numa altura em que tanto se fala sobre maçonaria. Numa altura em que tantos falam sobre maçonaria. Nada como ler uma entrevista do Prof. Adelino Maltez:

As coisas humanas, mesmo as que procuram o sagrado, tanto degeneram como se aperfeiçoam, tal como cada um de nós cai e se levanta. A perfeição apenas reconhece que cada um deve reconhecer a respectiva imperfeição para que possa procurar a perfeição. Segundo uma alegoria maçónica, chama-se a isso trabalhar a pedra bruta, para depois a polir e permitir a construção do templo interior.

À procura do sorriso perdido

Não é preciso conhecer nenhum estudo científico para chegar à conclusão que os portugueses sorriem cada vez menos.” A situação económica e social potenciou a inibição da expressão (…) O sorriso é uma reação que advém de se viver com bem-estar e felicidade” – isso já sabemos. Apenas as crianças “continuam a apresentar mais frequentemente um sorriso largo” . As crianças não vêem as notícias e também não as querem ouvir na rádio – pedem música. Na televisão, passam os bonecos…

Lêem e vêem o que querem.
Se calhar é isso que devemos começar a fazer também, nós os adultos! Selecionar o que vemos, lemos e ouvimos, para bem da nossa saúde mental.
E há tanta coisa boa e bonita para ver/ler/ouvir.

Blogues, uma década depois, continuam vivos e recomendam-se

Uma década depois do boom, que é feito dos blogues?, pergunta o Público, para acrescentar a seguir

Uma década depois do boom, o blogue não morreu, mas perdeu mediatismo

Não é esse o caso do Aventar, nem de outros blogues portugueses. No nosso caso, e desde o início do blogue, o número de leitores e de visitas tem vindo sempre a aumentar e ainda não estabilizou. As notícias sobre a nossa morte, enfermidade, letargia ou o que seja são, uma vez mais, claramente exageradas. Mas nem sequer é verdade o que afirma o artigo sobre um certo adormecimento da blogosfera. Se, em vez de fazerem perguntas a “históricos dinossauricos”, tivessem consultado a lista do concurso Blogues do Ano 2011, chegariam à conclusão que os blogues continuam vivos. E estão melhores hoje do que no início.

Tirem os cilícios do armário e depois falamos dos maçons

Quando vejo meio-mundo a bater na maçonaria fico logo de pé atrás: historicamente isso costuma coincidir com tempos em que logo a seguir me vêm bater à porta.

Não sendo hoje a maçonaria o que já foi, sempre a instituição esteve do lado da liberdade, sobretudo no séc XIX, por muito que isso custe ao romancista Vasco Pulido Valente. E se acho a coisa hoje em dia patusca, a sua existência é o lado para onde durmo melhor.

É curioso que tendo o assunto vindo à baila de uma forma que belisca o governo veja tantos dos seus apoiantes numa desmedida e excitada caça ao maçon. Cheira a beato.

Haja aqui moralidade: Opus Dei’s, mostrem as vossas chagas, ou estão de tal forma entretidos na caça ao maçon que se esqueceram de olhar para o espelho em casa? Essa, a obra do franquista Escrivá dá-me pesadelos. Entre os do avental e os do cilício a História honra os primeiros. Os segundos são uma das mais tenebrosas organizações dos nossos dias, com um poder  secreto e incomensurável, que faz dela a verdadeira herdeira da santa inquisição. O Herman mostra a diferença:

Querido Líder

Song Byeok

Por Song Byeok

MacTrete

A Grana, o Coelho no Jardim e o Cavaco Sumiu

Em Portugal tinha a grana e a grana sumiu.

Alguém me traduz para português? O Acordo Ortográfico deixa-me cafuzo.

Hoje dá na net: Aguarde, por favor!

Aguarde, por favor! é uma curta-metragem de Tiago Cravidão filmada no meu bairro com a paciência e mestria de quem faz filigrana. Um bordado de luz e sombras onde se procuraram os recantos e as horas certas. Entre a beleza formal escorre o tempo de uma desempregada:

Os dias organizam-se à volta do correio electrónico, da consulta obsessiva de sítios de emprego, da deriva pela cidade e da ida ao café onde o movimento da rua parece mais lento: altera-se a percepção. Habita-se um tempo que afasta os outros: dos que estão integrados no processo produtivo, que não têm tempo, que estão sempre com pressa, de fugida, que depois dizem alguma coisa, ou que mandam um mail a combinar.  (…) E escuta-se: “Passe cá noutra altura.” “Aguarde, por favor!” “Depois entramos em contacto.” “O seu curriculum fica arquivado.” “Agora, não estamos a recrutar.”

 

 

Adeus, Kodak…

Excelentes películas a preto-e-branco, adeus…