Uma vez vencido o caso do Álvaro, outra demissão se cruza no horizonte das decisões do chefe do governo. Desta vez, é mesmo uma demissão das estridentes, de gritos e apitos. Tem por alvo a troika (FMI-CE-BCE). Sim a troika!, nem mais nem menos.
A História
Era uma vez Pedro Passos Coelho a ler com rigoroso desvelo a notícia do ‘Sol’, um órgão fiel e até oficioso do governo. De súbito, o nosso Pedro ficou próximo de séria apoplexia, ao perceber que, no eco da avaliação reportada ao ‘memorando de entendimento’, a troika havia dito raios e coriscos:
A ausência de sinais de crescimento económico futuro e a deterioração da situação orçamental em Espanha são as principais preocupações da troika face a Portugal.
O sentimento junto dos credores externos é que o programa português está a correr dentro do previsto, embora nada esteja assegurado acerca do seu sucesso…
Um dos maiores riscos para esse sucesso é não haver, até agora, qualquer sinal credível e sustentável de que a economia vá crescer no médio prazo…
A troika assumiu ainda esta semana que o pico da dívida pública portuguesa, afinal, não será em 2013, mas talvez em 2014.
Além da recessão, desemprego e derrapagens fiscais, o Eurostat informou que o nível de confiança agregado de empresas e famílias em Portugal (um indicador da evolução da economia nos próximos meses) atingiu em Fevereiro um mínimo histórico e já está ao nível do da Grécia.
…os credores externos asseguraram em Lisboa que vão apoiar Portugal até ao seu regresso aos mercados. Um regresso previsto para Setembro de 2013, que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho reiterou esta semana, mas que Abebe Selassie, o novo chefe de missão do FMI em Portugal, em entrevista ao Jornal de Negócios, disse ser «difícil».
Madrid pode ser uma ‘bomba-relógio’ graças ao forte endividamento das regiões, vistas pela troika como «mini-Madeiras». Para Portugal, o risco de uma crise em Espanha é elevado, dada a forte exposição da banca nacional e da economia.
Nos ‘mentideros’, e olé!, afectos ao governo, Prof. Marcelo incluído, consta que PPC, perplexo e perturbado, telefonou de imediato ao arquitecto Saraiva e teve a confirmação de que o ‘Sol’, desta vez, não estava a especular.
Como deve imaginar-se, o nosso PM, que é modelo de cabeça bem penteada, ficou completamente despenteado por dentro e gritou: – Oh Relvas, ainda bem que chegaste, tu queres ver que estes gajos da troika se passaram para o BE … só falta dizerem que a dívida e os juros devem ser renegociados – concluiu afogueado.
Relvas ouviu, pôs o ar de quem sabe pensar e aconselhou: – Pedro, acalma-te e estuda o que deves fazer. – e ficou expectante. Pedro num ápice reagiu: – Já sei, vou telefonar à Merkel, à Lagarde, ao Draghi e ao Barroso, exactamente por esta ordem – sublinhou – a exigir-lhes a demissão desta troika, pedindo que nomeiem outra. E prosseguiu: – E que a nova troika diga sempre, alto e bom som, em coro comigo que Portugal não precisa de mais dinheiro, nem de mais tempo e que, na parte final de 2013, vai voltar normalmente aos mercados. – Boa Pedro! Mesmo que isso não venha a suceder, o importante é dizer ao povo que sucederá, mas avisa o Gaspar – arrematou Relvas sorridente e feliz como sempre. – Afinal mandámos vir cá o Krugman para isto – lamentou Pedro.
Pedro iniciou de imediato o ciclópico trabalho de comunicações, com a primeira chamada para Merkel…
(Moral da história: O Pedro, em fúria, ameaça tragar uma troika)
Sigamos em frente, com confiança, porque o ministro Vitor Gaspar já tratou da vida ao ministro da economia, está em vias de nacionalizar todo o conselho de ministros, admoestando-os e amedrontando-os.
Paulo Portas já entendeu.
Pedro Passos Coelho, mais ingénuo, ainda não entendeu totalmente mas está no bom caminho.
Vitor G rules!!!!