Nas terras pequenas desse Portugal profundo (tão profundo como a caridade de tia Isabel Jonet) há um hábito nobre, por ocasião dos feriados municipais: medalhar os cidadãos que se distinguem do outros, em áreas diversas, supostamente pela contribuição que deram à terra ou à sua gente. É uma espécie de óscares-de-trazer-por-casa em que as Câmaras penduram agradecimentos ao peito de quem lhes parece merecedor.
O problema é que este é para muitos autarcas o último ano de longos mandatos. E então é preciso encher o saco das medalhas até não poder mais, como vai acontecer em Pombal, no domingo, dia de S. Martinho e feriado municipal. Há medalhas para todos os gostos e feitios, num total de 26. Alguns dos que vão ser condecorados são repetentes. Outros há que ainda agora devem estar a perguntar-se por que razão vão ser considerados figuras de ouro no município. Será talvez o caso de Artur Trindade (pai), secretário-geral da Associação Nacional de Municípios, a quem esse barão das autarquias que é Narciso Mota (autarca de Pombal) vai agradecer não se sabe bem o quê.
Numa terra tão dada a fenómenos, o risco de ser medalhado é grande. Tão grande que, depois dos incêndios que há anos devastaram parte do concelho, o executivo homenageou até um falso benemérito, procurado por burla noutros pontos do país. Ou como diria Almeida Garret, se aqui voltasse,
– Foge cão, que te fazem barão!
– Pr’a onde, se me fazem visconde?
Bem-vinda Paula. Desejos das maiores felicidades neste nosso grupo, e muitos e bons “posts”.
Bem-vinda, rapariga! Aventa-lhe!
Ora cá está um GRANDE post! Bem-vinda. JP
Fantástico! Que orgulho de te ler aqui! Parabéns pela tua opinião, coragem, sinceridade e bom senso! 🙂