Acerca da minha relação com as greves de um dia, não tenho muito a acrescentar àquilo que já escrevi e partilho a opinião do Ilídio Trindade, partindo do princípio de que haveria união suficiente para se fazer uma greve por tempo indeterminado.
De qualquer modo, não posso dizer que esteja exactamente entre o João Paulo e o José Magalhães, porque, como o primeiro, vejo muitas razões para protestar, mesmo recusando-me a fazer greves que considero inofensivas; ao contrário do segundo, no entanto, penso que, relativamente ao Estado e ao Governo, os cidadãos deste país não são devedores de coisa nenhuma, são credores de uma dívida incomensurável e protestar, com ou sem greve, é, na realidade, reclamar o pagamento, ou seja, fazer cobranças difíceis.
Entretanto, qualquer um deles cai no erro – eventualmente inevitável – de retratar (ver é outra coisa) a realidade a preto-e-branco, embora eu tenha a certeza de que sabem que o mundo tem mais cores. A incómoda afeição que sinto por ambos impede-me, no entanto, de transformar estas minhas discordâncias em palavras agrestes, até porque, seja como for, andar à porrada a três não deve ser fácil, sobretudo para quem fica no meio.
Vocês de esquerda acham que as coisas se resolvem com greves. Tal como birra de criança que quer o brinquedo que o pai não têm dinheiro para dar.
Eu pensei numa proposta que pode ajudar Portugal: Acabar com os créditos. Quem não tem, não compra.
Também acaba com os Bancos? É que Bancos sem crédito, não estou a ver… Por mim, até podiam acabar com o dinheiro, sou um incondicional do Linux.
Adianta-te muito o Linux se não tiveres € para o portátil.
Era uma sugestão, quiçá académica, para estender a filosofia… Pelos vistos não percebeste. E sobre os Bancos, como é?
Por acaso, sou de esquerda e acho que as coisas já só se resolvem com uma greve por tempo ilimitado. Os meus direitos e os direitos de todos aqueles que estão ainda pior do que eu não são brinquedos e quando alguém é assaltado, no mínimo, deve queixar-se. Chamar a isso “birra” é parvo.
E aprender qualquer coisa sobre economia, que tal?
Uma pista, sem crédito não há economia.
Se a greve é um a forma de manifestar insatisfação, reivindicar direitos adquiridos e forçar quem manda a mudar de rumo, porque raio se faz greve num só dia quando no dia seguinte tudo fica na mesma? E se a função pública TODA fazer uma greve até este governo se demitir? Mas parar TODOS, hospitais, transportes, educação, comunicação social. TODOS!! O lema poderia ser “Demissão ou falência”. Façam greves sim, mas de verdade. Um dia? para quê? Para no fim do dia sindicalistas e governo andarem a discutir números de adesão? Ou a seleção jogar e no dia seguinte já ninguém se lembrar da greve? As greves estão a precisar de passar ao nível seguinte, este já está muito gasto e sem efeitos práticos.