Conversas vadias 30

Aos 30 dias de Conversas Vadias, declarámos solenemente que aceitamos patrocínios. Empreendedores e empresários, chegai-vos à frente, vadiai connosco. Com a presença dos quatro resistentes Carlos Araújo Alves, José Mário Teixeira, António de Almeida e de António Fernando Nabais, falou-se do artigo de Cavaco Silva no Expresso, do desperdício talvez endémico de dinheiros europeus, do empobrecimento e da pobreza que não são desígnios nacionais, a revolução verde, da bazuca, do CDS, de Nuno Melo, do CDS de Nuno Melo, da automutilação da esquerda mais preocupada em aguentar o governo e do alarmismo tudólogo à volta das aprendizagens perdidas, sendo que a sobremesa foi constituída por suculentas sugestões, que passaram pelo cinema, pelo vídeo, por leituras, coisas de causar diabetes só de ouvir.

Conversas Vadias
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Conversas vadias 30
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Os saudosistas do tempo que não viveram

Existe uma faixa etária, dos 30 aos 45 anos, que anda pujante e frenética não só nas redes sociais, como, também, nas caixas de comentários um pouco por todo o lado, a defender tempos de outrora que nunca viveram.

Partilham e invocam frases de Salazar, textos de Marcelo Caetano, enaltecem a PIDE. Defendem, acerrimamente, o bom que seria se houvesse alguém a mandar nisto e que pusesse tudo na ordem. Sendo comum manifestarem-se com ódio – que os motiva -, desde o vocabulário até às soluções que preconizam.

Acontece que o ódio tem sempre uma razão para existir. Não nasce por capricho. E é um mercado altamente lucrativo. Porque arrecada seguidores que sofrem de um dos mais graves efeitos do ódio: a cegueira. O que permite o fim que se pretende: a manipulação.

É a cegueira que leva a partilhar tudo nas redes sociais, sem qualquer filtro crítico. Porque se certa frase satisfaz o ódio, não importa se é verdadeira ou falsa. Nem sequer o que ela realmente significa e qual o perigo que representa, até para o próprio.

Donde vem isto?

Das distorções de oportunidades e de méritos na sociedade. Da cultura da cunha e do frete que vem dos tempos da Monarquia. Dos “carreirismos” partidários, das influências, e das dificuldades criadas para suscitar facilidades compradas,  e que representam muito do lodaçal em que se têm afundado as diversas instituições da República.

Em cada adjudicação directa de escolha tribal; em cada obra faraónica rotulada de “desígnio nacional” e que endivida o país; em cada mega-processo inconsequente; em cada crime prescrito; em cada salário indigno contemporâneo com fortunas ganhas de forma ilícita e impune. Em cada qualquer uma destas traições, ou outras, está o descrédito da nossa Democracia.

A origem do ódio que leva à existência dos saudosistas do tempo que não viveram – fervorosos defensores do autoritarismo e do líder providencial -, não está nos mercadores de ódio que prometem o paraíso à custa da liberdade. Mas, sim, de quem traiu, e trai, a promessa de liberdade – económica, social, cultural, civil, etc. – em tempos de Democracia e se diz democrata.

A herança de Pedro Passos Coelho

Mais um excelente trabalho do Luís Vargas, que coloca, preto no branco, o resultado de uma governação que empobreceu o país e o tornou mais desigual. Recomenda-se a visualização deste curto vídeo para um melhor entendimento daquela que é a verdadeira herança deixada pela coligação PSD/CDS-PP. Um enorme fosso entre um país com uma arma apontada à cabeça e uma pequena elite imune a sacrifícios. Social-democracia? Yeah, right…

Via Geringonça

Portugal no seu Pior

Portugal à Frente

JN de 04/10/2015

Amanhã vou fazer um telefonema…
Mas não vai ser para pedir trabalho, vai ser para os mandar à merda e com todas as letras. Em maiúsculas!

Imagem roubada da página de Facebook de Miguel Januário.

Continua a procura de escravos

Nas escolas

profs voluntários

E nas lojas
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Da série ai aguenta, aguenta (22)

Taxa de pobreza infantil em Portugal ultrapassa há oito anos a média europeia

Amanhã, às 15h

Para memória futura ficam as declarações de Nuno Crato:

“O Governo não está a discutir, o Ministério não está a discutir qualquer aumento do horário de Professores e muito menos de 35 para 40 horas. Isso não está em causa” (…) “Eu posso dar essas garantias para que as pessoas estejam tranquilas em relação a isso”

 

Estou tão tranquilo que amanhã, sábado, dia 16 de fevereiro volto à rua!

Loja dos trezentos

El Gobierno pone en venta Portugal – no El Pais

Greve geral: ménage à trois

Acerca da minha relação com as greves de um dia, não tenho muito a acrescentar àquilo que já escrevi e partilho a opinião do Ilídio Trindade, partindo do princípio de que haveria união suficiente para se fazer uma greve por tempo indeterminado.

De qualquer modo, não posso dizer que esteja exactamente entre o João Paulo e o José Magalhães, porque, como o primeiro, vejo muitas razões para protestar, mesmo recusando-me a fazer greves que considero inofensivas; ao contrário do segundo, no entanto, penso que, relativamente ao Estado e ao Governo, os cidadãos deste país não são devedores de coisa nenhuma, são credores de uma dívida incomensurável e protestar, com ou sem greve, é, na realidade, reclamar o pagamento, ou seja, fazer cobranças difíceis.

Entretanto, qualquer um deles cai no erro – eventualmente inevitável – de retratar (ver é outra coisa) a realidade a preto-e-branco, embora eu tenha a certeza de que sabem que o mundo tem mais cores. A incómoda afeição que sinto por ambos impede-me, no entanto, de transformar estas minhas discordâncias em palavras agrestes, até porque, seja como for, andar à porrada a três não deve ser fácil, sobretudo para quem fica no meio.

Pela boca morreu Passos

Santana Castilho *

O orçamento de Estado para 2013 quer tapar à bruta três enormes buracos: um enorme buraco resultante de uma enorme derrapagem do orçamento de 2012; um enorme buraco orçamental previsto para 2013; e um enorme buraco que resultará de uma enorme derrapagem na execução de 2013, prevista por antecipação, passe a redundância, no próprio orçamento de 2013. Com efeito, lá estão alguns milhares de milhões de “almofada”: para uma receita que, embora orçamentada, não será cobrada; para responder ao desemprego que esconde; e para suprir um corte na despesa que, embora orçamentado, acabará por não ser feito. Com 3 milhões de pobres e os restantes exaustos pelo confisco fiscal, com o PIB a cair entre 2,8 e 5,3 por cento (FMI dixit), só fanáticos suicidas orçamentam assim. É preciso pará-los.

A credibilidade técnica de Vítor Gaspar foi um mito com pés de barro. Estimou que as receitas do IVA subiriam 11,6 por cento e acabaram caindo 2,2. Previu, em Março passado, que o encargo do Estado com o desemprego cresceria 3,8 por cento e, em Agosto, já ia em 23. O consumo público contraiu 3,2 por cento em 2011 e a Comissão Europeia estima que contraia 6,2 este ano. O consumo privado caiu 4,2 por cento em 2011 e a CE prevê que caia 5,9 este ano. E Gaspar ignora, quando orçamenta e taxa. E ignora o Tribunal Constitucional. E volta a ignorar, com arrogância e desprezo, o presidente da República e o próprio FMI. Ignora tudo e todos. E ignora o “melhor povo do mundo”, que esmaga com impostos em 2013. [Read more…]

Dia Nacional para a Propagação da Pobreza

Na edição em papel do Público de hoje, e comemorando o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, é publicado um texto de que transcrevo, aqui, o início:

O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, hoje, 17 de Outubro, é o momento ideal para pensar além da crise financeira e das operações de viabilização, e para reflectir sobre a rápida deterioração da situação de quem enfrenta a pobreza e a exclusão social. A recessão atirou mais adultos e os respectivos filhos para a pobreza extrema e os serviços de apoio local estão a atingir as capacidades máximas devido aos dramáticos cortes orçamentais. Só em Portugal, quase 18% (acima da média da UE, situada em 16,3%) da população encontra-se em risco de pobreza e vive com menos de 60% do salário médio nacional, o que representa quase 1,9 milhões de pessoas.

É difícil discordar. O resto do texto, que tem como co-autores László Andor, Comissário Europeu do Emprego, e Pedro Mota Soares, Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, constitui um elogio às medidas tomadas pela Comissão Europeia e pelo Governo Português no âmbito do combate à pobreza. Ficaremos a aguardar a invenção da fábula da raposa que se compromete a zelar pelo galinheiro.

A vida está cheia de ironias. A designação dada ao Ministério de Mota Soares é, só por si, uma dupla ironia, tal é a ausência de solidariedade e tão insegura é a sociedade criada por este governo. Para que a ironia fique completa, hoje é, também, o dia em que será entregue, na Assembleia da República, o Orçamento que garante o empobrecimento geral do país.

Rui Pedro Soares – o elevador social

Este rapaz por ser um boy do PS e sobrinho de quem é chegou a administrador da maior empresa do país aos 32 anos, sem curriculum, pois a PT é a única empresa que conhece e entrou de imediato para Director aos 28 anos, tudo num país onde, jovens de grande qualidade com curriculum académico e profissional relevantes, têm que abandonar o país para não cair no desemprego.

Um dos aspectos mais importantes para se avaliar a capacidade de um país no que ao mérito e à justiça social diz respeito é a igual de oportunidades. A capacidade que a sociedade e a economia de um país oferece aos seus cidadãos para, montados no mérito e mas capacidades individuais desenvolvidas, possam ascender socialmente. Portugal tem vindo progressivamente a perder esta capacidade! À emigração dos anos 60 formada por mão de obra não qualificada junta-se agora a emigração de gente qualificada.

Um país assim não tem futuro, andamos a treinar e a formar gente que custa muito dinheiro a todos nós para depois irem produzir para outros países que oferecem essas oportunidades de “ascenção social”. Quem nasce rico e em família rica e poderosa arranja emprego obscenamente remunerado, quem nasce pobre, mesmo que seja muito bom, a sociedade não lhe dá oportunidade para “apanhar o elevador social”!

Os amigos do rapaz e os boys e os que têm pretensões a boys e mesmo os que não sendo boys não vêm mais do que a cor do grupo, olham para estas críticas como se nada mais revelassem do que “inveja” ou confrontos partidários, fazendo crer que tudo isto é natural e quando as coisas mudarem tambem mudam os boys e as girls e adiante com a marinha. Mas não é assim, isto revela a incapacidade do país se desenvolver, de segurar os seus melhores, a injustiça social acentuada, a tendência para o empobrecimento.

Quem não percebe isto não percebe nada!