Esta notícia do Sol é um autêntico repositório da recessão em que vive o uso da língua portuguesa. O jornal, que não segue o chamado acordo ortográfico (AO90), recorre aos serviços da Lusa, praticante do alegado acordo. Resultado: a notícia referente à recepção de alunos estrangeiros no Instituto Politécnico de Leiria (IPL) terá aparecido como “receção” no texto da agência noticiosa e transformou-se em “recessão” no jornal.
Vale a pena repetir: por várias razões, a iliteracia já era imensa no reino da língua portuguesa. O AO90 veio agravar o problema e a confusão entre “receção” e “recessão” confirma, entre outros aspectos, a importância das chamadas consoantes mudas. Recorrendo à imagem sempre profícua da construção civil, estamos longe de resolver problemas nas fundações e andamos entretidos a colocar telhas que não se seguram e deixam entrar entrar chuva por todo o lado.
Por outro lado, também não é bom sinal que se use a expressão ‘kick-off’, quando a língua portuguesa já deu o ‘pontapé de saída’ há vários anos.
Adenda: faltou dizer que descobri a notícia no mural do Francisco Belard.
Portanto, o Sol, um dos raros jornais que ainda não aplicam o acordo, deu um erro de ortografia. Conclusão de AF Nabais: a culpa é claramente do acordo. A seguir, a não perder: a culpa da corrupção em que estamos imersos é das críticas e propostas expressas ¨no Aventar.
Vou repetir-me: “(…) a iliteracia já era imensa no reino da língua portuguesa. O AO90 veio agravar o problema (…)”. Logo; a culpa não é “claramente” do chamado acordo, como é óbvio e poderá perceber quem se der ao trabalho de ler com olhos de ler. O que é óbvio é que há erros que surgiram na sequência e em consequência TAMBÉM do AO90 (peço desculpa pelas maiúsculas, mas, por vezes, é preciso escrever um bocado mais alto).
E os “factos às riscas”?
http://wwwmeditacaonapastelaria.blogspot.pt/2013/02/num-pais-em-que-factos-sao-as-riscas-os.html