
© Paulo Alexandrino (http://bit.ly/Zu5l3l)
Segundo a TSF,
O gabinete do ministro da Educação entende que as declarações de Nuno Crato numa entrevista a uma revista brasileira foram mal interpretadas.
Numa nota, o gabinete de Nuno Crato notou que há expressões no português do Brasil que não coincidem com o português usado em Portugal.
Ainda bem que na RCM n.º 8/2011 se lê
Ao Governo compete criar instrumentos e adoptar medidas que assegurem a unidade da língua portuguesa e a sua universalização, nomeadamente através do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa e da promoção da sua aplicação.
Portanto, a pergunta era a seguinte: se um ministro de Portugal não consegue transmitir as suas ideias a uma das mais conceituadas revistas brasileiras, porque “há expressões no português do Brasil que não coincidem com o português usado em Portugal“, então o Acordo Ortográfico de 1990 serve exactamente para quê?
Nota: Os meus agradecimentos a João Roque Dias, pela indicação do apontador da TSF.
Na mouche!
pensava que o N.C. seri mais prudente e não fazia declaraçoes a uma revista declaradamente anti latina. ate parece uma delegaçao do TeaParty
Não houve falhas de interpretação. A Veja é famosa entre os brasileiros por distorcer o conteúdo veiculado dos seus entrevistados. Como as declaraçães de Crato coincidem com a linha editorial da Veja, à repórter bastou-lhe omitir algumas coisas (comos os prazos concretos dados pelo ministro) para apimentar ainda mais as afirmações do ministro e de convencer o seu público (classe média brasileira) que o sistema público de ensino brasileiro (que, segundo me dizem, o sistema público português é o céu na terra ao pé dele) não necessita de melhorias, nem de sindicatos, ainda deve ser mais subfinanciado do que é agora e que a iniciativa no ensino cabe aos privados. A questão é mais ideológica do que linguística e a declaração do gabinete do ministro é mais para dourar a pílula. O senhor Valada, mai-lo Roque Dias, o Emiliano e o Graça Moura é que parecem uns D. Quixotes a lutar contra moinhos de vento, como se não houvesse coisas mais interessantes contra as quais lutar; por exemplo a reforma do ensino que está a ser levada a cabo. Ah, que me desculpe o senhor Valada, todos aqueles cavalheiros são conhecidos pelas suas posições políticas à direita, inclusive um deles à extrema direita, dessa mesmo que sai por pelas ruas com bastões de beisebol a bater nas pessoas. http://contrafactos.blogspot.be/2013/06/o-que-disse-o-ministro-nuno-crato-veja.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+ContrafactosArgumentos+%28ContraFactos+%26+Argumentos%29