Jean-Claude Juncker descobre o caminho marítimo para a ignorância

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Eles lembram-me um dos vossos compatriotas mais prestigiados: Cristóvão Colombo. Quando partia nunca sabia para onde ia, quando chegava nunca sabia onde estava, e era o contribuinte que pagava a viagem. É desta forma que procedem os socialistas dos nossos dias”, acrescentou Juncker.

Era difícil concentrar numa única frase tanto disparate. Jean-Claude Juncker chegou lá: desde confundir Portugal com Génova e Espanha, a esquecer o pequeno detalhe de as viagens de Colombo terem sido só o investimento mais rentável da História do país vizinho. E somos nós, contribuintes e consumidores, quem pagamos a este pequeno génio da ignorância.

Comments

  1. Marília says:

    Essa do “caminho marítimo para a ignorância” está demais…. Ehehehehehehehehhhhh…. 🙂


  2. João Jose Cardoso,
    É um prazer estar de acordo consigo.

  3. Manuel Lopes says:

    Maravilhosa classe de políticos. Um exemplo para quem nos governa atualmente…


  4. É mais um trampolineiro, que não olha a meios para ludibriar os incautos.

  5. João Mendes says:

    e veio esta besta burocrata poluir a minha cidade para animar os abanadores de bandeiras…

  6. João Faria says:

    Caro João José Cardoso. Acho que a única parte que o Juncker acertou foi mesmo na nacionalidade de Colombo (já muitos historiadores defendem essa tese, e é aquela em que acredito). Não é tão descabido assim. Já tudo o resto… é despropositado. Começando pelas expedições dos descobrimentos (se as coroas não tivessem patrocinado esses “despesismos”, quantos séculos de atraso teríamos?). Já quanto aos socialistas, bem… deve achar que são uns perdulários, por quererem saúde e educação “tendencialmente gratuitas”.


    • Nenhum historiador, exceptuando vagamente um académico muito reformado que nem é especialista na época, defende tal dislate. Anda por aí um médico a escrever umas coisas parvas. Para baixar ao nível do cavalheiro, o meu diagnóstico é simples: mitómano.

      • João Faria says:

        Não sei quais as suas fontes, mas está errado quando diz “nenhum investigador” defende esta tese. São vários os historiadores. Dando apenas dois exemplos, Patrocínio Ribeiro em 1915 e mais recentemente Manuel Rosa.


        • Manuel Rosa estudou História onde, e desenvolveu o seu trabalho em que academia?
          Quanto ao Patrocínio Ribeiro, foi devidamente criticado desde que confundiu ciência com patrioteirismo (e também desconheço o seu currículo historiográfico fora disso, mas até admito que o tenha).
          Não, não somos todos os historiadores só porque nos apetece. Fora isso, a questão é absolutamente menor e de interesse nulo. É óbvio que o Junker nem sabe o que diz, basta ler a wikipedia inglesa e reparar que apenas a portuguesa faz, e bem, uma referência desenvolvida ao assunto.

    • Vasco pereira says:

      Estamos entregues à bicharada. Quero voltar para a ilha.


  7. É mais um trampolineiro, que não olha a meios para ludibriar os incautos a apelar ao voto das “massas”. Existe o trampolineiro mais refinado, que é aquele que apela ao não voto. Um e outro se conseguirem o objectivo, o resultado será sempre o mesmo.

  8. João Faria says:

    Mas para ser ser historiador tem de se ter uma licenciatura em história? Se assim fosse, muito do que se tem como garantido seria colocado em causa, pois muitas das obras historiográficas que nos chegaram (e que fazem história) não foram escritos estudiosos circunscritos a essa disciplina. Existem muitas outras tão ou mais importantes para o estudo em questão. Quanto às críticas que aponta a Patrocínio Ribeiro… o que mais existe são investigadores (das ciências exactas às sociais) que foram alvo de críticas pelas suas teorias, de Galileu a Einstein. Nada do que fala invalida nem diminui a teoria de que Colombo pode ter sido português. Quanto à Wikipedia, no dia em que ela fizer “história”, estamos reduzidos a nada. Ao contrário de si, acredito que Juncker sabia o que dizia. Acho, inclusive, que quis fazer um brilharete com essa afirmação. De nada adiantou, tendo em conta as afirmações que se seguiram.


    • Sim, para se ser historiador no mínimo exige-se uma licenciatura em História. É para isso que serve o curso.
      Não nego que muitos amadores publicaram coisas interessantes, sobretudo ao nível da História Local, outros tempos, mas eu não exerço medicina, porque não estudei medicina.
      Agora se não reconhece o maior empreendimento da História do saber e conhecimento humano, precisamente a Wikipedia, já estamos conversados. É que essa, embora amadora, tem uma vantagem: escrutínio público, e já se provou que menos erros que a Enciclopédia Britânica.


  9. Reblogged this on primeiro ciclo.


  10. ________________________________ > Date: Sun, 18 May 2014 10:42:57 +0000 > To: lidiadrummond@hotmail.com >

  11. jose vaz says:

  12. O problema actual de o charlatanismo tentar passar por ciência, é criar seitas. As seitas caracterizam-se precisamente por se interessarem por coisa nenhuma.
    Podia ser pior. Antes o Colombo português que um rapto por Ovnis.


  13. Aviso: links para páginas de charlatanismo histórico nestes comentários passaram a ser considerados a spam. Não contribuo para o pagerank de seitas, que de resto já conspurcaram o Google, e não foi pouco.


  14. Já cá temos tantos políticos de baixo nível para quê ir buscar mais esta avantesma?

  15. David says:

    Em parte sim revela ignorância…mas é mete-los de novo no poder se possível com o antigo pinoquio para acabarem o serviço. Eu como já dei de frosques ia-me rir à grande.


  16. Era fatal, os fanáticos do charlatão tinha de vir em bando. Não andei a estudar 6 anos para isto, e muito menos para dar espaço a vigaristas amadores.
    Comentários encerrados, não tenho tempo para discutir palermices nacionalistas sem interesse nenhum.
    Para esclarecimento dos interessados, ficam duas ligações sérias sobre o assunto:

    http://ph-colombina.blogspot.pt/

    http://cvc.instituto-camoes.pt/navegaport/d04.html

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