Passos Coelho, o deputado empreendedor

passos-e-mendes

A revista Sábado publicou uma  entrevista ao ex-patrão de Passos Coelho na Tecnoforma, Fernando Madeira de seu nome, onde se revela como o actual primeiro-ministro, então deputado em exclusividade de funções, chegou a utilizar o parlamento para reuniões de negócios. Não confessa ter-lhe pago, o que terá sido crime, mas nem a Madre Teresa de Calcutá era assim tão generosa  no seu voluntariado.

Fica aqui a entrevista (ficheiro pdf). O escândalo nem é o conteúdo, já o país percebeu que para Pedro Passos Coelho leis, república e ética são o chão que pisa. Vergonha é que isto não abriu nenhum telejornal, não teve desenvolvimentos, ninguém perguntou onde anda o Ministério Público. E aqui chegados, desta vez digo eu que tivesse tal sucedido com Sócrates outro chinfrim cantaria. Eu, que publiquei aqui mesmo uma outros materiais de imprensa dedicados ao anterior primeiro-ministro, repito a dose para este.

Esse é o escândalo a que chegámos, que só se pode entender pelos interesses dos proprietários da comunicação social que temos, pela irónica liberdade de imprensa com quem vivemos.

Manifesto para uma União Política do Euro

liberte_sanscadre

«A União Europeia atravessa uma crise existencial, tal como no-lo lembrarão muito em breve e de forma inequívoca as eleições europeias. O facto afecta de forma especial os países da zona euro, mergulhados num clima de desconfiança e numa crise da dívida pública que está muito longe do seu termo, enquanto o desemprego persiste e a deflação espreita. Seria completamente errado pensar que o pior já ficou para trás.

Eis porque acolhemos com o maior interesse as propostas formuladas no final de 2013 pelos nossos amigos alemães do grupo de Glienicke visando um reforço da união política e orçamental dos países da zona euro. Estamos cientes de que os nossos dois países [Alemanha e França] terão um peso cada vez mais relativo no contexto da actual economia global. Se não nos unirmos a tempo de levar o nosso modelo de sociedade para a globalização, a tentação do fechamento nacionalista acabará sem dúvida por vingar, provocando frustrações e tensões que, por comparação, farão as dificuldades da união parecer coisa pouca.

A reflexão europeia está nalguns aspectos muito mais avançada na Alemanha do que em França. Economistas, políticos, jornalistas, e antes de mais cidadãos e cidadãs europeus, não aceitamos a resignação que actualmente paralisa o nosso país. A partir desta tribuna, queremos contribuir para o debate sobre o futuro democrático da Europa, levando mais longe ainda as propostas do grupo de Glienicke.

Zona euro: uma indefinição insustentável
É tempo de reconhecê-lo: as actuais instituições europeias são disfuncionais e devem ser repensadas. O que está em jogo é simples: é preciso que a democracia e o poder público possam retomar o controlo da situação, a fim de regular eficazmente o capitalismo financeiro globalizado do século XXI, e de tornar exequíveis as políticas de progresso social que hoje em dia estão cruelmente ausentes da vida dos europeus. [Read more…]

Se o Alcino sai, a rua pára

Já tinha ouvido falar no Alcino, no café, na mercearia, em conversas de rua. “Então, viste o Alcino?”, perguntavam-se uns aos outros. “O Alcino tem andado fugido”, dizia outro.” “Ontem vi o Alcino, lá ia todo lampeiro”.

A rua inteira parecia conhecer o Alcino, mas eu, recém-chegado ao bairro, não fazia ideia de quem pudesse ser.
Levava pouco mais de uma semana no escritório quando o chefe mandou encerrar a varanda onde fumávamos. Transformou o espaço aberto numa marquise com caixilharia de alumínio e instalou ali uma sala de estar para ele. Começámos a descer à rua para fumar, cinco minutos de manhã, outros cinco minutos à tarde.

No escritório, a maioria protestou, ter de apanhar chuva e sol, correntes de ar, ter de descer e subir escadas, que o elevador só funcionava quando queria, para um miserável intervalo de cinco minutos. Mas a varanda dava para as traseiras dos outros prédios, víamos os mesmos miseráveis cinco minutos de outros como nós, ou a dona de casa que estendia as peúgas do marido, e aquilo sabia-me a pátio de cadeia, sem sequer poder dar uma voltinha completa.

[Read more…]

Saída à irlandesa

Philippe Legrain, antigo conselheiro da Comissão Europeia, acusa a UE: “Os irlandeses foram intimidados e tratados de forma ultrajante durante a crise.” (link em inglês)

Escândalo em Ponte de Lima

governo

Imagens do governo exibidas na via pública.

Antologia do disparate contemporâneo

ritacoelho

a professora da Universidade Católica Rita Coelho do Vale acredita que da turbulência saiu um consumidor melhor. “Mais racional, menos sensível ao aumento do ego e à compra em função da marca, com quase orgulho em ser racional.
Quem não perdeu rendimentos tem, hoje, vergonha no acto do consumo desmesurado”, defende. Os portugueses, diz, “chegaram ao limite do espartanismo” – in Público.

Espartanismo? ah! sim, sodomização.