algo me diz…

que o fio vai romper por uma das pontas. Lagarde afirmou hoje que Portugal é o país do mundo que mais deve à instituição. 27 mil milhões de euros.
Assertivo também será dizer a Christine Lagarde que a instituição que dirige perdoou imensos mil milhões de dólares a estados onde interveio, principalmente aos africanos, por serem, à semelhança do caso português, de difícil (senão impossível) reembolso. Assim como também perdoou determinados empréstimos concedidos ao abrigo dos famosos programas de ajustamento a estados da América Central para estancar qualquer pavio que pudesse resultar numa acção revolucionária que pudesse colocar em perigo a hegemonia pretendida pelos norte-americanos para a região. Lembram-se do programa de El Salvador por exemplo?
Aliás, se recuarmos até ao final da década de 70\início da década de 80, são poucos os exemplos de programas nos quais os estados beneficiários pagaram os empréstimos granjeados junto da Instituição de Bretton Woods.

enquanto não sai a carta de intenções, enquanto a CGD e a TAP não são privatizadas (ficam para mais tarde umas palavrinhas sobre estas duas intenções) quer-me parecer que a dita saída limpa não foi assim tão arejada e tão sólida. se ao longo do programa assistimos (poucas vezes, mas assistimos) a um “chutar de culpas” do FMI para o governo português e do governo português para o FMI pelo incumprimento de algumas das metas (sucessivamente renegociadas em todas as avaliações), pode ser que o fim do programa faça finalmente cair as máscaras que creio existirem nos dois lados da barricada.

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