A demagogia demográfica

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Inventou-se um alvoroço porque os portugueses não se reproduzem, fodem mas não fazem, causa garantida para um Portugal em velhos, reformados para os quais teremos de trabalhar.

Não fodessem por abstinência, ou houvesse uma epidemia de infertilidades, era um problema.

O que temos é demagogia demográfica, investigada e publicada pela fundação Pingo Doce que por enquanto não pretende vender preservativos furados, e agora tomado como imperativo nacional pelo PSD, tipo esqueçam que agravámos todas as causas, estamos muito preocupados com as consequências.

Inventar dramas é compulsivo entre os praticantes da doutrina do choque, os que provocam não lhes chegam. O da quebra da natalidade e consequente envelhecimento da população é um bom exemplo, perfeitamente explicável e que a direita, responsável principal, decidiu transformar em catástrofe para vender contas poupança reforma.

Há uma quebra na natalidade? um crescimento da esperança de vida logo envelhecimento da população? Há, mas tem meio século: [Read more…]

Quando fazer história pode ser insuficiente

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Ponto prévio: Portugal está em disputa directa – sempre esteve desde que se conheceu o calendário – com a Ucrânia e a Rússia. Estranhou-se, por isso, que contra esses adversários o umpire manager, o senhor que manda nas nomeações – que por acaso é espanhol e se chama Antonio Morales – tenha escolhido para as duplas que dirigiram esses jogos, seguidos, um tal Aliaksandr Hrachou, de sua (falta de) graça, e aparecido no campeonato, vindo da Bielorrússia. Quando poderia perfeitamente ter nomeado Nick Bennett (inglês) ou Mike Gerving (alemão), nomeados e presentes em Lousada como árbitros neutros. E é para jogos destes que os torneios internacionais têm árbitros neutros. [Read more…]

Abriu a caça ao voto de emergência nacional:

eu já me inscrevi aqui. E tu? por que esperas?

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O mercado municipal

 Santana Castilho *

A municipalização da educação está a ensaiar os primeiros passos em contexto estratégico favorável, prudentemente escolhido, já que os professores não pensam senão nuns dias de férias, depois de afogados em trabalhos de exames, que culminaram um ano particularmente desgastante.

Foi Poiares Maduro, que não o ministro da pasta, que anunciou, na Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local da Assembleia da República, em Março passado, a intenção de o Governo entregar a gestão da educação a dez municípios-piloto. Na altura, não clarificou o que entendia por gestão da educação. Tão-só disse que a intenção do Governo era descentralizar. Mas descentralizar, verbo transitivo que significa afastar do centro, não é panaceia que traga automática melhoria ao sistema. O experimentalismo descentralizador dos últimos anos no que toca à colocação de professores e o cortejo inominável de aberrações e favoritismos que gerou é um bom exemplo de que muitas vertentes da gestão do ensino devem permanecer centralizadas. Justifica-o a pequena dimensão do país, a natureza dos compromissos, legais e éticos, assumidos pelo Estado face a um vastíssimo universo de cidadãos e as economias de escala que as rotinas informáticas permitem. Quanto aos aspectos que ganharão, e são muitos, se aproximarmos a capacidade de decidir ao local onde as coisas acontecem, não deve o poder ser entregue às câmaras, mas aos professores e às escolas. Justifica-o a circunstância de estarmos a falar da gestão pedagógica. Porque quem sabe de pedagogia são os professores. [Read more…]

Perfect Day (1972)

Perfect Day (Lou Reed, 1972) versão de Rui Reininho e Jorge Palma (homenagem a Lou Reed, Lisboa, Largo do Intendente, 1 de Novembro de 2013)