veio a Portugal filmar a nossa miséria pós-troika e entrevistar pessoas para o seu novo documentário. O governo não aceitou falar com ele. Em Outubro passado o Aventar legendou o seu «Quando a Europa salva os bancos quem é que paga?».
Ganhando milhões, queimando outros tantos
Pelo que li no artigo de ontem do Pedro Santos Guerreiro no Expresso, o “investimento” da PT na Whatever Espírito Santo (ou Espírito Santo Whatever, depende dos dias) não está a correr lá muito bem. Para além das perspectivas pessimistas dos gurus do mundo financeiro, e da expectativa de que o prazo para o reembolso do investimento não seja cumprido, existe a possibilidade de que as perdas provocadas pelo investimento possam comprometer os objectivos da empresa no processo de fusão com a Oi. Oi?
Após avaliação decorrente do processo de fusão com a Oi, os activos da PT foram estimados em qualquer coisa como 1900 milhões de euros, o que corresponderia a uma participação da PT na nova empresa de cerca de 37%. Ora como sabemos, a PT queimou recentemente cerca de 900 milhões de euros em “papel” – qual papel? – de uma Espírito Santo Whatever qualquer, quase metade do valor da avaliação. Por causa deste tiro voluntário nos dois pés, os tais 37% podem cair para algo entre 20% e 30%. Queima dinheiro, compromete a sua posição num negócio fundamental para as ambições da empresa e ainda vê as suas acções caírem perto de 20% em bolsa, uma das mais acentuadas quedas da história da PT.
Perante tudo isto, alguém por favor me explique isto porque eu aparentemente sou ignorante demais para perceber: quem são os idiotas que remuneram principescamente este tipo de incompetentes? É isto a gestão de topo em Portugal?
Desde já o meu muito obrigado.
P.S. O camarada Maduro envia cumprimentos.
Visto de fora
O “resgate” errado, que apenas
salvou os investidores estrangeiros,
principalmente alemães, de
perderem nos maus investimentos
que fizeram, mina a confiança nas
instituições democráticas dos países
afectados. Os Governos e os
Parlamentos desses países parecem
ser apenas marionetas nas mãos de
desconhecidos, e não eleitos,
burocratas estrangeiros. E, ou, de
investidores.
…
o verdadeiro objectivo dos
“planos de resgate” foi salvar os
bancos – alemães, franceses,
ingleses – e os seus clientes ricos
que fizeram investimentos
estúpidos em bancos
sobredimensionados, alimentados
pelas bolhas imobiliárias, na
Irlanda, na Espanha e em Portugal.
Por esta razão, as dívidas dos
bancos a credores privados foi
reciclada em dívida dos Estados a
credores oficiais. Em vez dos
investidores, quem assumiu o risco
foram os contribuintes de todos os
Estados da Europa [P]
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