Niemand ist vollkommen

„Sie sind ein Monster!“
„Und Sie sind Anwalt! Niemand ist vollkommen.“
Dracula

***

No tal artigo do “nobody is perfect”, Cavaco grafa 30 de Janeiro. Muito bem. 30 de Janeiro. Lindo menino. Mas Cavaco grafa perspetivas (muito bem, dirá um adepto português do #AO90, muito mal, dirá um homólogo brasileiro e muito mal, direi eu também, obviamente). Cavaco grafa diretamente (muito mal, direi eu, muito bem, dirão os nossos amigos de há pouco). Logo nos primeiros parágrafos do artigo de hoje, Cavaco explica-nos as virtudes do #AO90. Cavaco mandou. Santana cumpriu. Por isso, por haver tanta sabedoria e sensatez, tivemos há uns anos o “agora facto é igual a fato (de roupa)” de Santana. Quod erat demonstrandum. Agora, vou mas é trabalhar.

***

40 °C à sombra

Now I stand here waiting.

Gilbert/Hook/Morris/Sumner

Vicious
Hey, why don’t you swallow razor blades

— Lou Reed

ºF = (9 x ºC / 5) + 32 ou ºC = 5(ºF + 32) / 9

IPMA

***

40 °C à sombra? Por cá, nem por isso. Contudo, por aí, como reiterava alguém, no longínquo Verão de 1993, diz que sim.

Todavia, no sítio do costume, independentemente dos alertas, quer os ocasionais no Público (há ligação no Ciberdúvidas, embora as palavras que aí se encontram a negrito não sejam as do original), quer os habituais cá por casa, a temperatura mantém-se extremamente estável.

Deve ser do calor.

Efectivamente.

Satélites

Frente a uma televisão aparelhada de pequenas engenhocas luminosas – para ver vídeos, fotos, partilhar, sincronizar – sentei-me no sofá, esse que diz o Millás que é como se estivesse conectado à televisão porque esta parece ligar-se sozinha quando alguém se deixa cair sobre aquele, sentei-me a aborrecer-me, e em vez de ver o que havia para ver, e que é agora praticamente tudo o que há no mundo – coisa que pode levar a vida toda, queira eu assim gastá-la – em vez disso comecei a ouvir, naquela estação de rádio que passa só na cabeça de cada um, o “Satellite of love”, e onde se diz, com enganadora inocência “Gosto de ver coisas na tv”. [Read more…]

Perfect Day (1972)

Perfect Day (Lou Reed, 1972) versão de Rui Reininho e Jorge Palma (homenagem a Lou Reed, Lisboa, Largo do Intendente, 1 de Novembro de 2013)

Tai chi, Lou Reed????

Acabadinho de ler no JN: A viúva de Lou Reed revelou que o músico morreu no domingo em Nova Iorque a olhar para as árvores e a praticar tai chi, segundo uma carta divulgada pela agência AFP.

É pá, e eu que pensava que uma estrela destas morria por, eu sei lá, uma valente overdose, acidente de mota ou algo mais radical. Agora, Tai Chi??? Nunca mais vou olhar para o Lou Reed com os mesmos olhos…

Laurie e Lou

«Aos nossos vizinhos: Que belo Outono! Tudo cintilante e dourado e toda esta suave e incrível luz. Água em torno de nós. Lou e eu passámos muito do nosso tempo aqui nos últimos anos, e muito embora sejamos gente da cidade, esta é a nossa casa espiritual. Na semana passada, prometi ao Lou tirá-lo do hospital e regressar a casa em Springs. E conseguimos! Lou era um mestre em tai chi e passou os seus últimos dias aqui a ser feliz deslumbrado pela beleza, o poder e a suavidade da natureza. Ele expirou no Domingo de manhã a olhar para as árvores e fazendo o famoso exercício 21 do tai-chi apenas com as suas mãos de músico movendo-se através do ar. Lou era um príncipe e um guerreiro e eu sei que as suas canções acerca da dor e da beleza no mundo repletarão muitas pessoas com a incrível alegria e o prazer que ele mesmo sentia pela vida. Viva para sempre a beleza que vem sobre, através e para cada um de nós.»

Laurie Anderson

Tinha de ser num Domingo de manhã

foto by lou reed

Morreu. Foda-se.

Podia escrever a minha vida com canções do Lou Reed. Toda? não, mas quase.

Lamentamos a morte dos que nos deixaram a sua obra, choro quem esteve sempre aqui, quando foi preciso. A minha elegia, em forma de legendas:

[Read more…]

Aventar Podcast
Aventar Podcast
Tinha de ser num Domingo de manhã
/

Lou Reed reedita Metal Machine Music

O problema deste álbum de 1975 foi ter saído em 1975. Na altura os patetas de serviço decretaram que o Mestre tinha ensandecido e acabado com a carreira.  Foi o que se viu. Em plena época de açúcar psicadélico e sinfónico era dissonante, palavra bem apropriada.

De qualquer forma se a remistura do álbum tiver baixado um bocadinho os agudos, eu agradeço Lou, embora a ti tudo se perdoe.

A revolução do rock'n'roll existiu mesmo?

O leitor do Aventar vai a passar em frente de um edifício e sabe que no seu interior estão, em boa e pacífica convivência, nomes como Jimi Hendrix, John Lennon, Amy Winehouse, Beatles, Tina Turner, Little Richard, Rolling Stones, Mick Jagger, Kurt Cobain, Bob Dylan, Morrisey, etc. Que faz o nosso leitor? Entra?

Eu entrava, se estivesse em Nova York e passasse em frente ao Museu de Brooklin, onde, até ao fim deste mês, se encontra presente a exposição “Who Shot Rock & Roll: A Photographic History, 1955 to the Present” dedicada aos fotógrafos que acompanharam por dentro e por fora a história do rock & roll, gente que registou para a posteridade o Woodstock e Monterey, e andou tu cá tu lá com  Sex Pistols, Led Zeppelin, Kiss, Prince, Lou Reed, Elvis Presley, Janis Joplin, Frank Zappa e muitos outros.

Entre nuvens de fumos, alucinogénicos químicos e naturais, álcool a rôdos, pós de todas as proveniências e ressacas várias, é legítimo que se pergunte: a revolução do rock & roll existiu mesmo?

Existiu. As fotografias cá estão para o provar.