Entre o episódio dos paralíticos gregos e o da possível brincadeira à volta da sexualidade de Alexandre Quintanilha, há uma diferença: desta vez, José Rodrigues dos Santos (JRS) pediu desculpa. Justiça lhe seja feita.
Convém, de qualquer modo, lembrar a persistência das dúvidas de Alexandre Quintanilha e ler o texto de Ferreira Fernandes. Além disso, se é certo que este problema não se colocaria se Quintanilha não fosse homossexual, é igualmente certo, na minha opinião, que, com outro jornalista, a polémica dificilmente atingiria as proporções que atingiu.
Basta ver, mesmo fazendo justiça a JRS, que, no meio das desculpas, não consegue deixar de enviar alguns remoques: que está tudo louco e que as críticas resultam de invejas. Nada que espante em alguém que está demasiado cheio de si. Junte-se a este caldo que é, no mínimo, estranho que um jornalista não saiba nem queira saber que Alexandre Quintanilha é homossexual ou a por que partido foi eleito, não por pura coscuvilhice, mas pelo eventual interesse jornalístico que isso possa ter.
Digamos, portanto, que, tendo em conta as pantominices e os disparates que JRS tem produzido ao longo dos anos, não ficaria admirado que lhe passasse pela cabeça fazer uma piada sobre a homossexualidade de uma figura pública. Acrescento, a propósito, que não tenho nada contra piadas sobre qualquer assunto, mas deixaria isso para humoristas ou, na pior das hipóteses, para gente que escreve em blogues.
A verdade é que, para jornalista, JRS está demasiado preocupado em ser engraçado e, para humorista, falta-lhe graça. Se o quisermos comparar com uma figura internacional, teremos de chegar à conclusão de que Jon Stewart tinha muito mais piada (e fazia muito mais do que piscar o olho), com a agravante de que, sendo assumidamente um humorista, informava melhor e pensava melhor.
Finalmente, neste vosso blogue, fui incluído pelo Marco Faria numa rede de linchamento popular, o que é justo, uma vez que me passeio pela blogosfera, esse faroeste sem lei. É certo que o mundo das redes sociais e dos blogues se presta a muito disparate e eu não sou imune a isso, mas é, pelo menos, tão fácil diabolizar todo este mundo virtual como criticar o Rodrigues dos Santos.
De qualquer modo, para que o Marco não fique enganado, é bom que fique claro que, embora desconhecido, não sou anónimo, e que me posso dar ao luxo de piscar o olho aos leitores ou de dizer mal dos gregos, porque não sou jornalista. Aproveito, ainda, para lhe recomendar uma leitura atenta das redes sociais e dos blogues: a exploração dos jornalistas e a tabloidização da informação são temas abundantemente tratados.
O 4º poder aí está em força!
Ainda agora, no programa humorístico de R A Pereira, 4 “poderosos” fazedores de opinião e de contra informação.
Por trás, grandes grupos económicos.
Pela frente (ou ao lado), um humor a vender-se.
Entende-se.
Afinal, a realidade ultrapassa o humor.
O post abaixo, sobre o discurso “simples” do professor MRS, não abriu caixa de comentários?
Não esperava que o Doutor Quintanilha falasse.
Sentiu-se ofendido. Não percebo muito bem porquê.
Como falou aumentou a “maluqueira”.
Está no seu direito de se manifestar ofendido, falando. Podia manifestar-se calado e deixar o Zé papagaio só, com a sua frase se sentido.
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=KrlzaBNgz-M&w=420&h=315%5D
Devia ser proibido falar do orelhas e o do John Stewart no mesmo artigo.
O mundo pode implodir perante tamanha enormidade.