Leio no Jornal Económico, por sinal um jornal a trabalhar em condições muito difíceis – com vários meses de salários em atraso e numa situação terrível de indefinição porque o proprietário, a famosa Ongoing, não tem dinheiro para uma reestruturação e espera desesperadamente vender o título-, que o Governador do Banco de Portugal contratou mais um assessor financeiro para vender o Novo Banco. Desta vez contratou o alemão Deutsch Bank.
Mas quantos assessores são necessários para o Banco de Portugal, que tem funcionários competentes nos seus quadros, vender o Novo Banco? E quanto vai custar toda essa “assessoria”? Assim por alto identifico:
- Sérgio Monteiro, contratado pelo Banco de Portugal para vender o Novo Banco. Segundo o supervisor bancário, que abordou o assunto em resposta a um conjunto de questões apresentadas por Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, a contratação de Sérgio Monteiro visou coordenar e gerir a resolução do BES e a venda do Novo Banco, tendo esta sido a solução para responder à “particular urgência” do dossiê “atenta a necessidade de acompanhamento da elaboração pelo Novo Banco do plano de reestruturação” que devia ser fechado até ao final de 2015. Valor do contrato (12 meses): 304,8 mil euros + IVA;
- BNP Paribas, contratado pelo Banco de Portugal para assessorar a venda do Novo Banco por ajuste direto no valor de 15 milhões de euros + IVA.
- TC Capital, contratada pelo Banco de Portugal para assessorar a venda do Novo Banco. Valor do contrato: 800 mil euros + 500 mil euros de prémio = 1,3 milhões de euros + IVA.
- Sociedade de Advogados Vieira de Almeida, contratada pelo Banco de Portugal para assessorar a venda do Novo Banco, num contrato em pacote por 3 anos no valor de 1,5 milhões de euros + IVA.
Quanto é no total? Eh pá, como dizia o outro, é fazer as contas. Só espero que o valor da eventual venda chegue para pagar todas as ASSESSORIAS e respetivos PRÉMIOS DE SUCESSO. Já sabemos que isso é tudo NEGÓCIO PRIVADO. Só será PÚBLICO se sobrar algo para PAGAR, pois aí entra de novo o contribuinte para assegurar os prejuízos. A regra é: lucros privados, prejuízos públicos.
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Aditamento: ia a descer no elevador e perguntam-me quase em sussurro: Porque razão não é o próprio gabinete do Governador do Banco de Portugal, coordenado por ele mesmo, a vender o Novo Banco? Não tem competência? Faltam-lhe contactos?
Uma chatice estes elevadores, fazem perguntas pertinentes 🙂
Uma vergonha