União Europeia: A Austeridade Assassina

Hopeless_jpg_470x420_q85Jeff Madrick publicou ontem no NYK blog, “The New York Review of Books”, um texto de severa crítica à política de austeridade europeia. Tem o título “How Austerity is Killing Europe”, sendo ilustrado pela imagem aqui reproduzida de um cidadão grego a passar na frente de um ‘graffiti’ em Atenas.

O artigo, embora de incidência sobre teorias económicas, está redigido e estruturado de forma clara, com análises e ideias consistentes. É transversal em  relação à UE e à Zona Euro, como áreas da geografia de sistemas económico-financeiros agregados; e sobretudo é implacável para governantes e tecnocratas da governação que, convencidos de obter resultados inversos, executam políticas de assassinato da Europa. Os crimes são de diversa natureza, mas o desfecho é, de facto, empobrecer, torturar e destruir a vida de milhões de cidadãos do Velho Continente. Eis um excerto do 1.º parágrafo do artigo em causa:

A União Europeia tornou-se um círculo vicioso de dívida florescente, levando a medidas radicais de austeridade, que por sua vez mais enfraquecem as condições económicas e resultam em novas políticas agravadas do governo com cortes prejudiciais nos gastos públicos e alta de impostos.

Os factos relatados e os argumentos utilizados por Jeff Madrick são, efectivamente, peremptórios. Porém, e dada a evidência do mal, fico surpreendido como, em Portugal por exemplo, haja quem acredite que o actual governo é diferente e melhor do que o anterior, furtando-se a reflectir – e muito menos a admitir – nas consequências dramáticas do desastre da acção governativa para o País e a sua população; responsabilidade compartilhada, embora, pelas ignomínias da ‘troika’ de  malfeitores da “ajuda externa”.

Entre os crentes, uns, poucos, fazem-no por ingenuidade, indiferença ou irreflexão. Mas outros, que me provocam psoríase, são aqueles que usando mais ou menos sofisticada verve – sempre é mais fino dizer verve em vez de lábia – agem na defesa do indefensável, elogiando até, se necessário, quem é trânsfuga ou retira do país milhares de milhões de euros, justamente no tempo em que o nefasto governo de Coelho e Portas, em acréscimo de outros despautérios, elimina a cerca de 15.000 pobres uma  parcela de reduzidas pensões sociais.

A austeridade como medida política é, sem dúvida, a morte social e económica da Europa. Quem estiver interessado em fazer uma leitura do texto, poderá escolher entre duas opções:

 “How Austerity is Killing Europe” – versão original, em inglês

COMO A AUSTERIDADE ESTÁ A MATAR A EUROPA

Comments

  1. Ana Paula Fitas says:

    Carlos,
    Fiz link… e agradeço 🙂
    Com votos de Bom Ano e um abraço.

  2. Carlos Fonseca says:

    Ana Paula,
    Obrigado. BOM ANO TAMBÉM PARA SI!
    Um abraço,
    CF

Trackbacks

  1. […] Terminamos nós com eles ou terminam eles connosco? partilhar:Facebook Esta entrada foi publicada em economia, política nacional, com as tags défice 2012, Fundo de Pensões da Banca, Governo de Coelho e Portas, OGE 2012, Pagamento de Pensões a Bancários, vítor gaspar, por Carlos Fonseca. Ligação permamente. […]

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