Novamente, relação PSD/banca obriga os “contribuintes” a pagarem buraco

bes prejuizo

Depois de Cavaco Silva, Carlos Costa, Maria Luís Albuquerque e Pedro Passos Coelho terem, todos eles, afirmado solene e repetidamente que a solução que eles escolheram para o BES não teria impacto para os portugueses, ou para os “contribuintes”, como eles dizem, logo se começou a duvidar da seriedade das posições por eles assumidas.

Durante o último ano uma coisa e o seu oposto disseram sobre este assunto. A ideia de que, afinal, os portugueses seriam chamados a pagar o buraco do BES foi sendo sucessivamente trabalhada na opinião pública.

Este é o terceiro banco que, por mão do PSD, volta a ter o buraco das contas pago pelos portugueses. Primeiro foi o BPN e o BPP, bancos dos quadros do PSD e falido pelos quadros do PSD. O BPN foi nacionalizado pelo PS, para mal das nossas finanças, que viram um prejuízo privado transformado em prejuízo público. O BPP foi outro banco cujos prejuízos foram transferidos para o erário público. E agora é o BES, o qual pela mão do PSD e do CDS, volta a ser um banco no qual as trafulhices da família Espírito Santo estão prestes a ser pagas pelos portugueses.

Qual é a pressa, como perguntaria Seguro, qual é a pressa para vender o BES com tal urgência?


Estando o mal feito, graças à solução que escolheram, porque não esperar por um melhor momento para minimizar os prejuízos? Obviamente que a pressa é para garantir que o negócio é fechado com este governo. Porquê? As hipóteses são:

  1. As contas públicas estão de tal forma mal paradas que urge injectar dinheiro para compor a situação. Esta situação é plausível.
  2.  Há interesses ligados a este governo que querem garantir que o negócio tem o desfecho que lhes agrada, o que poderá não se concretizar com uma mudança de governo. Atendendo ao modus operandi da classe política em geral e destes protagonistas em particular, esta hipótese também é plausível.
  3. Ambas as possibilidades anteriores.

Os portugueses não esquecem e as declarações dos que então mentiram aqui estão, preto no branco.

Cavaco Silva, 26 Setembro 2014
“A autoridade de supervisão, entre as alternativas que se colocavam, escolheu aquela que melhor servia o interesse nacional e que não trazia ónus para o contribuinte”

Carlos Costa, 3 de Agosto 2015
“A medida de resolução agora decidida pelo Banco de Portugal, e em contraste com outras soluções que foram adoptadas no passado, não terá qualquer custo para o erário público, nem para os contribuintes”.

Maria Luís Albuquerque, 3 de Agosto 2015
“A solução de financiamento encontrada – um empréstimo do Tesouro ao Fundo de Resolução a ser reembolsado pela venda da nova instituição e pelo sistema bancário – salvaguarda o erário público”.

Maria Luís Albuquerque, 7 de Agosto 2015, Assembleia da República
“Aquilo que o Estado concede é um empréstimo com maturidade mínima de três meses e máxima de dois meses, que neste momento se restringiu a 3,9 mil milhões de euros. O reembolso deste empréstimo é independente do momento e do valor pelo qual o Novo Banco seja vendido. Quem é o responsável pelo reembolso deste empréstimo é o fundo de resolução. E o fundo de resolução é alimentado exclusivamente por fundos que vêm do sector financeiro”
“Os contribuintes receberão necessariamente de volta o seu montante. Não há risco neste empréstimo. Será reembolsado independentemente do que aconteça de quando e por quanto for vendido”.
“Aconteça o que acontecer ao Novo Banco, [o Estado] não vai ser chamado a pagar eventuais prejuízos. Isso tem de ficar muito, muito claro”

Passos Coelho, 4 de Agosto 2014
“O que no passado tivemos e que não deveria voltar a repetir-se, e não vai voltar a repetir-se, é serem os contribuintes a serem chamados à responsabilidade por problemas que não foram criados pelos contribuintes, por isso é natural que sejam os accionistas e a dívida subordinada, nos termos da nova legislação, a responsabilizarem-se pelas perdas que venham a ocorrer”.

Passos Coelho, 10 de Agosto 2014
“Esta solução é a que melhor protege os contribuintes. Este processo não é equiparável a outros processos que ocorreram na banca portuguesa: o Estado não fez uma recapitalização do banco, nem assumiu com dinheiro dos contribuintes a recapitalização do banco. Não há nenhuma consequência directa para aos contribuintes. É conhecido que o Estado detém um banco. E se essas perdas vierem a ocorrer também terão impacto na CGD”.

via Jornal de Negócios

Comments

  1. Já não sou crente destes governos do pós 25 de Abril . Já penso que Guerra Junqueiro no final do séc XIX tinha toda a razão e Salazar sabendo do caso aproveitou-se da situação . Há 12 anos atrás o meu filho disse-me . Pai vou emigrar este país não tem conserto . E lá foi agora vou-lhe pedir asilo Só espero pelas eleições mas estou de malas feitas .

  2. Niko says:

    Srº RANJEL esta é a justiça do seu governo?

  3. João Luís Fernandes says:

    Aonde vamos parar com governantes destes, que com certeza e apenas querem tirar a todo um povo (trabalhadores e reformados), para dar a estes GRANDES LADRÕES, que são os banqueiros deste País.

  4. martinhopm says:

    É facto que andamos a trabalhar e a ser roubados indecentemente para encher o cu da finança internacional e nacional, via UE e seus acólitos, os do des(governos) deste país, seja PSD/CDS seja PS. Quem ainda não viu, foi porque não quis ver. Até quando vai o povo aguentar? Eles, os PSD/CDS acolitados pelos do PS, controlam a seu bel-prazer os meios de comunicação social. E assim conseguem uma lavagem ao cérebro de muito boa gente. E levam a deles avante. E agora vamos pagar o BES/GES, como o BPN, BPP, as PPP, os «swaps» e tudo o mais.

  5. Orvalho says:

    Contrariamente, entendo que dadas as fusões que se adivinham, algumas das quais para evitar insolvências, quanto mais tarde pior ..
    E quanto mais tarde pior, dadas também as particulares ligações do PS ao BES ..
    http://videos.sapo.cv/PYak2Jir100PyrO8DGcS
    http://zap.aeiou.pt/camara-de-lisboa-suspeita-de-favorecimento-ao-grupo-espirito-santo-67255

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