Luís Cília canta a sua canção de 1964 e hino de resistência, «Canção Final, Canção de Sempre», com poema de Manuel Alegre. A gravação foi feita num restaurante de Paris, onde o autor, exilado, ganhava a vida cantando. Devido à proibição dos seus discos em Portugal, esta música foi editada no nosso país com a voz de Adriano Correia de Oliveira.
Luís Cília nasceu no Huambo, Angola, em 1943. Veio para Portugal com 16 anos. Começou a dedicar-se à música em 1962, depois de conhecer o poeta Daniel Filipe. Dois anos depois, era obrigado a partir para Paris, onde se manteve até ao 25 de Abril.
Ao longo da sua carreira, gravou dezoito discos, sendo que o primeiro, «Portugal – Angola: Chants de lutte», foi publicado em França em 1964. Dele consta o referido «Canção Final, Canção de Sempre» e ainda outros hinos de resistência, como «Meu País», «Canto do Desertor» ou «Sou Barco».
De regresso a Portugal, após a Revolução, continuou a gravar como compositor e intérprete e a dedicar-se aos recitais. Consagrou alguns dos seus discos a poetas como Eugénio de Andrade, Jorge de Sena ou David Mourão Ferreira.
Nos últimos anos tem-se dedicado apenas à composição, nomeadamente para Teatro, Bailado e Cinema.
É com muito prazer que assiná-lo esta sua memória relativamente ao Luis Cilia. Singela e muito bem feita. Parabéns. Continue …oara que os “nevoeiros” espectaculares e de esquecimento que são os nossos tempos, sejam dissipados.
Obrigado, caro Leonardo.E porque toda esta gente não pode cair no esquecimento, aconselho-o a Semana que estamos a promover para comemorar os 80 anos do nascimento do Zeca. Se fosse vivo, como seria Portugal hoje?