Recordam-se de “O Meu Pipi”? Pois, imaginei que sim mas não, não foi este o primeiro livro nascido de um blogue. O primeiro já não interessa, muito menos o último, que não se prevê para breve. Serviu esta introdução para comentar o lançamento em papel de alguns dos excertos mais significativos de um dos blogues mais visitado do país, “A educação do meu umbigo”.
Criado, feito, dinamizado e tudo mais por Paulo Guinote, este blogue tornou-se, em cerca de quatro anos, um sucesso, com milhares de visita, links, comentários, referências, um veículo de pressão e ajudante de campanhas negras. São resultados que não deixam de surpreender para um país como Portugal e para um blogue sobre um tema específico. Está bem feito, sim senhor. Dinâmico, bonito, tem de tudo, desde bons textos, fotografias, cartoons, ligações para outros blogues, mas continuo sem perceber o êxito tamanho, capaz de fazer corar os mais populares blogues colectivos.
Os dramas e conflitos no sector da educação nos últimos anos ajudaram, claro. O facto de todos os funcionários do Ministério da Educação o visitarem todos os dias, também. Eu próprio também ajudei e ajudo, mas não é ainda explicação.
Queres ver que é por ser um blogue sobre educação e a vida dos professores, com muito conteúdo específico para mestres-escola e este terem muito tempo disponível?
eu nunca lá fui!
Pois eu vou todos os dias.E revejo-me em tudo o que o Paulo Guinote escreve.
Ora cá vamos nós à primeira (diz)CUrdância.Os méritos do trabalho blogueiro do Guinote estão reconhecidos por todos, dispenso os meus dedos e o teclado emprestado para outros proveitos.A consideração final do José Freitas atira a coisa para o campo do lugar comum e do pensamento fácil: os professores são os mimados, que não fazem nada, trabalham pouco e não fazem nada.Foi assim que a Maria de Lurdes chegou, com os seus dois amigos inseparáveis: lembram-se daquela ” Perdi os professores, ganhei a opinião pública!”.Pois acabei de confirmar que a Srª tinha razão – tem o José Freitas do lado dela.E eu que pensava que dois anos inteirinhos do mais puro exercício de Democracia tinham ajudado a esclarecer algumas coisas. Afinal estava enganado!
Pior, João Paulo, é quando tenho de levar, na minha própria família, quantas vezes!, com o costumeiro «Os professores não fazem nada».Quanto ao José Freitas, ele estava a brincar certamente. Ainda no outro dia lhe disse que ele, como jornalista, só trabalha cinco minutos por hora, e ele até achou piada.
Por acaso, e isto não é novidade nenhuma para o Ricardo,de outras lutas, considero que os professores têm muita culpa de serem tão injustiçados. A classe não pode deixar que burocratas do ministério e dos sindicatos lhes tracem o destino.
Manifestação de interesses (não tem nada a ver mas achei piada e está na moda): Não estou do lado da sra. ministra, nem do lado dos professores. Estou do lado da educação que é, a par da saúde, uma pedra basilar da democracia e do desenvolvimento de um país. No conflito da educação não há razões absolutas. Nem da sra. ministra, nem dos professores. Já casmurrice, parece haver muita.