Privilégios – O Estado pode matar ?

Lembramo-nos ainda todos do assalto à Agência do BES ali ao Parque Eduardo VII.

Os dois assaltantes foram mortos a tiro por dois “snipers”, que friamente e a mando de quem nem sequer estava no terreno, esperaram pacientemente que os dois rapazes lhes dessem a possibilidades de os abater.

A questão aqui é que a vida dos funcionários da Agência e dos clientes corria perigo.Compreende-se que a partir de certo limite o perigo de morte incline a balança para esta actuação.

Agora, comparece a situação com a do ourives que é chamado a casa para defender os seus bens que estão a ser assaltados. Fica em casa a acabar o jantar e apresenta a factura à companhia de seguros, ou tenta defender o que é dele?

No caso do Estado a violência é premeditada, calculista, estudada não há emoções misturadas. Quem mata, mata porque é essa a sua função, não tem a vida nem os bens em perigo. Não estou a dizer que não deve ser assim ou a emitir opinião, estou apenas a constactar um facto.

Agora quem, não tendo formação militar, que reage sob a emoção, correndo o tremendo risco de morrer, abate dois assaltantes, não tem a sua acção explicada perante a Lei ?

Então, o Estado que manda matar num caso é o mesmo Estado que pede até cinco de cadeia e acusa de Homícidio Privilegiado quem matou a defender o que é seu ?

Há um deus menor a tomar conta das nossas vidas a quem tudo é permitido!

Comments

  1. xico says:

    Haverá juízes em Berlim?

  2. Luis Moreira says:

    Para o Estado parece que não.

  3. Carlos Loures says:

    Este caso é escandaloso. Se formos assaltados, temos de ter cuidado para não molestar os assaltantes. Mundo cão (pedindo desculpa aos cães, naturalmente). Bom texto, Luís.

  4. maria monteiro says:

    Luís eu entendo o que queres dizer. O ourives não deve ser condenado e isso para mim está claro. Com a continua onda de assaltos (não sei se as seguradoras, empresas de alarmes, segurança, protecção, vídeo,… já lucraram muito com isso) sou de opinião que as armas de defesa deveriam ser “paralisantes” e nunca das que matam.

  5. luispt84 says:

    O assaltante tirou ao assaltado uma grande quantidade de bens. O assaltado tirou a vida ao assaltante!

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