SCUTS, Portagens e Desobediência Civil

No “Directo ao Assunto” da passada Quarta-feira, o Carlos Abreu Amorim teve a coragem de chamar os bois  pelos nomes e não foi nada meigo com os responsáveis do Ministério das Obras Públicas. Ele disse aquilo que todos pensam e até contou a velha história da tentativa falhada do Estado Novo de colocar portagens na Ponte da Arrábida. Já o desafiei para contar essa história na blogosfera.

Continuo sem perceber: a estranha forma de colocação de pórticos na A28 que livrou as câmaras socialistas de portagens; a isenção da Via do Infante e da A25, A23 e A24, entre outras; a forma “mole” como o povo do Norte está a reagir, ainda, a mais esta afronta; como se vai pagar as ditas portagens (Via Verde? e quem não tem? e os automóveis  de matrícula estrangeira? e quem não é da região mas por aqui passe?); quanto custaram os pórticos e quanto vai custar ao Estado as “vias verdes” gratuitas? Quanto vamos pagar todos, via contratos, às empresas concessionárias e quanto do que vamos pagar directamente em portagem vai corresponder em diminuição de pagamento do Estado às concessionárias?

Comments

  1. inquieto says:

    A busca incessante e cega de receitas leva a estes disparates. Mas o “povo” não anda “mole”, parece-me mais que anda metido numa panela de pressão e sem que se note, ou se dê a importância devida, vão havendo uns que assaltam estações de correios, assaltem bancos, joalharias ou então passem droga. Qualquer dia a tampa salta a sério e pode ser que algum destes senhores apanhe com um tiro nos cornos.

  2. Milan Kem-Dera says:

    Já aqui me manifestei em posts anteriores do Aventar, sobre este mesmo assunto.
    O que então disse, e continuo a afirmar, é que o estado se está a aproveitar, oportunisticamente, das autoestradas que apresentam bastante movimento, portanto que dão mais receita, sem ter sequer em consideração se têm ou não alternativas eficazes e independentemente do local onde existem.
    É este o caso das A7/28/29/41/42, com a agravante, agora detectada, de serem isentados os troços destas vias no trajecto das autarquias socialistas!…
    Quanto aos casos das A23/24, não vale a pena portajá-las, já que o tráfego que nelas flui não justificaria o investimento dos pórticos, sequer.
    No caso da A25, bem, este seria daqueles casos tão, mas mesmo tão aberrantes, que portajá-la seria um verdadeiro crime de lesa pátria.
    Trata-se de uma duplicação do IP5, cujas obras foram ditadas mais pela segurança dos utentes (era considerada a estrada da morte) do que propriamente pelas necessidades de satisfazer o aumento do trânsito. Além disso, é a principal via de entrada/saída de Portugal para a Europa. Além disso, e acima de tudo o mais, ela NÃO TEM ALTERNATIVA. Já o IP5, seu antecessor, fora construido exactamente pela manifesta falta de alternativas entre a fronteira e o mar, entre Vilar Formoso e Aveiro.
    Agora quanto à A22 (via do Infante), o caso muda radicalmente de figura. Aqui existe alternativa (sempre houve), a N125, paralela à A22 na maior parte do trajecto. Sendo uma zona das mais favorecidas do país, porque razão se não portageia? Por ser também uma entrada/saída do país? Porque lá vivem e circulam muitos estrangeiros? e depois?… uns pórticos aqui e a receita seria enorme, o transito é intenso e apetecível para os bolsos sem fundo do estado!
    Então porque será que se não portageia a A22 e se pretende portajar as A7/28/29/41/42 ???…

    Além do mais, elas – as SCUTs – foram construídas com o compromisso de não terem portagens!…

    Além disso, as populações por elas servidas nunca exigiram autoestradas, mas sim boas estradas que lhes permitissem bons acessos. Se à partida lhes tivessem proposto o presente envenenado das autoestradas a pagar, tenho a absoluta certeza de que as recusariam violentamente!…

    O que agora se está a fazer, ao portajá-las, é um caso de VERDADEIRA MÁ FÉ por parte de um governo que já está em completo desnorte e sem qualquer respeito pelos cidadãos e pelos acordos feitos pelos governos anteriores!…

  3. Luis Moreira says:

    Parcerias “oblige”! O S é de só não é de sem…


  4. Já agora, e numa directa para todos os emidios rangéis e demais inteligentes de Lisboa que tanto defendem as portagens, porque não encher de pórticos também a 2ª Circular/IC19 ?
    Argumentar e dizer que existem alternativas para as A7/11/28/29/41/42 é o mesmo que dizer que existem alternativas para a 2ª Circular e o IC19…
    Absurdo, não é?… Estúpido, não é?…
    Mas então os critérios de aplicação ao Norte já não se aplicam a Lisboa?
    E que tal na CRIL ?… antes de existir também a malta se tinha de desenrrascar, não era? então também tem alternativas… toca a pagar portagens na CRIL !!!

  5. maria monteiro says:

    o povo já não tem dinheiro para gasolina, carro, seguro, manutenções. O povo pensa é no preço dos passes sociais

  6. mjrijo says:

    via verde não tenho, mas vou-me relembrar como se anda de bicicleta que dizem que nunca se esquece

  7. Luis says:

    A N125, uma alternativa à via do Infante?!? Experimente percorrer a N125 entre Vila Real de Santo António e Lagos para ver o que é bom. A não ser que ache que basta existir uma estrada ao lado, por muito mais lenta e cheia de tráfego que seja, para haver uma alternativa. Para mim, exemplo de alternativa é o IP1, paralelo à A2, entre a Marateca e o Algarve.

    O governo, na ânsia de obter receitas para baixar o défice, resolveu pura e simplesmente ignorar o facto principal pelo qual as SCUTs foram abertas sem custos: porque NÂO HAVIAM ALTERNATIVAS VIÁVEIS ÀS MESMAS!

    Pergunta: já foram construídas as tais alternativas viáveis? Resposta: claro que não!

    Ainda por cima, querem obrigar o cidadão a ter uma conta bancária para poder andar nas SCUTs. Como é que é possível que não sejam obrigados a colocar sistemas de pagamento manual? O automatismo total (chip ou Via Verde) devia ser inconstitucional! Porque é que nas SCUTs podem existir apenas mecanismos automáticos e nas restantes vias existem também mecanismos de pagamento manual?

    E depois vêm as medidas para tentar calar as pessoas: residentes e agentes económicos não pagam. No caso da via do Infante, o que é um residente? Alguém que viva no Algarve (distrito de Faro)? Só os concelhos atravessados pela via? Quanto aos agentes económicos, deixa de haver contestação por parte daqueles chatos dos camionistas, que bloqueiam as estradas todas.

    Isto está tudo a ser implementado em cima do joelho, sem pensar e sem sentido nenhum.

    Neste caso só vejo uma resposta adequada: a desobediência civil. Não, desta vez não vamos ter os camiões a fazer o trabalho por nós.

    Milan Kem-Dera :
    (…) Agora quanto à A22 (via do Infante), o caso muda radicalmente de figura. Aqui existe alternativa (sempre houve), a N125, paralela à A22 na maior parte do trajecto. (…)
    Além do mais, elas – as SCUTs – foram construídas com o compromisso de não terem portagens!…