O Ministério da Educação elaborou um documento com instruções para a realização dos exames nacionais 2011. Apesar das suas 71 páginas serem uma ode à burocracia, um Agrupamento de Exames da zona da Lisboa achou que ainda não se tinha ido longe o suficiente. Por isso, decidiu “resumir” o documento original para “apenas” 35 páginas mas com a particularidade de acrescentar o que se segue:
Recomendações do Agrupamento de Exames
Os professores vigilantes não podem :
1. Estar sentados
2. Ler
3. Conversar
4. Estar fora da sala de exame
Os professores vigilantes não podem estar sentados durante o exame?! Mas terá esta gente ensandecido com esta recomendação em forma de ordem (note-se no uso de “não podem” em vez de “não devem”)? Duas horas e meia em pé, e sem se transformar a sala de aula num espaço de marcha, não é pera doce. Para mim, pelo menos, não seria, graças a uns brindes com que a vida presenteou a minha coluna. Uma coisa me parece certa, quando aparentar que a burocracia chegou ao expoente máximo, alguém ainda terá um “e se…” para propor mais uma ou outra regra.
Por isso é que eu acho que alguns professores devem ter – têm que ter – mais horas de trabalho com os alunos… não lhes sobraria tempo nem energia para inventarem coisas destas e semelhantes…
Regras, queremos regras…
Regras, venham elas…
manuel gouveia: está à espera de alguma menstruação? olhe que os teste de gravidez que existem no mercado parece que já dão uma informação de confiança…
weeeeeeeeeeeehhhhhhhhhhhh
Nem na casa de banho?
Coitadinhos dos professores que não conseguem estar mais de duas horas de pé. Se eu fosse professor ia já a correr fazer queixinhas para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
Bom, eu não sou professor, logo esta não é para mim. Mas não deixa de ser uma observação triste por duas razões:
1. porque razão se vigia melhor uma prova se se estiver em pé?
2. há pessoas com problemas em estarem duas horas em pé, sabia? Eu sou uma delas. Parabéns a si que tem uma saúda de ferro. Mas olhe, a idade tudo leva 😉
Este pensa que ainda estamos nos tempos da arguida Maria de Lurdes Rodrigues.
Bem, a não ser que o professor esteja sentado num estrado, (o que actualmente não pode ser porque fere “o principio da igualdade” e representa opressão), parece-me que um professor estando de pé e a circular pela sala, consegue controlar melhor os alunos ou pelo menos criar nestes um maior receio que poderá prevenir o recurso ao cabulanço.
Estando um professor sentado, dificilmente conseguirá ver mais além das primeiras filas.
Por outro lado, lá por que a si lhe doiem as costas, isso não serve de argumento para defender a causa. Se fossemos por aí ninguém trabalhava de pé.
Agora imagine o que é que um operário fabril, um segurança, um agricultor, ou qualquer outra pessoa que para ter o pão no prato tem que passar longas horas de pé iriam pensar das queixas dos professores por estarem 2 horas de pé. Não abusem do mimo.
«Estando um professor sentado, dificilmente conseguirá ver mais além das primeiras filas.»
Vejamos, o bom senso fica bem em todo o lado. Nem eu digo que tenha o professor que estar sentado as duas horas nem, julgo eu, o Artur acha que tem ele que passar duas horas a cirandar na sala.
Agora o que diz textualmente a referida recomendação é que os vigilantes não podem estar sentados.
Ó Artur, gostei dessa comparação. Digna de quem deve ter tido aulas leccionadas por “um operário fabril, um segurança, um agricultor ou qualquer outra pessoa.”
Já para não falar na estranheza que me causa alguém ter sentido que era preciso colocar esta proibição numa qualquer recomendação.
Nesta linha de ideias, aqui ficam outras proibições:
– É proibido espirrar e tossir – pode interromper o raciocínio
– É proibido usar saias e roupa justa – distrai o olhar
– É obrigatório usar pantufas – todo o outro calçado faz demasiado barulho
– …
É ténue, a linha entre o ridículo e o razoável. Nesta do sentado, passaram nitidamente do razoável.
A dos trapos existe, não sei se escrita, mas já a ouvi, e aplica-se a alunos e vigilantes. Mas essa faz todo o sentido. O que é mais idiota nessa do “não se podem sentar” é que andar de um lado para o outro desconcentra os alunos. Quem a inventou nunca fez um exame na vida.
Além de que, ao contrário do que pensa o Artur, a mais mortífera forma de apanhar alunos a copiar passa por estar sentado, descontraído, fingindo olhar para a janela, ou pior ainda, de óculos escuros. Isto digo eu, que já vigiei centenas de provas, mas nem sei fazer casas, nem sou segurança, e só faço agricultura em vasos na varanda.
Eu diria que essa atitude de “disfarce” é ainda mais perniciosa, pois dá ao aluno uma maior sensação de que o professor está desatento e isso convida-o a arriscar. Se a intenção é apanhar alunos a copiar então a atitude do JJC é a ideal. Contudo, como eu acho que o principal não é apanhar os infratores mas sim evitar que estes infrinjam, então considero que uma atitude mais ostensivamente vigilante será mais proveitosa, pois o aluno será menos tentado a arriscar.
Pois, mas eu não escrevi mini-saias mais pequenas do que certos cintos 🙂
A “regra´” neste momento parece ser: “o melhor é estar aqui sentadinho para evitar chatices”, ou “o melhor é estar sentado, coitados, eu no meu tempo também copiava” ou “deixa-me estar sentado, no fim do mês ganho o mesmo.”
Por isso é que compreendo que deixar as coisas entregues ao bom senso não basta. Para mudar mentalidades é infelizmente necessário por vezes a imposição de regras escritas que muitas das vezes nos parecem ser dirigidas a atrasados mentais. O certo é que certos hábitos e determinadas práticas são de facto próprias de atrasados mentais. O “laisser faire-laisser passer” de muitos professores é precisamente uma dessas práticas.
“laisser faire-laisser passer”??? olha o Artur a combater o neo-liberalismo entre os docentes. Com este governo, ainda lhe corre mal a vida.
Doiem? Hem??? Ah, estas até doem!
Alerta!Alerta!
inquisidor ortográfico detectado!
ou será detetado?
Um professor em pé e outro sentado. Sim, são dois!
esta muito fixe todos hahahahaaha