Mercado não quer veado

veadoNos últimos tempos temos assistido aos apetites gastronómicos do Mercado, os quais se tem manifestado em parangonas como “Dívida: no primeiro leilão pós-PEC a procura superou a oferta” (i), “Leilão de dívida pública teve grande procura e juros a dez anos em baixa ligeira “ (Público) ou ainda “Dívida portuguesa com forte procura” (DN).

Apetites não se discutem e cada qual come o que bem entende mas, com um apetite assim voraz, sempre pensei que o Mercado acabasse por comer algum veado, não destes mas daqueles que a Câmara da Nazaré tinha posto à venda. É certo que pagar a pronto, ter alvará da Autoridade Florestal Nacional e possuir um documento atestando que o comprador teria condições para abrigar os veados é capaz de ter afastado um ou outro interessado. Mas não terão sido estas simples e universais condicionantes que terão impedido o Mercado de se satisfazer com estes belos cervídeos, sendo antes o seu gosto por lixo a determinante condicionante para esta ausência.

Mercado não quer veado, está visto, o que torna oportuno lembrar aquela velhinha anedota do Bocage quando ele entra no comboio e pergunta “- Um par de cornos, quem precisa?” e, perante a ausência de resposta, deixa sair entre dentes “- Está tudo servido”.

Comments

  1. O Jorge consegui arrancar-me uma gargalhada, coisa bem difícil por estes dias.
    😆
    Bem-haja (e com fartura).

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