Quando Eu For Grande Também Quero Ser Idiota


… que é como quem diz, ter grandes ideias e escrever grandes textos. Não importa ter que fazer prova de nada do que escreva ou ser importunado com direitos de resposta. O que importa é escrever, escrever, escrever. E se for no Expresso, então deve ser verdade…

Quando eu for grande, quero ser assim como o Henrique Raposo, vociferar que os revisores da CP têm um vencimento anual acima dos 30 mil euros mas não ter que provar o que digo. 

ps: segundo o Sol, são 50 mil…

Declaração de interesses: muitos dos meus amigos e amizades são, ou foram, maquinistas ou revisores da CP. Nenhum deles ganha “acima dos 30 mil euros” por ano. Nem lá perto…

Imposto Extraordinário

Não havia nexexidade
Quem ganhar mais do que o salário mínimo, vai pagar com língua de palmo no subsídio de Natal e ter de fazer mais e mais contas para que o magro orçamento de que dispõe lhe chegue.
Parece que o imposto vai ser progressivo, antes assim, mas mesmo assim, porque raio só os contribuintes particulares o fazem? E as empresas?
Onde param os bancos, as companhias de seguros e as outras grandes empresas que têm milhões de milhões de euros de lucros trimestralmente? Para essas não vai haver imposto extraordinário?
Para além destas medidas, sabe-se que nada vai ficar por aqui, e prevê-se que os sindicatos, sempre preocupados com o bem Nacional, não fiquem parados e encetem formas de luta. Vem aí uma nova Grécia?
Agradeçamos aos que os precederam.

Sérgio Monteiro, um secretário de estado a ter em conta

A ideia da troika para as obras públicas é simples: não se fazem; quem não tem dinheiro não tenha vícios, quanto mais desempregados melhor funciona o mercado de emprego, quanto mais parada estiver a economia mais depressa chegamos à bancarrota. No meio falava-se em rever as parcerias público privadas, há limites para a vergonha, até numa troika.

A ideia de nomear Sérgio Monteiro para Secretário de Estado Obras Públicas, Transportes e Comunicações é no mínimo curiosa. Não conheço o senhor de lado nenhum, mas um percurso profissional na banca onde se destaca “a participação no processo de refinanciamento da dívida da RTP e no recente plano de reestruturação da dívida da Carris e de racionalização de custos” e mais uma data de parcerias para financiar obra pública (Auto-Estradas Douro Litoral e Auto-Estradas do Marão e, pasme-se, TGV) levanta-me assim, sei lá, umas suspeitas. Ou o homem está arrependido, e conhecedor privilegiado dos meandros destas golpadas vai dar cabo delas num instante, ou não há mesmo vergonha nenhuma entre os representantes nacionais da troika.

Renegociação da dívida, mais uma voz

Enquanto por cá se instala o novo governo, se apresentam malabarismos vários e se jura a pés juntos que Portugal não reestruturará a sua dívida, crescem, noutras paragens, as opiniões de que tal será uma inevitabilidade.

Agora foi a vez de Mohamed El-Erian, CEO da PIMCO, o maior trader de títulos do mundo. Segundo ele a dívida grega é demasiado grande para permitir crescimento, situação que intoxicará o resto da economia europeia, comparando a situação a uma bola de neve que rola encosta abaixo, aumentando de tamanho e de velocidade de forma cada vez mais desordenada.

Assim continuamos a actualizar a lista de vozes que defendem – ou vêem como inevitável – e renegociação das dívidas dos países europeus intervencionados pela troika:

PCP

BE

Boaventura Sousa Santos

António Nogueira Leite, dirigente do PSD, economista

Thomas Mayer, economista-chefe do Deutsche Bank

Alberto Garzón Espinosa, Conselho Científico da ATTAC Espanha

Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia [Read more…]

Samuel, o Rei das Píbias


Enquanto o Samuel vai batendo umas pívias, supõe-se que no remanso do seu quarto, os professores vão arranjando forma de não o reprovarem e de o fazerem transitar, ano após ano, «só para fazer o 9.º ano» e, depois disso, «só para ficar com o 12.º».
Nos Conselhos de Turma, vale tudo, e para conseguirem que todos os alunos passem, alguns professores estendem a sua imaginação até ao limite. Recorrem a todo o tipo de argumentos e, se o aluno puder passar com 2 negativas, o aluno certamente passará.
Assim, se o aluno estiver com 12 negativas depois de serem atribuídos os níveis:

«E se fosse vosso filho, gostavam? Vocês não sabem o que é dar aulas!»

e se estiver com 11 negativas:

«Está tão bem integrado na turma que é inadmissível ter de ficar para trás. Não, este aluno não pode reprovar.»

e se estiver com 10 negativas:

«O pai é alcoólico, a mãe é vítima de violência. Não lhe vai fazer nada bem ficar outra vez no mesmo ano».

e se estiver com 9 negativas:

«Coitadinho! Tem tantas dificuldades. Ele nunca vai conseguir, deixem-no ao menos fazer o 9.º ano!»

e se estiver com 8 negativas:

«Não conseguiu agora, mas isso não significa que, se passar, não consiga no próximo ano.»

e se estiver com 7 negativas:

«Eu posso subir a minha nota, assim fica só com 6. Mais alguém pode?»

e se estiver com 6 negativas:

«Não querem reflectir sobre este caso?»

e se estiver com 5 negativas: [Read more…]

O farsola já começou a ir ao pote

Nos últimos tempos, não disse uma palavra que fosse sobre Pedro Passos Coelho e o PSD. Entendi que interessava em primeiro lugar despachar o outro. Teríamos, então, tempo para tratar deste.
Pela minha parte, as tréguas acabam já hoje. Dei-lhe o benefício da dúvida durante alguns dias, mas o seu estado de graça acabou. Os meus colegas PSD do Aventar que me perdoem, mas a partir de hoje guerra é guerra.
O farsola, como muito bem lhe chamou Miguel Portas, tem de ser desmascarado porque, no fundo, é igual a José Sócrates no que diz respeito às mentiras e à quebra das promessas eleitorais. Disse o que disse durante a campanha, mas a primeira medida que toma quando chega ao poder é assaltar o bolso dos contribuintes. Roubar descaradamente quem trabalha para entregá-lo ao capital. Já para não falar da forma como imediatamente se põe de cócoras perante os interesses económicos das televisões privadas, adiando a privatização da RTP e privatizando tudo o que dá lucro. Para quem tomou posse há apenas uma semana, não está nada mau!
O problema de Pedro Passos Coelho é que nunca passará de uma pálida imagem de José Sócrates. Tal como o anterior primeiro-ministro, nunca trabalhou, nunca fez nada na vida, limitando-se apenas a gerir uma carreira partidária que haveria de o levar directo ao pote. E ele aí está, cheinho e pronto a abocanhar. Na arte da mentira, Passos Coelho ainda tem muito para aprender com José Sócrates, mas os primeiros exemplos são bem encorajadores.
Não, a tomada de posse de Pedro Passos Coelho não representou o primeiro dia do resto das nossas vidas. Representou apenas mais do mesmo…

Camaradagem

Wagner Os maestros cantores Coro

Foi, para mim, um grande prazer um dia de receber um telefonema de um professor do secundário para me convidar a escrever com um grupo dos seus amigos, todos do Norte de Portugal. Eu apenas conhecia os meus livros escritos e publicados pelas casas editoras das casas deste, hoje em dia, o meu país, por gentileza do Estado e dos amigos do governo passado. Fiquei impressionado. Agradeci e aceitei. Desde esse dia, nunca mais parei de escrever para este grupo, denominado Aventar, útil para deitar as penas e desabafar ideias abstractas. Além dos textos, havia uma conversa entre os camaradas, no denominado diálogo. Toda ideia o facto, era ai comentado. Com simpatia e bom humor.

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Na Grécia, Tudo no Chão

Um comboio de via métrica na Grécia, com as rodas no chão, fotógrafo no chão, povo no chão. Corações ao alto…