Essa estranha guerra das Malvinas

Uma guerra ainda mais estúpida que todas as outras. De um lado uma ditadura agonizante, do outro o traque final de um império que já não o é, conduzido pela sua pior líder de sempre. De um lado a razão dos que habitam a ilha, do outro a justiça histórica contra uma ocupação ilegítima, tudo somado igual a razão nenhuma.

Talvez por isso ficará para a História como a guerra que o império ganhou no campo de batalha e Maradona derrotou com a mão de deus e o golo do século. Nunca tive, e duvido que venha a ter, tanto prazer a assistir em directo a um jogo de futebol, mesmo que o melhor jogador de todos os tempos venha a perder esse título.

No final, empate técnico, embora infelizmente com mortes numa das batalhas, a carne para canhão do costume.

Comments

  1. manuel.m says:

    A Junta Argentina invadiu as Falklands de surpresa pensando que o podia fazer impunemente pois o Leão Britanico estava agonizante e demasiadamente longe para reagir . Aprenderam à sua custa que ele ainda era capaz de uma valente dentada .
    manuel.m

  2. Foi uma saída de sendeiro, lembrando o velho provérbio: entradas de leão, saídas de sendeiro.
    Haja pachorra. O Maradona deu num campo de futebol a maior lição de sempre à arrogância dessa coisa chamada Inglaterra. Essa mesma coisa que nos colonizou durante séculos, mas pelos vistos tem admiradores locais. Tristeza.

  3. manuel.m says:

    No desporto elogia pois uma vitória obtida com batota e por outro não condena a politica do facto consumado .
    Os seus complexos vão demasiado longe ao afirmar que Portugal foi colonizado durante séculos por uma “coisa” .
    Pois saiba que foi a aliança com essa mesma “coisa” que permitiu resistir às ambições de Espanha fazendo com que hoje seja cidadão de uma Nação soberana .
    Tristeza digo eu.
    manuel.m
    PS: Quem lhe disse que eu sou “local”?

  4. Local, meu caro Manuel, porque desconheço esse antropónimo na sua versão inglesa. Um dos golos pode ter sido marcado com a mão, o outro é só o melhor golo do século passado. .
    Quanto a essa aliança, que lhe faça bom proveito. Não garantiu independência a Portugal, mas assegurou-lhe um longo rol de dependência económica. Sabe que, e só a título de exemplo; no séc. XVIII passavam nos nossos portos mais navios ingleses que portugueses, fora o contrabando muitas vezes corsário?

  5. xico says:

    Ocupação ilegítima? Está a pensar propor à Europa que a Espanha e Portugal entreguem as Canárias e a Madeira a Marrocos? E as Flores e o Corvo? Aos EUA?

  6. Nuno Castelo-Branco says:

    Desculpa lá, JJ, mas nisto não tens razão. A democracia “é uma coisa chata”, mas é assim mesmo. Quem manda é a gente que vive no arquipélago e a manicura da Casa Rosada bem pode espernear à vontade, ela mais os seus amigos da antiga junta derrotada. Pois foi, foi mesmo uma aventurazinha… colonial por parte dos argentinos! Os generais tentaram colonizar as ilhas à força e não conseguiram. Deviam ter lido umas coisitas acerca da determinação inglesa, uma história velha de séculos (1588, 1801-15, 1914, 1939, 1982, etc, etc) e que muito nos serviu logo a seguir a 1640 e por aí fora. Bem vistas as coisas, se não fosse a “pérfida” aliada, hoje Portugal estaria como a Catalunha ou bem pior. Podem dar as voltas que quiserem, mas factos são factos. Não existiria o Brasil – que os nossos ineptos vizinhos iam perdendo a favor da Holanda – e muito menos ainda, qualquer um dos outros países da agora CPLP. As alianças entre Estados não são “por amor”, mas sim pela solidariedade que a necessidade e a conveniência dita. Se uns são mais fortes que outros, isso não impede as ditas alianças de funcionarem, mesmo que às vezes de forma ínvia.
    Nota: na altura regozijei-me com a vitória inglesa e ainda hoje me parece que o factor proximidade (centenas de quilómetros) não é um argumento válido. A considerá-lo curial, daqui a nada temos os espanhóis a utilizá-lo contra nós, dado estarmos “próximo” da Espanha, ou os marroquinos seguirem o conselho de Kadhafi e reivindicarem a Madeira, por exemplo. Mais ainda, espero bem que os ingleses continuem para sempre em Gibraltar. “Não sei porquê”, confio plenamente na Royal Navy. Nunca se sabe o que um dia sucederá ao Magrebe, não é?

  7. manuel.m says:

    JJC diz que a aliança com Inglaterra nunca garantiu a independencia de Portugal ,eu penso que sim e em muitas ocasiões .Mas deixem-me puxar pela memória porque já fiz o antigo 5º ano do liceu há demasiado tempo ,para falar apenas da ultima vez em que essa Aliança foi crucial para a sobrevivencia do país :
    A 27 de Outubro de 1807 foi assinado um pacto entre Napoleão e o Rei de Espanha Carlos IV ,representado pelo infame Manuel Godoy ,que ficou na História como o Pacto de Fontainebleau .Nele era acordada a divisão de Portugal em três partes sendo o território de Entre Douro e Minho para Carlos Luis de Borbon (Reino da Lusitania do Norte) a parte do meio para a Coroa espanhola e finalmente o sul ,incluindo o Alentejo , iria constituir o Principado do Algarve que seria entregue como prémio a Godoy . Nesse pacto ficava também estipulada a divisão das colónias portuguesas em termos a acordar posteriormente .
    Logo em Novembro Portugal era invadido por 3 exércitos ,um comandado por Junot que entra pelas Beiras chegando a Lisboa a 30 desse mês ,e dois espanhois sendo que um ocupa o Porto em 13 de Dezembro ,e outro que passa a fronteira no Algarve , chegando a Setubal a 2 do mesmo mês .
    O resto é ,creio ,demasiado conhecido para relembrar : O desembarque das tropas britanicas comandadas por Wellington ,e a longa lista de vitórias nas quais o exercito Anglo-Português se cobriu de glória e finalmente a expulsão dos invasores .
    Ajudaram-nos os Ingleses “pelos nossos bonitos olhos”? Certamente que não , entre Nações isso raramente ou nunca acontece . Teve a Aliança momentos de crise ,(Invasão de Goa ,por exemplo) ?Certamente que sim ,mas foi sempre eficaz nos momentos em que houve que garantir a independencia de Portugal .
    Finalmente uma palavra de simpatia para JJC : Defende os seus pontos de vista com paixão ,embora neste caso fora da razão (a Histórica ,claro !) .No que me toca é bem preferivel à indiferencia .
    No hard feelings ?
    manuel.m

  8. LUCINO DE MOURA PREZA says:

    Se acham muita graça ao acto de Maradona ter metido o golo com a mão, a mão de um deus então quem escreve contra os corruptos não deveria escrever porque, em determinado momento Pm, ministros, secretários de estado, presidentes de câmaras e demais políticos, por essa ordem de ideias, também, têm todo o direito de apelarem pela mão de um deus para roubarem o povo. Não façam nem brinquem com esse escandaloso momento porque, o Mardona não pode ser exemplo para ninguém e, a justiça italiana que o diga.É um péssimo exemplo para a juventude e, sobretudo para com os futebolistas… não deve ser exemplo para ninguém.
    Cada vez que esse consumidor de drogas pretender entrar em Itália ( se o conseguir), a polícia deita-lhe logo as mãos por ter ficado a dever muito dinheiro ao fisco quando, era jogador do Nápoles.
    Não sou fã da selecção inglesa, mas a César o que é de César…

  9. O artigo aqui exposto revela ignorância histórica, faça alguma pesquisa e depois comente … ou seja, é mais um artigo de pacotilha, pessoa que lê Expresso ou La Nación, jornais defensores acérrimos do neo-liberalismo! A Presidenta do meu País não é a pior líder que lá passou. Um tal de Videla,assassino genocida que fez desaparecer 30 000 pessoas, destruiu famílias, retirou bebés a pais que assassinou, a bem do PROCESSO, e ofereceu às mulheres de militares, é que é uma boa liderança. Caladinhos e nada de piar! Você não parece ter moralidade alguma para falar num País que não se deixou governar por uma troika como o “povo” português, que parece não ter memória. Tem graça é que disso você não falou … mas para atacar uma mulher de fibra, sim de fibra!, já fala!! Estão de joelhos perante a Inglaterra?… restejem … please!!!

  10. Talvez por isso ficará para a História como a guerra que o império …. jajajaja ……… a história argentina ainda agora começou. Somos um povo com somente 200 anos de história como ARGENTINOS!!! VIVA LA PATRIA ARGENTINA!!! AL GRAN PUEBLO ARGENTINO SALUD!!!

  11. Tiro ao Alvo says:

    Estou inteiramente com o comentador Baltazar. P.f. não dêem mais troco a este provocador. A posição que ele aqui defende, é indefensável, própria de quem não tem muitos escrúpulos.

  12. Tiro ao Alvo says:

    Perdão, estou inteiramente de acordo com o comentador Moura Preza e não com o Baltazar. Desculpem o erro.

  13. MAGRIÇO says:

    Não posso deixar de manifestar a minha estranheza pela quantidade de anglófilos que aqui se revelam. Claro que cada um come do que gosta, quando pode, mas, tirando os que apoiam incondicionalmente a Inglaterra só pela sua simpatia pelo regime monárquico, onde só veem virtudes, confesso que tenho alguma dificuldade em compreender a motivação dos restantes. A referência recorrente “à mais velha aliança do mundo” como argumento decisivo, não passa de um equívoco. Uma aliança não pode funcionar unicamente no sentido dos interesses de uma das partes, e esta prática, muito britânica, já era seguida no século XVIII, o que levou a que o diplomata francês, Augustin de Ximénèz, tivesse apelidado a Inglasterra de “Pérfida Albion”. O próprio primeiro-ministro inglês, Disraeli, (um imperialista assumido que se apoderou do Canal do Suez e anexou o Transval e o Chipre) afirmou um dia que “a Inglaterra não tem amigos, tem interesses”. E só os ingénuos é que julgam que a ajuda prestada quando das invasões francesas foi por mero altruísmo: na verdade, (basta consultar a história da Europa da época) não lhes restava outra alternativa. E é preciso recordar que, após as invasões, Beresford tentou fazer de Portugal uma colónia britânica, tendo mesmo condenado e executado Gomes Freire de Andrade como se o país lhe pertencesse. Também não consigo esquecer a humilhação do ultimato que teve origem no “mapa cor de rosa”, ou o colonialismo económico de que são exemplo o vinho do Porto, a Carris e os Telefones. Estes, à data do 25 de Abril, ainda se chamavam “The Anglo Portuguese Telephone Company (APT)”. Como patriota, prefiro a nossa humilde condição de país pobre do que curva-me ao jugo de grandezas imperialistas ultrapassadas e iníquas.

  14. Juana H. Baltazar: a referência a pior líder do seu país não é obviamente à presidente da Argentina, mas a uma tal de Margaret que destruiu o estado social inglês.
    Quanto aos súbditos de sua majestade britânica, nem resposta merecem. A História é uma grande treta quando falamos de franceses mas nos esquecemos do governador Beresford. Ou quando se fala de uma aliança que teve como contrapartida a dependência encnómica ao longo de séculos. Com patriotas à lá governador inglês estou .conversado.E viva o Maradona, com as suas fraquezas humanas.

  15. LUCINO DE MOURA PREZA says:

    Juana H. Baltazar:
    Não sei se você está em Portugal ou na Argentina… contudo, naõ me venha dar lições de moral sobre o que escrevi. Conheço o seu País que, não passa de um burgo com imenso tráfico de influências e, sobretudo, a grande exploração da mão de obra motivada pela grande corrupção. Mas. há-de pensar para com os seus botões: quem é este tipo que se atreve falar tão mal da Argentina?. Não falo mal do povo argentino porque, são muito simpáticos e vivem numa miséria extrema fruto dum país do terceiro Mundo. Sou um simples engenheiro que, a mando da, então CEE, foi fiscalizar as vossas fábricas de metalomecânicas, nas seguintes cidades: Buenos Aires, Mercedes, S. José e Mendonza
    Fui inspeccionar uma oficina de engarrafamento de água na própria cidade de Buenos Aires… Foi um autêntico fiasco quanto a higienização no próprio recinto onde estava implementada a fábrica ate, a maneira de manusearem as matérias primas. Se fosse em Portugal, jamais abririam suas portas ao público.
    Lá nisso do copianço, os vossos técnicos e engenehiros estão protegidos pela mão de um deus. O copianço é aproveitado pelos vossos desenhadores e engenheiros através dum velho truque: fazem-se passar por potentes compradores e, asssim copiam as máquinas de várias empresas tais como: SIDEL(FRANÇA), KRUPP-KAUTEX(ALEMANHA), EMPRESAS ESPANHOLÇAS E NIPÓNICAS E CROWN(INGLATERRA).APROVEITAM AS GRANDES FEIRAS DE COMO BARCELONA, MADRID, SARAGOÇA. LONDRES, MANCHESTER,ETC,ETC. Porque razão somente existe na Argentina meia dúzia de multimilionários que, além de terem fábricas e sumptuosos ranchos onde não faltam nem gado cavalar nem vacuum também, são monopolistas em produtos farmacêuticos? Diga a verdade: estou a mentir?… Olhe que eu apanhei muitos e, chegaram mesmo a propôr-me fazer um relatório que lhes fosse favorável a troco duns bons e valentes dólares… mas, meu amigo: não me vendo, mas vendo a minha ciência. Poderia estar rico mas, vivo alegremente e com a consciência tranquila com uma miséria duma reforma.
    Não me ataque mais porque, tenho mais histórias para pôr a *boca no trombone*…
    Toda a Argentina é muito bonita, mas teve como presidentes da república autênticos, corruptos e ditadores. Não foi somente o Vilela, mas tabém o Carlos Menen e outros tantos que se governaram a à custa da imensa ignorância do simpático povo argentino, Sem ser através da mão de um deus, ainda vos hei-de ver a vossa presidente clamar pelo FMI e ver-vos ajoelhados aos pés do povo inglês. Não sou xenófobo, mas em Roma, meu amigo: sê romano.
    Por acaso sabe quanto ganha por dia um operário que trabalha de sol a sol nessas empresas dos multimilionários? UM DÓLER POR DIA. É OU NÃO É UMA EXPLORAÇÃO. É OU NAÕ É UMA DESUMANUDADE?

  16. “ainda vos hei-de ver a vossa presidente clamar pelo FMI e ver-vos ajoelhados aos pés do povo inglês” ora aqui está uma demonstração de carácter. É todo um programa imperial. Gente mesquinha, herdeira de quem vendeu Portugal ao longo de séculos, e o continua a fazer ao FMI.

  17. Lucino “não sei das quantas”, você nem carácter tem. Diz que visitou uma fábrica ou duas na Argentina. Grande coisa!!! Generalizou tudo à situação que refere. Você não sabe o que é um argentino, nem conhece a Argentina. Pensa que a Argentina é aquilo que você descreve. A Argentina pertence a 40 milhões de almas argentinas e não aos multimilionários que você fala. E como parece adorar os ingleses faça-me um favor não volte ao meu País. Obrigadoooo!
    Quanto ao tiro nos pés … vá dar uma vuelta ……sí!!!
    Quanto ao JJC, se de facto falou en la “vieja” inglesa então o caso muda de figura, mas o sentido do meu comentário fica lá.
    estou inteiramente de acordo quando diz: “Gente mesquinha, herdeira de quem vendeu Portugal ao longo de séculos, e o continua a fazer ao FMI”.

  18. A arrogância do Lucino é de tal ordem que nem repara que está a falar da pátria de Borges e de Gardel. Esta gente continua com a xenofobia eurocêntrica do costume.

  19. Além de Carlos Gardel, Luis Borges, Maradona e Messi,
    -Tita Merello (actriz-cantante-autora);
    -Don Jose De San Martin (Padre de la Patria Argentina);
    -Violeta Rivas, (Cantante-Actriz);
    -Quino (escritor, filosofo, caricaturista);
    -Kinquela Martin (pintor);
    -Alfonsina Storni (poetiza-escritora);
    -Luis Federico Leloir (Premio Nobel en Quimica);
    -Adolfo Pedro Esquivel (Premio Nobel a La Paz);
    -Gabriela Mistral (poetiza-escritora);
    -Carlos De Saavedra Lamas (Premio Nobel a La Paz);
    -Eva Duarte de Peron (actriz-cantante-politica-activista);
    – Raul Ricardo Alfonsín(1ª presidente após a dictadura genocida);
    – Domigos Faustino Sarmiento(presidente argentino, professor que implementou inúmeras escolas no território nacional)
    – Mercedez Sosa(cantora, poetisa);
    -Cesar Milstein (Premio Nobel en Medicina);
    -Sergio Denis (cantante-autor);
    -Bernardo Houssay (Premio Nobel en Medicina) ;
    -Ernesto “Che” Guevara (politico-activista);
    – Rodolfo Wolf.(físico, poeta, escritor, activista)
    e mais … mas estes são conhecidos pelo povo argentino, fazem parte da sua memória

    Uma BOA PÁSCOA JCC!!!

  20. maria celeste ramos says:

    Argentina e Buenos Aires – a Paris da América do Sul

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