Uma das coisas a que já me habituei, como católico, foi a ser discriminado. Hoje, ser católico é estar do lado errado da bancada, junto da equipa perdedora. Ser moderno é ser ateu, de Esquerda, totalmente liberal (em todos os sentidos do termo), amoral e amigo dos animais.
Primeiro vem a condescendência: como é possível que alguém se deixe enganar pela religião? Indivíduos cultos e inteligentes não veneram santos, nem adoram deuses. Deixam-se estimular pela Razão. Este super-homem racional, pretensamente asséptico no tocante ao ódio e à paixão é o primeiro a atirar as pedras. Dificilmente parará para pensar antes de disparar.
Depois vem o alvo Igreja. Ateus, agnósticos ou simplesmente ignorantes sabem tudo sobre a Igreja, mesmo sem serem crentes ou praticantes. Sabem tudo sobre o múnus dos sacerdotes e os fins das suas acções, alcançam mais longe no tocante a liturgia e teologia. Se vêem ouro gritam logo: luxo! Se vêem padres gritam logo: pedofilia! Para eles britava-se as pedras das igrejas, derretia-se o ouro das alfaias e vendiam-se as obras de arte. O tecto da capela Sistina recortado para decorar museus ou habitações particulares ou a Pietá de Miguel Ângelo convertida em estátua de jardim. Com o produto da venda alimentava-se a fome no mundo inteiro, por um dia. E no dia seguinte, sem comida, nem arte, voltavam à carga. Porque o objectivo desta gente não é que a Igreja mude, tão-somente que desapareça. [Read more…]
A Divina Razão.
O delírio
Parque Escolar “é um exemplo de boa prática de gestão”, afirmou MLR
Outros exemplos de excelência: Madeira e BPN. Pelo menos foi o que me contou ontem um sujeito enquanto me atirava areia para os olhos.
25 poemas de Abril (IV)
As colunas partiam de madrugada
As colunas partiam de madrugada
Para o norte partiam para a morte
Partiam de Luanda flor pisada
Levavam morte de Luanda para o norte.
De Luanda partiam flor pisada
Colunas que levavam.
Luanda para o norte para a morte
De Luanda partiam madrugada.
De Luanda madrugada para o norte
As colunas partiam
Levavam de Luanda a flor pisada
Para a morte do norte para a morte. [Read more…]
Passos a Medo Sob Assessoria Medrosa
Não sei nem quero saber quem são os assessores amedrontados que não refreiam Passos Coelho da tomada de quaisquer medidas nas costas dos portugueses ou que, pelo contrário, tal sugerem. Mas o medo pela Verdade Toda que nos é devida, seja na Assembleia da República, seja quando apanhado pelos microfones a sair do WC, só pode aterrorizar e confundir mais e mais a Opinião Pública. Nem será o excesso de austeridade o problema, mas o excesso de má e liquidatária austeridade que assassina objectivamente a economia portuguesa sem se perceber para quê. Boa verdade nunca de mais recordar são os 80 000 milhões de euros que correspondem a seis anos de optimismo cretino e que efectivamente conduziram o País ao descalabro, ao buraco em que nos encontramos. Tirando as decisões e as ilusões com dinheiro sem PIB que o pague por que o socratismo se norteou, tais Governos negros pactuaram com toda a espécie de fingimento e encobrimento de dívida própria e alheia, assunto que Sócrates fazia questão nunca comparecesse nos seus célebres monólogos travestidos de entrevistas. [Read more…]
Cavaco voltou, versão 3.parvo, tem bug
Silva diz que que promulgou o diploma que suspende as reformas antecipadas porque “é de interesse nacional“. Silva assegura que não volta a falar das suas reformas, porque aquilo que os jornalistas “têm escrito sobre o assunto não corresponde minimamente à verdade“.
Silva falou na inauguração da nova sede da Microsoft em Portugal, e tudo bate certo: sistema operativo novamente falhado. Em breve haverá uma actualização de software. Até lá, perderá todos os dados não guardados.
Press any key to continue…
Recordes e mentiras
Batemos todos os dias recordes de culpa, de medo e vergonha. Sentimentos de culpa inculcados por responsáveis sem vergonha, que continuam a repetir a ladainha de que “os portugueses viveram acima das suas possibilidades” e de que somos os culpados de todos os males que nos afligem. (…) Como é possível que tantos continuem a acreditar nas mentiras de tão poucos, que tantos continuem dispostos a vender os seus primogénitos para enriquecer os mais ricos dos ricos?
A ler, com urgência, o José Vítor Malheiros.
Há progressos na família Bourbon mas a tradição continua
O actual rei do estado espanhol, Juan Carlos de Bourbon, matou o irmão numa brincadeira com uma arma de fogo, caso ocorrido no Estoril e muito convenientemente abafado por Salazar.
Seguindo a tradição familiar, mas sem consequências para terceiros, agora o neto deu um tiro no pé. Vamos ver se o acidente é comunicado ao Ministério Público e o pai leva a multa “entre 300 e 600 euros” que a lei por aqueles lados prevê para quem mete os rebentos a brincar com armas de fogo. Por muito menos do que isto já se viram pais perderem a tutela dos filhos.
Mas provavelmente uns serão mais iguais do que outros, é claro.
Uns pedem pão, outros compram IPad
Dois mundos completamente diferentes coexistindo, no nosso tempo.
Enquanto que a Etiópia procura que todas as suas crianças tenham acesso ao ensino primário; enquanto muitas mulheres do Senegal anseiam pelo curso de alfabetização (querem somente aprender a ler e a escrever), agora que mais libertas de tarefas como moer milho (constato surpreendida que ainda há mulheres que moem milho); enquanto Moçambique luta por diminuir a taxa de mortalidade infantil e a Tunísia reduzir a de mortalidade materna; enquanto na África do Sul ainda não é possível garantir a todos o acesso a água potável;
os americanos ou nós, países mais desenvolvidos e ricos, esperámos exibir o último brinquedo tecnológico e, de preferência, ser o primeiro a comprá-lo para aparecer numa foto de jornal, na internet, no mural do facebook, etc. [Read more…]
Medidas Anti-Crise: Vencimentos dos políticos
O governo continua a tomar medidas de estimulo à economia e de combate à crise. A última destas medidas estabelece o fim das indemnizações por despedimento para os contratos a prazo assim como novos limites para a prestação de sobrevivência e de subsídio em caso de morte e a diminuição das indemnizações para os contratos sem termo (os efectivos).
Todas estas medidas fazem parte da estratégia do governo de competirmos no mercado internacional, competirmos nomeadamente com a China através de salários baixos! – São uns génios! – Ainda temos algum caminho a percorrer mas tenho a certeza que, liderados por esta cáfila de iluminados chegaremos a bom porto.
Do outro lado…
De um recorte de jornal.
Há dias, revendo recortes velhos e amarelos, um deles chamou-me à atenção. Não propriamente pelo motivo pelo qual o guardei em 16 de junho de 2006 (David Mourão-Ferreira) mas, justamente, pelo que descobri nas costas do mesmo.
Havia retalhado um quadrado com referência ao documentário Duvidadávida dedicado ao poeta quando se completavam dez anos após a sua morte. Nessa sexta-feira, sublinhei na folha do jornal: “Que dúvida Que dívida Que dádiva/Que duvidadávida afinal a vida”. No documentário produzido pela RTP, podia ouvir-se a voz de Mourão-Ferreira numa das últimas entrevistas, já muito doente, a dizer-nos “o quão extraordinário é a vida e a maravilha que é estarmos vivos”.
Há poucos dias, como ia dizendo, vi, com outros olhos (ou efetivamente pela primeira vez), o outro lado: uma foto do actor João Castro encenando Na Morte de Marilyn, um poema de Ruy Belo. Tirei da estante o único livro que tenho de Ruy Belo (A Obra Poética) e ah! lá estava ele: [Read more…]
Garimpeiro de blogues
O Pedro Correia percorre o rio dos blogues e decifra as pepitas nas areias. Não gostarei de todos, mas preguiço-me no seu labor paciente.
Hoje dá na net: Viaje al Interior del Cuerpo Humano
O Titanic de Lourenço Marques
Bem perto da Praça Mac-Mahon, na Rua Consiglieri Pedroso em Lourenço Marques, existia a Papelaria Spanos. Era ali onde os meus pais tinham a assinatura de revistas como Tintim, Pisca-Pisca e os Almanaques Disney, pelos quais eu e o Miguel tanto ansiávamos. Para nossa casa também seguia uma publicação francesa, a Historia, dirigida por Christian Melchior-Bonnet, da Librairie Jules Tallandier. Nela escreviam André Castelot, Christine Garnier, Paul Morand, Alain Decaux, Marcel Brion, Jaques Chastenet, Paul Carell, entre muitos outros nomes da Academia Francesa, da política e da literatura europeia de então.
Nulo Silêncio Perante Clamorosa Impunidade
Portugal é o que é. Um país de misteriosa cobardia institucional: aquilo que, no grau e no tom, uma PGR nos faz ou não faz diz tudo da impunidade que o Dinheiro acumulado ilicitamente paga para sua criminosa salvaguarda e dano agudo dos nossos interesses colectivos. Do ponto de vista cívico, Portugal consentiu Sócrates duas vezes. Coisa sem perdão pelos séculos dos séculos, dado o preço altíssimo que todos pagamos por um só charlatão, absolutamente desonesto e insondavelmente dissoluto. Pior ainda: Portugal consentiu um tipo de controleirismo canino, sufocante, através dos media, graças a um sistema tentactular, caro ao Erário, assente em elevadíssimo número de avenças e bocas advocatórias. Portugal consentiu-o duas vezes. As guerras mais estéreis e as confusões mais convenientes vieram por meio dos media, como manobras de diversão relativamente aos negócios e negociatas que se faziam nos bastidores, especialidade e finalidade exclusivas de esse tipo charlatão de Governo. [Read more…]
Tudo certo: termo do contrato e zero de indemnização
Coisas de Rosalino. Se fosse Rosalino seria muito infeliz. Provavelmente o secretário de estado, cujo apelido é esse e altamente depressivo, pensa igual, mas não confessa. Vinga-se. Contratos a termo terão zero de indemnização por despedimento. Ó Rosalino e se fosses despedido?
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