Parabéns Porto

O FCP ganhou outra vez. Recordo um post escrito há três anos, nos primeiros tempos do Aventar.

Quanto a este ano, faço minhas as palavras do Mister Jesus:” Quem vence é porque tem mérito. O FC Porto é o vencedor do campeonato.” E na TSF a melhor da noite – diz um adepto na Invicta que o Deco foi o melhor jogador do Porto este ano.

Rouba mas faz

Esta frase faz parte dos hábitos de uma população que desvaloriza a ética e que, portanto, nunca tem problemas em eleger ou reeleger políticos que não escondam, ou que escondam mal, o recurso a meios ilícitos ou menos lícitos para, como é costume dizer, “fazer obra”.

O cidadão nem sequer se preocupa em negar que o seu político tenha ultrapassado orçamentos ou recorrido a maiores ou menores corrupções: desde que seja da sua cor, qualquer atropelo à honestidade é compreensível “porque fez muito pela nossa terra”. Para além disso, há sempre outros que fizeram o mesmo ou pior, desculpa habitual no mundo infantil dos países em que a corrupção faz parte do carácter nacional.

Alberto João Jardim, esse Sócrates sem Paris, é o mais português dos políticos portugueses, porque, na realidade, ninguém pode negar que tenha realizado obra.

Os donos de Portugal

Tinha lido sobre o assunto e despertou-me suficiente interesse para que esperasse pela estreia do filme “Os donos de Portugal“. Achei-o interessante mas como documentário pareceu-me fraco. Opta sistematicamente por um ponto de vista em vez de apresentar os diversos pontos de vista e deixar o espectador formar a sua opinião. Assim é mais propaganda do que documentário. E isto apesar da componente factual. Mas isso faz parte da propaganda, misturar factos com teses. Por exemplo, um apenas, para o fim aponta a crise internacional como a razão do desmoronamento do sistema financeiro. Mas convenhamos, existem outras teses sobre este assunto. Um documentário, que é uma peça jornalística, deve evitar tomar posição, sob pena de despromoção para peça propagandista. É pena, a teia de poder da sociedade portuguesa é um tema que merece ser devidamente ilustrado. E, perante esse conhecimento, que cada qual fizesse os seus juízos.

E porque se há-de arrepender quando a conta vai para os cubanos?

Alberto João Jardim não se arrepende de ter aumentado a dívida e diz que “não tinha, em consciência, o direito de deixar de aproveitar dinheiros de graça”. Tão de graça que até deixaram um buraco que parece o da camada do ozono.

O Trabalho

A dois dias de se comemorar o Dia do Trabalhador, apetece-me partilhar um poema de Gibran, intitulado O Trabalho (um dos poemas de O Profeta, escrito em 1923).

Kahlil Gibran não precisa de apresentações, mas gosto da que fez a revista Blue Travel em Janeiro de 2005, que não descreve Beirute sem mencionar o poeta libanês: “Um povo de apenas quatro milhões de almas unido pela frase «o trabalho de um bom cidadão é manter a boca aberta», de autor estrangeiro (Gunter Grass), mas incorporada na ideologia reinante como as palavras proféticas de Kahlil Gibran, o maior poeta libanês.”

O poema é muito belo, mas aviso que pode ferir susceptibilidades. [Read more…]

LA SALETE

Contos velhos, rumos velhos

Os tempos e os regimes mudam mas as motivações das pessoas mantêm-se. Le Diable Rouge é uma peça teatral de 2008, com autoria de Antoine Rault. O extracto seguinte, dela retirado, é um diálogo entre Colbert e Mazarin, passado noutro tempo e noutro lugar, no reinado de Luís XIV, em França. Mas bem poderia ter tido lugar hoje em Portugal. Ou em 2008 neste mesmo Portugal.

Colbert: – Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço… [Read more…]

TETRÁPODES