Os Facciosos Nunca são Facciosos

Meses depois de PSD e CDS assumirem a governação verifica-se isto: por mais que o PS-Sócrates tenha tido um papel determinante para a necessidade de resgate do Estado Português, e como é impossível escrutinar e julgar todo um Regime que traiu um Povo, não se pode ventilar sequer o menor sopro de incómodo pelos negócios ruinosos com autoria e supervisão socialista. Só se pode escrever e apostrofar a saga sacana e impiedosa do Governo Passos à pala da Troyka. Não se pode ser faccioso, vocifera o fanatismo bronco e o deboche dos protectores da impunidade. Daí a cassete da não criminalização da política como forma de essa gente facciosa, que não admite faccioso no outro, se defender e defender ter o Povo de suportar a factura que está a chegar: é uma factura socialista. Daí toda a impostura, uma vez mais facciosa, de Mário Soares.Nem por isso, o desatino campeia menos no Governo e fora dele. Mesmo o FMI aplica o seu velho receituário falível sem contemplações com a gradualidade e a moderação que os mesmos socialistas apregoam necessárias porque o que é necessário é pagar a dívida e pagá-la a bom ritmo, custe o que custar. Facciosos e tribais, os socialistas-socratistas consideram ter feito tudo para evitar a ruína do empréstimo de emergência. Como? O PEC IV. Na hora defender o valor redentor do PEC IV, os socratistas-socialistas não assumem as mudanças radicais de contexto em que a Europa submergiu posteriormente ou o caso grego ou todo um percurso governativo de seis anos a cavar dívida e mais dívida. Não. Os outros. Sempre os outros.

Os outros boicotaram e anularam uma solução que evitaria a presente situação de imposição política externa. Os outros dizem que a responsabilidade por essa perda de soberania é dos socialistas-socratistas que, com o PEC IV, o que tinham não era mais uma negociata nas costas do Parlamento e do País, não, mas o acordo da Europa para manterem o domínio sobre as contas e protegerem o País da armadilha ideológica que agora se implementa. Qual é a cassete rasca, tonta, canalha dos outros? Que a culpa é toda dos socialistas. Qual é a cassete rasca, tonta, canalha dos socratistas-socialistas? Que a falácia grosseira e obscena das excentricidades na Parque Escolar é virtuosa e festiva, que as PPP são um produto negocial equilibrado e bem intencionado. Que o PCP e o BE colaboram na execração dos socialistas e socratistas. Porque o PCP e o BE são compostos por portugueses e no fundo de si também patriotas sensíveis ao enriquecimento rápido de muitos socialistas-socratistas e sensíveis ao empobrecimento acelerado da esmagadora maioria dos portugueses, também eles lêem bem em que coisa impessoal e nefelibata se converteu o PS e o seu lado Dormente De Repente Acordado de Esquerda.

E assim temos um só partido, isolado de todos, mal visto por todos, o PS Socratista e o resto do PS que o aclamava como deus e totem. Mas quem é sectário por vocação e destino, quem é? Não os que se cevaram dos orçamentos, não os que defendem com unhas e dentes a não criminalização de decisões políticas criminalizáveis, mas os outros. Sempre os outros. Todos os outros. O socratismo-socialismo está só e derrotado, nas suas culpas muito peculiares e próprias. Outros culpados, alguma Banca amiga e alguma indústria amigada, assobia para o lado. Os partidos compreendem o lugar odioso, lugar do morto, que o PS ocupa.

Falta acabar com a impunidade. Falta dar caça às afrontas feitas a Portugal. Falta que alguma organização cívica engrosse a voz para dar travão à sanha desumana do Governo Passos mas não deixar por corrigir a colossal impunidade e estupidez que consiste em deixar passar em claro delitos lesa-pátria. Os jornais investigam, informam, fazem o seu papel. Os blogues observam, comentam, crivam, dizem o que se ousa pensar. Na vida pública, a única indecência hoje é a Justiça não ter pedalada para o ritmo e noção exacta que temos dos motivos para a nossa desesperante indignação. A PGR, por exemplo, reforça todos os dias o nosso estatuto de inapeláveis encornados pela Política e pelos Políticos.

Comments

  1. joao says:

    Meu caro,

    Viva o 25 de Abril!

    Que força é essa amigo, que força é essa amigo
    Que só te manda obedecer
    Que só te manda obedecer

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