Dia internacional da erradicação da pobreza

Tenho comentado em vários dos meus ensaios de faltar dias no calendário para comemorar os dias internacionais da mãe, do pai, dos avôs, da avó, do amigo, da solidariedade e outros que, por ser muitos, não vou denominar. Mas, o dia internacional da erradicação da pobreza, é um dia para comemorar como um dia de féria para visitar e recolher fundos para os mais carenciados: alimentos, roupa de abrigo, medicinas, especialmente dinheiro para colaborar com Caritas Internacional, com a Cruz Vermelha que sabem trabalhar nos assuntos elementares para a erradicação da pobreza. Ou coletar dádiva para criar indústrias artesanais em que se produção bens para serem vendidos e assim os mais carenciados ter uma entrada que beneficie a sua família e o seu grupo doméstico. Nunca pensaria, como tenho dito para os outros dias internacionais, de que este é um dia comercial.

Ou, de outra forma expressado, é um dia internacional comercial, porque o objetivo é juntar bens para erradicar a falta de recursos de povos carenciados, como os de Moçambique, Angola, Palestina, Paquistão, bairros de lata no Brasil, denominados fabelas, o do Chile, em que são referidos como povoações callampas: aparecem um dia e meses depois já ninguém mora ai. Bem conheço esses casos, por ter morado com eles, entre ladrões e pulgas, sem agua e sanitas em casa ou no bairro. Morei com eles primeiro, para advogar pelas suas causa de felonia com as que se defendem da sua falta de bens. Morei com eles, mais tarde na vida, quando acrescentei o meu saber do Direito e das Leis, o da Etnopsicologia da Infância. Morar com eles, senhores leitores, para entender as suas formas de pensar e entender as suas felonias como única forma de sobrevivência. Os desfavorecidos não são ladrões, são pessoas sem recursos que nem força têm para trabalhar porque a fome mata e as doenças entram rapidamente nos corpos debilitados pela falta de vitamina. Remedio que não podem comprar pela sua falta de meios.

Paradoxalmente, quem causa a pobreza são os ricos que não empregam os que carecem de roupa adequada para vestir e do saber apto para usar as máquinas das indústrias e fábricas. A pobreza é a falta não apenas da força de trabalho, é também o analfabetismo que não permite entender a realidade. A erradicação da pobreza começa, normalmente, pelas campanhas de literacia, como Paulo Freire e eu fazíamos no Chile, e mais tarde, ele no Brasil e eu na Galiza. Paradoxalmente, as campanhas para erradicar a pobreza são realizadas por senhoras muito apitucadas, é dizer elegantes e bem vestidas, muito perfumadas, que estimam aos seus bazares para vender artesanato feito pelos pobres, como uma obra de caridade que as leva direito à presença da divindade. Esse é um comércio, uma transação de pessoas que têm sentimentos de fé a usar os pobres assistidos como um degrau mais para subir direto para o céu. Não sabem colaborar.

Paradoxalmente também, são as mulheres dos magnates que governam as nações pobres, como no nosso país de Portugal, acontece. Enquanto os seus senhores maridos desfalcam as economias dos lares por meio de impostos excessivos que ditam em leis e decretos-leis que ofendem o pudor da nação, elas vão de visita as casas dos pobres para oferecer-lhes bens o dinheiro coletado. Nunca vi nenhuma entrar as suas casas: tinham temor de ser assaltadas e, com razão, de ser atacadas por pulgas e os piolhos que a necessária falta de higiene para que não tem agua, causam nas suas casas.

No Portugal de hoje, as pulgas e os piolhos têm entrado em todas as casas por falta de água, cortada pela impossibilidade de pagar as altas contas de água, luz e gás, para quem não tem emprego e é assistido por quem tem mais, um pouco mais apenas, mas que partilha com os seus parentes e amigos.

Este governo que nos desgoverna e desfaz famílias completas, como comentava ontem no meu texto A família e os impostos que a desfaz, manda as suas mulheres a procurar donativos e paliar a pobreza que eles causam. É necessário desconfiar das mulheres elegantes!

Como membro ativo de Amnistia Internacional e de Human Rights Watch, apenas posso acrescentar que o elo do problema está na existência de uma legislação que nos condena à pulgas e piolhos e a real debilidade do corpo por falta de dinheiro para comprar bens alimentares para as nossas empobrecidas casas. Apenas uma mudança de governo para outro que entenda que representa a população da nação e não aos seus interesses pessoais e dos seus camaradas proprietários de indústrias, fábricas e terras, erradicaria a pobreza. Especialmente se é um governo que insere dinheiro na educação e na saúde, para que os piolhos e pulgas despareçam, erradicando a burguesia fascista que não amarra e, como comentava ontem uma antiga ministra de finanças, causam septicemia não apenas nas pessoas, bem coo na economia. O povo não pode consumir, não tem emprego, não tem dinheiro para ultrapassara o estado de pulgas e piolhos…Erradicar a pobreza é dignificar a educação e a saúde. Um dia internacional, em nada ajuda

Raúl Iturra

17 de Outubro de 2012

lautaro@netcabo.pt

Comments

  1. Pois é assim mesmo
    dei por isso há uma vintena de anos com o DIA da MÃE quendo era a 8 dezembro em que o comércio correu a aprovitar – mas mas – vamos indo – o pior é que o comercial esvaziou a essência e podia não o ter feito – A pobreza não se erradica assim – mas apenas não roubando as matérias primas da áfrica pagando 10 tostões e tendo trabalho escravo (e sexual) agora até dos meninos e meninas – e vendidas depois nos países rios a 3 milhãos de tostões e sem transferência de tecnologias (programa da ONU Eco-92) – basta pensar nos chocolates em quew se compra o +oleo de palma e cacão de borla e se vende na euroa os chocolates no Natal e se desertifica as áreas de américa sul e ásia e destróis as matas virgens onde vivem os indígenas nas siauas machambas que destroem, e continuam sem sanelamento básico nem sequer água potável e Bill Gates o f«generoso desemvolve agricultura de TRANSGÈNICOS com a sua Monsanto e Syngenta – àfrica o que resta de recursos naturas para a UE explorar e depois desertificar até ao tutano – não há comércio justo – não se dá valor à matéria prima que esgotam e deixam mais pobres todos os países do que antes da europa os explorar e se fizeram isso na 2 guerras mundiias agora é outra guerra – tenho medo de morrer dos “investidores” – o quê – Lula =0 a Xixa – os ingleses ?’ a frança – a frande telecom ?? qual investimento – a REFER – mas é só saque – começou com o turismo do Algarve 1961

    Por favor não invistam em Portugal – não comprem a CGD nem os estaleiros de Viana nem os Correios nem a ANA nem a TAP – vão sacar a alemanha – invistam lá

  2. PS – há dias vi na RTPInformaçãoÁfrica que os lusófonos todos andam a fazer entre les o que os portugueses fizeram ou tentaram – deixaram os cubanos e xineses e estão a fazer comunidade económid«ca e cultural e a crescer e msotar-se ao mundo – gostei doq eu vi e ouvi – não quero aqui a menina filha de angola – invista no país dela- e economia ciência humanista pode voltar a sê-lo

  3. Olá a todos…

    Desculpa Raul Iturra pelo que vou deixar aqui pois é completamente fora do tema da mensagem… No entanto é de enorme importância, pois apesar de ter sido publicado no “National Center for Biotechnology Information, U.S. National Library of Medicine, PubMed” tenho a certeza que nunca irá passar nas televisões para avisar as mulheres (até 26 anos) e, pelo que sei, os rapazes, para os riscos sérios de tal vacinação!

    “Foi realizada uma revisão sistemática de vacina contra o HPV pré e pós-licenciamento, ensaios para avaliar a evidência da sua eficácia e segurança. Nós achamos que a vacina contra o HPV projecto de ensaios clínicos, e os dados de interpretação de ambos os resultados de eficácia e segurança, foram em grande parte inadequada. Além disso, observamos evidências de relatório selectivo de resultados de ensaios clínicos (ou seja, a exclusão de eficácia da vacina números relativos a estudar subgrupos em que a eficácia pode ser menor ou até mesmo negativa de publicações peer-reviewed). Diante disso, o optimismo generalizado sobre vacinas contra o HPV benefícios de longo prazo parece repousar sobre uma série de pressupostos não comprovados (ou tais que estão na estranha com evidência factual) interpretação e significativa de dados disponíveis. Por exemplo, a afirmação de que a vacinação contra o HPV resultará em cerca de 70% de redução dos casos de câncer do colo do útero é feita apesar do fato de que os dados de ensaios clínicos não demonstraram até agora que as vacinas têm realmente impedido um único caso de câncer cervical (câncer de deixar sozinho cervical morte), nem que as actuais excessivamente optimistas substitutos marcador baseados em extrapolações são justificadas. Da mesma forma, a noção de que vacinas contra o HPV têm um perfil de segurança impressionante só é suportado pelo design altamente falho de testes de segurança e é contrária ao acúmulo de evidências de bancos de dados de segurança de vacinas de vigilância e relatos de casos que continuam a vincular a vacinação contra o HPV resultados adversos graves (incluindo morte e incapacidades permanentes). Nós, portanto, concluímos que uma maior redução dos casos de câncer do colo do útero pode ser melhor alcançada por meio da optimização de rastreio do colo do útero (o que não acarreta riscos tais) e orientar outros factores da doença do que pela dependência de vacinas com eficácia questionável e perfis de segurança.” FONTE

    Mas enfim… Não é a nada de novo, o importante é VENDER E LUCRAR…

  4. JotaB says:

    Portugal vai ter mais de três milhões de pobres

    «Austeridade está a levar à “democratização da pobreza”.

    O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza afirma que o Orçamento do Estado vai deixar Portugal com “mais de três milhões de pobres. É 30% da população, mas há quem defenda que será mais que isso.
    Ninguém arrisca dizer qual o número de pobres que Portugal terá em 2013 porque a Intervenção Social, “será maior do que os indicadores medem”. Mais de três milhões? “É possível”.

    A novidade desta crise, “é a quantidade de pessoas que estão em processo de empobrecimento, apesar de terem qualificações, habitação própria ou outros níveis de conforto. O pobre já não é o grupo social que gozava de má imagem e a quem todos os pecados eram atribuídos”.»
    http://www.dn.pt/

    • O objectivo é mesmo esse… Tendo em vista num futuro próximo voltar a industrializar a Europa (dos pobres) para fazerem os produtos que os Novos Ricos do Oriente querem…
      E para já está a correr sem grandes confusões.

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