O cerco à Assembleia da República

Não dá nas tv´s (estão muito preocupadas com as eleições do Benfica) mas pode ver-se via streaming o cerco à Assembleia da República. Para os mirones: já houve nudismo.

Diziam dois artistas na RTP, entre comentários ao orçamento geral do estado que era de emergência como se emergência não fosse quem não tem de comer para dar aos filhos, que isto dá muito má imagem do país.

O problema dos idiotas que ainda vêem nos credores não os abutres que são depois de encomendarem o cadáver, mas generosas pombinhas da catrina, é não entenderem que o tal país já não tem imagem. Sofreu um corte de 99%.

Para quê?

Se o país não tiver apoio externo para quê, professor Miguel Beleza? Para quê? Desembuche, homem! Para quê? Deixa as frases a meio? Ah! Não deixou… Peço desculpa. Pois, o Acordo Ortográfico de 1990. É a base IX, eu sei. Claro que V. Ex.ª não tem culpa. Peço desculpa pela precipitação.

O orçamento geral do estado


Confirma-se o roubo. Sim, estou a apelar deliberadamente à violência, em legítima defesa, é claro. Pessoalmente continuarei a ser assaltado, apenas mais assaltado. Muitos, principalmente os que vivem pior, serão dizimados. Deste país vai sobrar um mapa.

Claro que podemos pôr as mãos no assunto. Soltem-se a garras de um povo que já tantas vezes já soube dizer Basta, mas que verdade se diga outras tantas se encolheu. É nisso que eles confiam, é disso que se riem, é por isso que temos de lhes abrir as portas de emigração.

Fotografia do Público

À velocidade do som

Chá das divorciadas

“There’s always free cheddar in a mousetrap, baby” – Tom Waits

Se acreditam na felicidade conjugal vêm cá um dia e isso passa-vos num instante. Quando quiserem, é melhor não terem pressa, a gente deve acreditar nas coisas enquanto pode. A esta hora chegam as ex-mulheres dos jogadores de futebol, entretanto trocadas por uma modelo de pernas compridas e 15 anos a menos, as empresárias que saem do escritório ao início da tarde para uma reunião e já não regressam, as reformadas, as amantes. Olham de alto a baixo umas para as outras mas por hábito, já sem espírito competitivo. Folheiam revistas para arranjar ideias para o próximo corte de cabelo ou para a próxima cor de verniz – “olha, esta é gira, tenho um vestido desta cor”.

A esta hora, com o sol em declínio a pousar-lhes no tom acobreado do cabelo, as unhas cor-de-rosa e a blusa de renda negra, tanto podem ser contabilistas como donas de um bordel. Mas o que impressiona, de verdade, é a descrença nos homens. [Read more…]

Turbo-mães

A crónica de Daniel Sampaio deste domingo na revista do Público tem este título, «as turbo-mães».

Conta-nos a história de uma mulher – podiam ser quase todas – que trabalha das 8 às 21h, tentando concialiar tudo; os filhos raramente vêem a mãe;  é uma turbo-mãe;  faz tudo bem mas sempre a correr, com altos níveis de ansiedade. Conhecida pela sua eficácia profissional, é elogiada pelo director, que está dependente do seu trabalho e a considera insubstituível. Em época de crise, Ana tem receio de trabalhar menos e ser dispensada, como vê acontecer à sua volta. Sente- se em falta em casa.

Contou a D.S., seu médico, que a crise não a deixa parar. Não estava fácil fazê-la mudar de vida: a crise, o medo de perder o emprego, obriga-a a ser turbo…

Daniel Sampaio pensa que, efectivamente, “a crise provoca o desemprego, mas (…) também é responsável pelo modo febril como alguns trabalham, sempre a correr contra o tempo”.

Somos tantas as turbo-mães…

Só precisamos de ter calma, saúde (principalmente) e não perder o sentido do que é mais importante para cada uma de nós.

Não é fácil ser mulher e é mais difícil sê-lo em Portugal.

Mas não me arrependo de nada, como diria Raul Brandão! Fazemos o nosso melhor e já é muito…

Mas há uma coisa na história de Ana: temos que esforçar-nos por dizer «alto lá!», tenho filhos e amo-os, quero vê-los e estar com eles dia-a-dia, vamos renegociar este horário.

Não valerá mais ganhar menos? 

 

Quanto vale um professor?

No dia em que será apresentado o orçamento que empobrecerá os remediados e levará os pobres à miséria, deixo aqui um texto aparentemente corporativista, sendo que as aparências nem sempre iludem, não sendo menos certo que são insuficientes.

Os aprendizes de economista que parasitam o governo do país têm o hábito de confundir os rendimentos que os professores auferem com despesa, enchendo a boca com a necessidade de reduzir custos. Os referidos aprendizes olham para o professor e perguntam “Quanto custa?” Depois, pressionados pela necessidade de reduzir um défice e incapazes de o fazer pelo lado das PPPs ou da nacionalização dos prejuízos bancários, pegam no salário do professor e cortam, porque é despesa.

Mesmo em tempos de crise, todos conseguimos reconhecer quando um produto está a preço de saldo. Sabemos isso, quando somos capazes de dizer “Isto está muito barato!” Nessa ocasião, sempre que podemos, compramos, aproveitando o facto de que o objecto da compra custa menos do que aquilo que vale. [Read more…]

Um engraxador promovido a sapateiro

Nuno Crato recompensa Ramiro Marques, o seu servidor mais servil.

E o PCP perdeu porque

O povo é burro?

Mas estes tipos não aprendem?

Quer dizer, o PSD perde porque

” há uma clara penalização da política nacional que está sendo realizada particularmente e com responsabilidade do PSD.”

O PS, diz o Camarada, ganhou porque

“um resultado que não é alheio à abusiva utilização em seu benefício dos recursos e meios do poder regional.”

Começo a pensar que para o PCP o problema é o povo, que deverá ser demitido de modo a eleger um novo, mais amigo, mais sintonizado com a luta da classe trabalhadora!

Santa paciência para os aturar! E desculpem lá a azia, mas é de facto um exagero esta permanente postura do PCP.

E se me permitem, até conto um episódio ocorrido há uns dias e que ilustra o que é o PCP. [Read more…]

A iliteracia vista por uma princesa

“Um em cada cinco europeus tem dificuldade em ler o mundo. Frase escolhida para título de um relatório sobre literacia na União Europeia. E a princesa Laurentien da Holanda, que liderou os peritos, não se conforma. “É preciso agir já”, diz. Os europeus de que se fala têm 15 anos (Público).

Transcrevo um excerto das declarações da Princesa ao jornal Público:  ” (…) a Europa se ter deixado chegar a estes níveis “inesperados” de iliteracia. (…) O mesmo se passa com quem não sabe ler ou lê mal. Tem vergonha, esconde-se, torna-se insegura e desconfiada. Não quero isso para ninguém.”

Ela tem razão e há que agir no sentido de elevar os níveis de literacia, mas conheço homens e mulheres que não puderam aprender a ler e a escrever e que, ao contrário do que diz a princesa, não são nada inseguros, desconfiados ou envergonhados… pelo contrário, e têm muito para contar! A sua leitura do mundo devia ser mais ouvida. Mostra-me até que sou ignorante.

Ler o mundo” –  é difícil ler este mundo. Não há literacia que nos valha.

O Nobel para os habitantes do corvo

Zero! É obra! No Corvo o PSD teve ZERO votos!

Ganhar o Nobel por estar em guerra contra o seu povo

Entretanto, já passaram quase 4 anos

BPN custa 3.4 mil milhões de euros aos contribuintes. Isto aconteceu no país da justiça simulada.

A olhar para os rankings

Sempre que são publicados os rankings, voltam os mesmos erros de análise, o que quer dizer que o sol continuará a ser tapado com uma peneira.

Dos insurgentes e comentadores similares não se pode esperar mais do que um simplismo algo hermético, porque, para gente desta, resolver os problemas de Educação em Portugal resume-se a olhar para quem fica no topo dos rankings.

Os responsáveis pelos colégios, para explicar os bons resultados, portam-se, obviamente, como directores de empresas que têm um produto para vender (e, com isto, não pretendo pôr em causa a qualidade dos profissionais que aí trabalham, incluindo os próprios dirigentes). João Trigo, director do Colégio do Rosário, explica que os bons resultados se devem a “uma aposta na formação global dos alunos”, o que é tão vago que pode ser aplicado a muitas outras escolas cuja colocação no ranking seja inferior. O mesmo director atribui a fama de elitista ao facto de “os pais dos (…) alunos terem de ter dinheiro para pagar as propinas”, necessárias para a sobrevivência da instituição. [Read more…]

O patriota

Excerto de «O Patriota», que conta a história da Revolução Americana. Mel Gibson no papel principal.


 

Da série Filmes para o 8.º ano de História
Tema 7 – As transformações do mundo atlântico: Crescimento e rupturas
Unidade 7.2. – O triunfo das Revoluções Liberais

E os protestos chegaram à Moda Lisboa

Final do desfile de Nuno Gama, 2012, Fotografia Rui Vasco

Açores: um maioria absoluta com 53 mil votos

Foi o que conseguiu o PS. Votaram cerca de 99 mil eleitores. É como se fosse uma pequena cidade com um parlamento!