Vítor Gaspar, o radical

O deputado João Semedo, do BE, lembrou a Vítor Gaspar que o governo falhou as previsões do défice e do desemprego. Vítor Gaspar desvalorizou isso, recorrendo à metáfora do barco que mantém o rumo, mesmo no meio das vagas alterosas.

Cheio de arremesso no peito corajoso, Gaspar teve, ainda, esta tirada épica, ao nível do Pessoa da Mensagem: “Nada depende do grau de precisão das previsões. O sucesso do ajustamento não tem a ver com o grau com que as previsões se cumprem”. Se é certo que esta afirmação confirma a incompetência ou a desumanidade do economista, não é menos certo que estamos na presença de um homem dominado por excesso de testosterona e subjugado por descargas constantes de adrenalina e é isso que devemos valorizar.

Vítor Gaspar é, no fundo, um praticante de desportos radicais, um homem que está disposto a fazer bungee-jumping sem corda, contra os avisos dos burgueses acomodados. Onde estes vêem a lei da gravidade como um perigo, Gaspar vê aí um desafio que não impedirá o ajustamento.

Na minha qualidade de burguês acomodado, agradecia que Gaspar parasse de me empurrar e proponho-lhe, regressando à metáfora marítima, que, caso queira enfrentar a tempestade perfeita, pegue num barco a remos e vá sozinho, já que parece confundir orgasmos com naufrágios. Recorrendo, ainda, a uma frase aprendida na irreverência da juventude, e que guardo carinhosamente para os grandes momentos, gostaria muito que Vítor Gaspar fosse marrar com um comboio cheio de putas, até porque me parece igualmente radical, com perdão para as senhoras que desejo possam permanecer incólumes, enquanto Gaspar se diverte a ser espalhado pelos carris.

Comments

  1. Ainda penso says:

    Subscrevo.

  2. Embora o Gaspar, no seu entretenimento de «operador de calculadora», obcecado com os números e esquecendo as pessoas a que eles se referem, tem o mérito ou a testosterona de estar a esforça-se por raciocinar mais depressa do que fala, mas pelas referências deste artigo, parece não o ter ainda conseguido

  3. edgar says:

    A chanceler explicou, muito bem explicado, que estava tudo a correr bem pois já tinham conseguido baixar “o preço do trabalho” em Portugal, Grécia, Itália, Espanha, etc.
    Só assim fala quem compra ou representa os que compram trabalho. E não percebe quem não quer perceber…

  4. maria celeste d'oliveira ramos says:

    Compra compra mas fica a DEVER – compra a crédito e gostava de saber com que taxa pagará e a que prazo – está a ver-se não é ? Seja bem-vinda senhora porque somos assim e a senhora não tem qualquer capacidade de aprender o que quer que sega e num mapa de geografia física nem soube apntar onde se situava o seu “país” e apontou Rúsia e nem percebeu – não sabe o que é “escala” de coisa nenhuma – e menos ainda a escala da sua dívida para com os portugueses nas 2 guerras mundiais que foram declaradas no seu território(físico e moral e intelectual e espiritual se é que perce isso, também – pois – Happy back Home- you are not wellcome – e fique a saber que nem gostei do tratamento que nos deram quando pela 1ª vez visitei o seu país mesmo antes de 1986 ainda não “governava” nem aqui nem em lado nenum – e aprenda a falar outras linguas – far-lhe-á bem – tente – e aprenda história da europa – ficará a saber muita coisa nem imagina – e faça dieta mediterrânica -. a dos PIG – far-lhe-ía muito bem e compre uns sapatinhos femininos portugueses que são os melhores e mais belos do mundo – e de trabalho manual – mas a senhora não se aguentaria naqueles “andaimes” pois que o seu andar é como “marchar” e só não bate calcanhares nem sei porquê ?’ esqueceu como se “bate” ?’

  5. fernando says:

    deste governo, ou melhor desgoverno, já tudo se espera. já nos habituaram, presunçosamente, ao sofisma, à mentira, à escassa dignidade, a uma politica tanto económica como social desastrosa e criminosa.

    portanto, tudo o que possa sair dessas bocas sujas de podridão e miséria, andará na linha extrema do neoliberalismo, não causando estranheza.

    concordo que havemos de crescer, a economia recuperar, talvez nós, os pontas de lança da europa. quando isso acontecer é porque batemos mesmo no fundo, melhor dito, na merda.

    temos então que nos questionar, que portugal temos daqui a 2 ou 3 anos? onde estão os jovens? como vivem os pais? que futuro?

    ah! esses, os corruptos, os do compadrio? bem, esses, esses (alguns) governam o país, outros gravitam em torno do estado, impunes, tal como têm feito desde 75.

    tenho esperança, que ao rumo de que fala gasparzinho, lhe sopre tal tempestade, que o cata-vento mude definitivamente de direcção.

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