2 de Novembro, Dia dos Fiéis Defuntos. Pensei naqueles que não têm ninguém que os recorde, que deles sintam saudades e que por eles chorem. Aumentou em Portugal o número de corpos não reclamados (sem-abrigo, toxicodependentes, imigrantes, etc.). Mortos que ninguém chora.
A vida parece ser injusta para tantos seres humanos. Uns muito amados e saudados, merecedores até de homenagens e prémios póstumos ao fim de um ano, de dez, de cinquenta… Queria dar um bem-haja ao serviço prestado pela irmandade, de São Roque que, para muitos, é a única família presente no funeral. Tratam de providenciar ao falecido uma despedida digna. Manifestam também que aquela criatura significou, com toda a certeza, algo para alguém nalgum momento: algum gesto seu, um olhar, uma palavra. Por isso, terá valido a pena a sua vida!
As pessoas não precisam ser recordadas depois de mortas, precisam ser lembradas é enquanto são vivas.
Um bem-haja também para o Banco Alimentar, que sem ele muita gente passaria muita fominha.
De carpideiros rezadores póstumos é mesmo o que precisa quem em vida foi morrendo sozinho.
Tratem mas é dos vivos e deixem os mortos em paz.
São duas voluntárias que se calhar a única forma de mostrar solidariedade, a única de que podem, é acompanhar os mortos na sua solidão. Se calhar dão a única coisa que lhes sobra, tempo. Você, contribui como e com quê?