Relativamente ao exame da 4.ª classe (ontem foi o de português e na próxima 6ª feira terá lugar o de matemática) poderemos ver as coisas de diferentes prismas:
– por um lado, a dimensão organizativa que a equipa de Crato levou a cabo;
– a existência de um exame no 4.º como instrumento de avaliação.
No que diz respeito à primeira dimensão – a segunda parte fica para um post posterior – importa denunciar de forma clara mais uma desigualdade: houve crianças nas escolas públicas que tiveram de fazer uma viagem de vários quilómetros desde a sua aldeia até à escola sede do Agrupamento, normalmente colocada na vila ou na cidade mais próxima. Há casos públicos de viagens superiores a 40 quilómetros e não são quilómetros feitos na A1.
Houve também milhares e milhares de alunos que ficaram sem aulas para que as suas salas fossem usadas nos exames.
Pergunto: não teria sido tudo mais fácil e mais barato se o exame tivesse feito, como sempre, nas respectivas escolas?
E há uma detalhe de manifesto interesse para o conteúdo do post e, espero, para a sua reflexão, caro leitor: será que consegue encontrar um argumento para o facto dos colégios terem conseguido realizar os exames nas suas instalações?
Sim, isso mesmo – nas escolas privadas que tinham mais do que um sector (além do 1º ciclo, tinham outros docentes para vigiar os exames) os alunos puderam realizar o exame na sua casa de sempre.
Devo ser eu que estou com a mania, mas não lhe parece – e apelo novamente à sua reflexão, caro leitor – que o MEC favoreceu ligeiramente (quase nada) uns e prejudicou (quase nada) outros?
Isto aguenta-se? Ai aguenta, até um dia!
E fizeram greve?
O problema não é os alunos dos Colégios poderem realizar as provas no seu colégio, mas antes a obrigatoriedade dos alunos de escolas que não tinham mais do que o 1º ciclo (públicas e privadas) terem de deslocar os alunos às escolas sede, em vez de deslocarem às escolas do 1º ciclo os professores vigilantes!!