Em pouco tempo, vendo os telejornais de hoje ouvi – contei-as! – 14 (catorze) vezes a sibilina referência ao custo do novo tratamento que permite a cura (cura, não alívio, não remissão, cura!) da perigosa hepatite C, no tom de “está bem cura, mas enfim,que diabo, tanto dinheiro…”. São 48.000 euros por uma cura completa, qualquer que seja o estádio da doença. Quase tanto como o preço de cada um dos carros que os ministros, secretários de estado, directores gerais, administradores de EPs, provedores da Santa Casa e outros que tais gostam de trocar com pornográfica frequência.
O Medina Carreira, num dos seus oftálmicos programas, no caso dedicado aos “gastos” – como ele gosta de dizer – com a saúde, abordou a questão com aquela sensibilidade e empatia que lhe são habituais – a ele e às alforrecas. Ao ouvir o convidado declarar o preço da dita cura, todo se abespinhou e, com o seu ar de pitonisa descabelada a quem nasce o sol pelo olho do cu, murmurava: “quarenta e oito mil? tsssch, pode lá ser”, desatando, com o nervozinho do costume, a destilar a habitual peçonha sobre o estado social e quem o inventou.
Esta corja não consegue ter uma atitude decente sem ficar com uma espécie de hesitação, entalada entre a inevitabilidade de fazer o que deve ser feito e a má vontade de levar as coisas até ao fim. Vamos, cambada de invertebrados morais, avancem nem que tenham, para acalmar a raiva que vos dói, de colar na testa dos beneficiários um letreiro que os deixe com má consciência para o resto da vida “eu estou vivo porque gastei 48000 euros do estado”. Ou então recuem, não adquiram o medicamento e tenham a coragem de vir dizer-nos isso na cara. De preferência em directo e ao vivo.
Reflexão
Há 150.0000 infectados em Portugal x 45.000 euros = 6,75 mil milhões. Do dinheiro dos nossos impostos, que o estado já vendeu tudo o que lhe dava rendimento. 2 BPNs. 6750 submarinos.
O numero que indica, Gotlieb, é uma estimativa por projecção de portadores – não de doentes declarados – de que nem se sabe a margem de erro. Depois, note, nem sempre o dito tratamento é indicado. Estamos num domínio quantitativo pouco claro, até porque, como deve saber, pode ser-se portador desta doença durante décadas ignorando este facto. Por vezes ela degenera em cirrose ou cancro hepático. As suas contas são, portanto, desajustadas por grande margem, se não me leva a mal. Todavia, há um ponto que não tenho visto tratado, o dos cuidados que podem evitar, em muitos casos, a doença. Aí, sim, devia fazer-se um sério esforço de prevenção, como foi feito em relação à SIDA. O paralelo não é desadequado, uma vez que as formas de transmissão são, em muitos casos, semelhantes.
Concordo consigo, José Gabriel, mas mesmo sendo 10% desta estimativa de portadores, dá um número gigantesco.
Por outro lado, não será imoral os laboratórios detentores das patentes cobrarem essa fortuna por doente ?
Penso que, com a Sida, houve pura e simplesmente países que se estiveram a borrifar para as patentes
e fabricaram o então AZT clandestinamente e distribuíram-no às populações infectadas.
Quem não tem dinheiro, não tem vícios. Eu não tenho dinheiro nem pra 1 mês dessa cura. Se me cair essa desgraça em cima, que remédio tenho senão ir pra debaixo da terra. Não vou pôr os outros a pagar a minha cura. Pra mim, isto, nem discussão tem.
Isso é uma escolha pessoal Pato Lino, pode sempre fazê-la, já que a objecção de consciência é permitida.
Pato Lino, o seu comentário já só me causa pena porque é óbvio que foi proferido sem que o uso do cerebro tenha entrado na equação.
E como usar o cerebro não parece ser a sua especialidade deixo-lhe só uma pista : considera portanto a vida de um ser humano um vicio?Já agora, está vivo?
Pense nisso…
O post aborda o valor da vida numa sociedade que condena à morte, aqueles que não têm dinheiro para pagar o preço de um medicamento.
E de repente a luz ilumina o ser:
“Quem não tem dinheiro não tem vícios”
Deixo à imaginação de todos os que passarem por aqui, aquilo que não digo.
Não adianta especular com o preço do medicamento, até porque me parece que esta história está não direi mal contada, mas que lhe faltam alguns pontos essenciais.
1-O medicamento terá mesmo esse preço? Estimado por agora de venda em Portugal ou está já definido pela farmacêutica?
2-Não terá concorrência? Se conheço algo da indústria farmacêutica, atrevo-me a afirmar que o preço será bem menor e não tarda terá pelo menos 3 concorrentes praticamente iguais. Alguns a metade do preço.
3-Prefiro esperar para ver, até porque ao que parece o medicamento ainda nem foi colocado à venda…
E como se apanha uma hepatite ?? Com a água porca que os soldados beberam na guerra de angola em que metiam uma pastinha para não ficarem logo ali ?? Da +agua porca da torneira que não é desinfectada nos Potes da *agua do país” ??
na água recolhida não sei onde em garrafas e garrafões de nascentes poluídas pelos grande e misteriosos aterros sanitário onde se mistura todo o lixo reciclável e não + os metais pesados industriais – tipo VALORSUL depois espalhados na terra agrícola para plantar couves ?? que vai poluir os freáticos
Nunca vi pais tão porco e com tantos incompetentes e fala-barato e ladrões e mentirosos e desonestos e cagões – Como se apanha uma hepatite ?? o fígado é um FILTRO – porque se infecta com quê ?’ Talvez perguntando ao futebolista-cirurgião Barroso do Curry-Cabral especialista em transplante figadal ?’
E toda a alimentação que anda por aí importada de estufas de espanha e de estufas de Oeste com a terra superpoluída de fertilizantes e pesticidas sem sol mas fruta CALIBRADA pois a UE dá tautau ao pais que o não fizer e por isso há morangos 4 vezes maiores que a sua dimensão natural e sem perfume nem sabor – Não há FIGADO que aguente FILTRAR tanta merda – e cára e com mais IVA
Algum dos “ilustres” já se deu ao incómodo de saber
o que é a Bristol /Meyers/Squibb e quantos milhões já mamaram
em Portugal desde 1977 ????