Enquanto a Europa definha, os dividendos aumentam

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© Jacques Demarthon

Uma parte importante dos recursos públicos destinados aos cuidados em saúde, à educação, à criação e fruição cultural, enfim, ao desenvolvimento numa perspectiva larga e de longo termo, foram já subtraídos aos orçamentos dos Estados como consequência de decisões políticas que privilegiam outras prioridades – mesmo se anunciadas em nome de pacotes reformistas ou do «rigor orçamental». É certo que as Constituições ainda asseguram, mesmo se nessa letra pequena de lei que a actual classe de governantes tem relutância em ler, os princípios democráticos que servem uma ideia de sociedade em que a desigualdade extrema não cabe – mas também que as leis fundamentais perderam relevância no quadro das actuais políticas dos Governos, ligados entre si pelos contextos obscuros de uma economia global cujos primeiros grandes embates justamente sofremos por estes dias.

A desigualdade atinge em 2014 níveis jamais sonhados pelas gerações nascidas na Europa e na América depois das guerras do século XX. Por todas estas razões, é sempre bom ir tendo notícias do paradeiro da riqueza que ainda ontem servia a vida de muitos mais, designadamente sob a forma de direitos adquiridos por contrato social, mais do que hoje empenhado na qualidade da vida e na mobilidade social dos cidadãos. Em França, um índice recentemente publicado por uma empresa de gestão de activos chamada Henderson Global Investors (HGI) acaba de revelar o aumento exponencial dos dividendos pagos pelas grandes empresas aos seus accionistas. Incidindo no segundo trimestre do ano, o referido índice dos melhores retornos mundiais em dividendos emergiu no espaço mediático francês no exacto momento em que as ajudas públicas às empresas privadas (em nome da retoma económica e da criação de emprego) atingiram um patamar de investimento jamais conhecido.

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Liga de Clubes: Quem é Rui Alves?

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Depois da vergonhosa actuação do actual presidente da Liga de Clubes e dos seus acólitos nas últimas eleições, num acto de batotice que nem os cachopos num jogo de futebol de rua, a legalidade foi reposta e ficam a sufrágio as duas listas, uma liderada pelo Fernando Seara, um homem da política e a lista de Rui Alves, um homem do futebol.

 

Entendeu Fernando Seara desistir e não ir a jogo. Por isso mesmo, Rui Alves vai ser, mais tarde ou mais cedo, o presidente da Liga de Clubes. Aqui chegados, ficam duas perguntas: quem tem medo de Rui Alves e quem é Rui Alves?

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A jactância dos avelhados

Todos temos o nosso lado falhado, o meu é o desenho, onde quando metemos o bedelho sai asneira. O do Vítor Cunha é o ensino. Olhou para um manual escolar do 2º ano, e proclamou à pátria:

Sabemos que a educação é um mero pormenor eleitoral quando, e além da jactância dos avelhados que se auto-promovem à gineta, produzimos produtos destes, cujos requisitos são Microsoft Windows Vista ou superior e leitor de CD-Rom e apresentam na capa um iPad e o texto “consulta e explora o manual que levas para a escola no teu computador ou tablet”.

Nem todos sabem que uma aplicação se instala normalmente online  (a do Mundo da Carochinha até está nos saldos, -8%). Ah, e que este ano a moda das duas editoras, a que o mercado nos reduziu e condenou, é precisamente a aplicação para tablet, o  manual digital melhorado, o cd começa a ser trocado por pen, há progressos.

No vídeo abaixo a Leya publicita o produto. Suponho que aqui se aplica o clássico RTFM. [Read more…]

E se a OMS proibisse o traque?

Entende a OMS quanto aos cigarros electrónicos que o seu consumo em espaços públicos fechados deve ser proibido “a menos que seja provado que esse vapor exalado não é perigoso para quem está mais próximo”.

A OMS sabe que tal vapor, além de água, contêm nicotina. Também sabe que a nicotina não é cancerígena, e que ao contrário do cigarro de tabaco a quantidade consumida é mínima, e mínima das mínimas a parte que pode ficar num espaço fechado onde caibam várias pessoas, sendo impossível afectar o sistema cardíaco do próximo, esse sim, o preço pago por quem o consome.

Mas a OMS tem duas certezas: a pressão da indústria tabaqueira e a obsessão compulsiva contra tudo o que possa dar prazer, esse vício tenebroso.

Aguardo que proíba a flatulência, em espaços abertos ou fechados. Pelo seu impacto ambiental, azoto e metano já para não falar do risco de incêndio, até que me provem o contrário, também devem fazer mal à saúde de quem inadvertidamente os inala. E o cheiro é geralmente desagradável.

The_Papal_Belvedere

 

Os Putos

Pobre, até prova em contrário, é gatuno.