O PSD e o CDS-PP, apesar de coligados numa só espécie de partido, pretendiam ter dois representantes no debate de 22 de Setembro, organizado pelos 3 canais nacionais em simultâneo. O Partido Socialista, e posteriormente a CDU, opuseram-se, e bem, à tentativa de Passos Coelho de trazer consigo o número dois da lista da coligação por Lisboa. Se as propostas são as mesmas e não há nada que os separe, qual é a necessidade de estarem lá duas pessoas para dizerem exactamente o mesmo?
Primeiro foi Paulo Portas quem ficou zangado por ser excluído. O líder do CDS-PP não queria ser tratado como Heloísa Apolónia mas a verdade é que o seu partido é o equivalente aos Verdes na coligação PàF. Marinho Pinto, Rui Tavares, Gonçalo da Câmara Pereira ou Garcia Pereira ficam de fora mas este indivíduo acha-se no direito de estar presente num debate onde o objectivo é ouvir o que têm para dizer os líderes das principais forças políticas em confronto, algo que Portas deixou de ser no dia em que transformou o partido que lidera num anexo do PSD. O próprio comunicado do PàF não bate certo com as exigências dos seus líderes:
Mas a alternativa do PSD e do CDS-PP não é exactamente a mesma? O trabalho realizado não foi comum? As propostas eleitorais dos partidos não convergiram num programa comum? Fazendo uso das críticas endereçadas ontem por Luís Montenegro ao PS, fica a sensação que a coligação também “já não diz coisa com coisa“.
Perante a possibilidade de “inconseguir” uma representação superior à dos seus adversários no debate, a coligação recorreu à chantagem e ameaçou não participar caso Portas não esteja presente. Compreende-se: Portas consegue causar estragos em debates e Pedro Passos Coelho não tem os assessores à sua volta para responder por ele. O risco de ver a hecatombe social que foi a sua governação exposta em directo pelos seus adversários é elevado e ter um aliado consigo, hipótese que está vedada aos restantes, seria uma mais-valia. Não conseguindo o tal regime de excepção, o primeiro-ministro opta por se acobardar e ficar de fora do debate. Tal como o vintém e o cretino, um cobarde há-de sempre ser um cobarde.
Já disse aqui anteriormente o que penso sobre este ridículo episódio. Acredito que tudo começou como mais uma grande birra do enfant tèrrible Portas, a incessante busca por mais protagonismo (e proveito económico, claro) é o que move este animal político invertebrado. Agora, está a ser usada como escudo de Passos Coelho às balas dos debates. Esta coligação precisava de levar uns valentes PáFs nas ventas.
Agora devia a CDU enviar o representante de “OS Verdes” para o debate com o Portas para o cenário ficar equilibrado
A CDU já optou por essa solução. Golpe de mestre…
desprezo