É mesmo para acabar.

“Com a retirada de Obama e a entrada em cena do Luís XIV da Quinta Avenida, o mundo entra noutra fase. Podemos chamar-lhe incerteza mas incerteza é o que menos existe” – Clara Ferreira Alves, Expresso, 21 de Janeiro de 2017.

Quando acabei de ler o artigo desta semana de Clara Ferreira Alves na revista do Expresso fiquei a pensar que nunca como nos últimos tempos concordei tanto com aquilo que ela escreve. Sempre gostei de ler os seus artigos e ainda mais quando discordo das suas opiniões. Mas este seu texto, com o título “É para Acabar”, é do melhor que tenho lido nos últimos anos. Está ali tudo, devidamente retratado e colocado no seu real contexto:

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A maior prova, se tal seria necessário, foram os resultados das eleições nos Estados Unidos. A imprensa a fazer campanha contra Trump e o resultado foi ao contrário. O mesmo se diga no que toca ao Brexit. Retomando o texto de Clara Ferreira Alves:

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Estou plenamente convencido que assim será. Um a um, eleição a eleição os “Trump” mais ou menos letrados por esse mundo fora, a começar pelas próximas eleições em França, vão vencer com o voto popular. Porque o povo está farto. Completamente farto e prefere o “quanto pior, melhor”. As elites merecem que assim seja, para desgraça de todos. Voltando ao artigo de Clara Ferreira Alves:

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Subscrevo tudo isto que a Clara Ferreira Alves escreveu. Para mal dos nossos pecados, estou convencido que assim será. É mesmo para acabar…

Comments

  1. Paulo Marques says:

    Diz que percebe, mas é evidente que não percebe nada. Basta o apelidar de tudo o que discorda de populismo e continuar a achar que o centro é alguma coisa para entender que continua a léguas de enxergar qualquer coisa.

  2. Rui Naldinho says:

    Eu também leio Clara Ferreira Alves e gosto de algumas das coisas que escreve. Mas poucas. A Senhora está longe dos tempos em que se afirmava como jornalista.
    A Clara hoje está mais próxima de Cristiane Lagarde nas banalidades que diz, por exemplo no “eixo do mal”, na presunção intelectual das suas ideias, algumas delas pouco fundamentadas, e muito desfasadas da realidade que nos rodeia.
    Aquando do aperecimento da Geringonça vi a Clara Ferreira Alves fazer os comentários mais disparatados sobre essa possibilidade que se desenhava no cenário político, acerca do PCP e do BE, como se estivéssemos no PREC. Ainda que o comportamento dos comunistas tivesse sido pouco abonatório sobre as suas reais intenções com aparecimento do regime democrático em Portugal, quarenta anos depois, com a maioria desses dirigentes já desaparecidos ou em fim de vida, qual a analogia com esse passado. Nenhuma! É como se condenássemos alguém e o mesmo se tornasse um proscrito para além da pena. Ou, pior, como se os seus filhos trouxessem amarrados ao corpo o estigma dos pais.
    Nunca fui comunista, nem tenho especial simpatia por eles, mas considerar o PCP hoje um partido enfeudado à União Soviética, e aos interesses do comunismo internacionalista, (onde é que ele anda?) como se estivéssemos no tempo da guerra fria, só lembra áqueles que vêm na camisola vermelha do Benfica um potencial comunista.
    Concordo com ela quando diz que:
    “Assim vivemos. Estando eu, como estou, do lado das malditas elites liberais, e não confiando nos bárbaros, consigo entender que estamos a prazo.”
    Se calhar está! Mas não fará ela parte desse sistema social democrata que há muito deixou de o ser, vendendo-se ao neo liberalismo?
    O problema é que toda esta gente hoje que se afirma chocada com as mudanças políticas e sociais no planeta, a maioria deles são intelectuais, bem formados no plano académico, começaram muitos deles por serem perigosos esquerdistas na juventude, alguns mesmo comunistas. Fruto de circunstâncias diversas, alguns deles conseguiram por mérito próprio, outros por amizades e afinidades familiares e políticas, um primeiro emprego bem remuneradodo, um primeiro carro topo de gama, um primeiro apartamento nas “Janelas verdes” ou coisa similar no Porto, Lisboa ou Coimbra, frequentar as tertúlias culturais pagas por uns quantos ricalhaços como o Senhor Soares do Santos, mas venderam a alma ao diabo.
    Foi assim que o eleitorado paulatinamente se foi virando contra eles, achando que eles afinal não eram tão diferentes dos bárbaros. Apenas tinham um discurso politicamente correto. Na prática, só estavam mesmo interessados nas suas prodigiosas benesses, pagas por aqueles que eles deviam controlar meticulosamente para não fazerem estragos.

  3. O fim do mundo de CFA assemelha-se ao que pensam as seitas do Apocalipse e afins.

    Uma versão do Diabo e do Anticristo alargada.

    PPC tem a mesma ideia, mas é mais restrita à Geringonça.

  4. ZE LOPES says:

    Pzé, pá! Acabou-se!

  5. (…) ” Mas não fará ela parte desse sistema social democrata que há muito deixou de o ser, vendendo-se ao neo liberalismo? ”
    (…) ” a Clara Ferreira Alves fazer os comentários mais disparatados sobre essa possibilidade que se desenhava no cenário político, acerca do PCP e do BE …”
    …e continua !
    ..É isso mesmo que penso tb de CFA, Rui Naldinho.
    Saudações !

Trackbacks

  1. […] Fonte: É mesmo para acabar. […]

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