Revolucionário Obama?

Ou apenas um estratega e recuperar do esmagamento eleitoral da semana passada? É que isto de enfrentar lobbies não acontece todos os dias

A prova não se vai realizar no dia 18

Outra vez a prova. Não é nem o Alfa, nem o Crato do nosso sistema educativo, mas é algo que está a mexer com a dignidade profissional, quer dos candidatos ao desemprego, quer dos professores dos quadros que olham para esta medida como uma enorme falta de respeito para com os professores, muitos dos quais com anos e anos de serviço.

Há muitas dúvidas sobre o enquadramento legal que a sustenta e por isso faz todo o sentido a dimensão jurídica que os sindicatos  decidiram desenvolver. Provavelmente, o recurso aos tribunais e as providências já aceites, irão impedir a realização da prova no dia 18. A não ser que hoje aconteça uma surpresa.

Parece-me também que a luta não se fará, no dia 18, através da falta dos avaliados. Esses, na minha opinião, têm mesmo que ir realizar a prova porque não acredito em lutas globais. Quem, no dia 18 (ou num outro qualquer dia), tem que se chegar à frente são os docentes dos quadros.

Obviamente, a GREVE anunciada pela FENPROF pode também ser um instrumento eficaz de combate a mais esta imbecilidade, mas a questão é mais complicada que isso. É que vigiar este tipo de acontecimento não faz parte do conteúdo funcional da profissão (artigo 35º). E, isto, é mais um exemplo da forma incompetente como estas coisas (não) são preparadas pelo Governo.

Pelo sim, pelo não, talvez seja bom estar atento, porque a humilhação não pode fazer parte do nosso dicionário profissional!

No entanto, a minha aposta é esta: dia 18 ninguém vai realizar a prova!

A prova para ser professor

Ao que isto chegou – Nuno Crato pretende roubar dinheiro aos contratados e / ou desempregados para pagar aos carrascos que aceitem tal vergonha: 3 euritos por questão!

Confesso que não irei ficar surpreendido com o que vai acontecer, mas saberei tirar daí as devidas consequências, mas antes que tal aconteça, permita-me que insulte todos os PROFESSORES CHULOS que aceitam tal coisa!

A nossa dignidade não está à venda! A minha, pelo menos, não está!

Vão brincar com o …!

Novamente os vídeos pornográficos da professora

Isto começa a ficar complicado – então agora o MEC publica uma portaria para empurrar os profs pela porta fora e o pasquim do país vem logo dizer que os pais estão em choque com a senhora que andou a contribuir para a cultura lusa? Não me parece bem este aproveitamento parental da legislação publicada e, logo assim, em cima da hora?

A professora nem tem tempo para se vestir.

Vamos lá ver uma coisa – que Nuno Crato queira obrigar as professoras a participar numa espécie de factor X, parece-me uma perfeita estupidez, quase ao nível de um Rui Machete!

Agora, Nuno Crato, poderia, por exemplo, solicitar a realização de um vídeo a cada candidata a professora. Os serviços do MEC colocavam as realizações no youtube e os pais votariam na Docente mais adequada, segundo os critérios absolutamente rigorosos a definir pelo Bispo. Há ainda uma outra dimensão a considerar com esta proposta de seleção youtubista das Professoras – o MEC não precisava de se dar ao trabalho de contratar nem chulos, nem abutres!

O país vota sem segredos na candidata com melhores atributos! Depois, é só contactar com o José Manuel Fernandes e fazer um ranking!

20 euros para ser prof é um preço justo

Pelo menos é o que diz o Despacho 14293-A/2013, de 5 de novembro que vem definir o calendário e o custo da prova de acesso, ou de ingresso ou de conhecimentos ou sei lá o quê mais, que Nuno Crato se lembrou de exigir aos Professores Contratados Desempregados.

São duas áreas em que Nuno Crato tem sido brilhante:

– ajudar à privatização da Escola Pública;

– despedir e tratar mal os professores.

Siga para bingo, que se faz tarde! Dia 18 de dezembro é o dia!

20€!!!!

Continuo sem palavras!

Mas avanço com uma proposta: Nós, professores dos quadros, se chamados para a vigiar, faremos GREVE porque ela está COMPLETAMENTE fora do nosso conteúdo funcional!

Presente e futuro da advocacia: uma questão de República (3)

No seguimento do que escrevi aqui, começo por aquilo que, entre Advogados, causa maior divisão de opiniões: a massificação da profissão. É matéria controversa quanto baste. E se com ela começo, será também com ela que concluirei, em tempo, esta série de artigos.

Isto, porque a massificação da profissão de advogado – no que concerne ao actual estado e a possíveis soluções -, está na base da grande divergência dentro da classe.

Comecemos pelos números:

– Em 1991, a totalidade de cursos de Direito em Portugal “produzia” cerca de 1.500 licenciados por ano, sendo que a partir de 1994 passou para cerca de 2.000 por ano. Destes, em média, cerca de 82% inscreveram-se como Advogados (após conclusão do respectivo estágio).

– Em 2003, havia cerca de 20.000 advogados inscritos na Ordem dos Advogados (doravante OA).

Hoje, existem cerca de 31.000, dos quais cerca de 27.000 exercem, sendo cerca de metade, jovens advogados (com inscrição na OA há menos de 10 anos). Uma racio de um advogado para cada 350 habitantes (na Áustria será um para cada 4.200, na França um para cada 1.800).

– Hoje, com o chamado Processo de Bolonha, as licenciaturas deixaram de ter 5 anos, passando a ter apenas 4.

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