Estado da nação

inauguracao joana vasconcelos
Fotografia de Carlos Vaz Marques Graça Costa Pereira na inauguração da mostra de Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda, do telemóvel para o Facebook.

Miséria de portas abertas

na casa de
Não vi esta exposição quando ela esteve na Fnac, em 2011. Nem na Fnac nem em lado nenhum. Desconhecia-a totalmente.

Desconhecia-a até um dia desta semana em que lia a CAIS #180 de Janeiro e Fevereiro, comprada a um idoso sem dentes numa das muitas ruas da baixa do Porto.

Subitamente, de rompante, sem pedir licença, ela entra-me pelos olhos dentro, pela casa dentro. No conforto da minha casa, vejo o imenso desconforto de outras. Vejo a miséria encoberta, a tristeza envergonhada, a desesperança de um povo que vive cada vez pior.

Talvez cada vez mais pessoas tenham que chamar lar a tugúrios destes, não sei. Não conheço números. Não ligo a números. Fui sempre muito mais de letras. Gosto dos nomes das pessoas, gosto de ver as pessoas como únicas, indivíduos todos insignificantes e todos tão importantes à sua maneira. [Read more…]

Sherlock Holmes na farmácia

Entrei na exposição “A Farmácia no Tempo de Aníbal Cunha” com aquela atitude birrenta de adolescente que alinha num programa a contragosto, sabendo que vai entediar-se, e apenas diz que sim para fazer a vontade a outros. Mãos nos bolsos, cara de parva, olhar sobranceiro, resignada à ideia de que ia perder tempo. Parece que há um resquício de estupidez juvenil que teima em desaparecer e se arrasta triunfalmente pelas décadas seguintes.

Antes de mais, a exposição é de entrada livre, e vai manter-se no átrio de Química do edifício da Reitoria da Universidade do Porto até 13 de Dezembro.

Aníbal Cunha foi um ilustre farmacêutico, e um empenhado republicano. Participou na revolta de 31 de Janeiro e foi um dos responsáveis pela criação da Faculdade de Farmácia do Porto, de que viria a ser director.

A exposição reúne equipamento de trabalho, como alambiques ou balanças de precisão, frascos e boiões de farmácia, cartazes publicitários dos medicamentos da época, e objectos capazes de despertar a vossa curiosidade como  uma máquina para fazer supositórios.   [Read more…]

Tampões femininos, em Versalhes, só no sítio “certo”

joana de vasconcelos

A recente proibição da presença da peça “A Noiva” (representando um lustre feito com tampões higiénicos) na exposição de Joana de Vasconcelos em Versalhes -com o fantástico argumento de não ser “adequada” ao local – é um acto censório que tem muito de preconceituoso e nada de artístico.

Como lembrou a própria artista, “A Noiva” foi uma das peças que lhe abriu as portas para a sua circulação internacional.

Acresce que Joana Vasconcelos foi convidada por ser autora de uma obra conhecida, na qual a peça agora censurada se inclui com grande visibilidade, e que nenhuma objecção foi levantada aquando do convite.

Esta actual tendência para a censura artística é preocupante e invade uma das poucas esferas onde a liberdade de expressão, criação e exposição eram ainda defendidas e estimuladas.

A leitura de Joana de Vasconcelos sobre o assunto é explícita mas podia (devia) colocar mais profundamente o dedo na ferida e vincar o aspecto político/castrador da decisão: [Read more…]

Exposição de Fotografia “Entre Espaços” de Pedro Noel da Luz

Entre Espaços”
Da terra, do mar, do céu.
Sobre prateadas superfícies
No corpo expandido
Dentro das ruínas do abandono
No caminho para outro tempo
Nas texturas de uma língua
a comunicação de espaços
que não chegam a ser,
nem este nem aquele,
quando a composição fotográfica se contém
e, ambivalente, se detém
sobre as possibilidades
dos liames entre mundos.
Neusa Dias
Maio 2012

ARTUR: Exposição de Arte Urbana em Coimbra

artur
Inaugura amanhã, 3 de Fevereiro, a exposição de arte urbana ARTUR, pelas 21.30h, na Casa da Esquina em Coimbra.

Entre Maio e Junho de 2011 decorreu na cidade de Lagos uma residência artística de street art e arte urbana que reuniu nomes destacados da cena nacional e internacional nas instalações de uma antiga cadeia, a sede do Laboratório de Actividades Criativas – LAC.

Dessa residência resultaram trabalhos em muros de rua (entre eles uma das melhores cinco paredes em Portugal de 2011 segundo o jornal Público) e uma exposição que, após ter estado patente em Lagos, se apresenta agora em Coimbra, adaptada ao espaço da Casa da Esquina.

Trata-se de uma oportunidade única para ver obras de Alexandros Vasmoulakis (Grécia), Antonio Bokel (Brasil), ±MAISMENOS±, Paulo Arraiano, Fidel Évora e Jorge Pereira (Portugal).   ±MAISMENOS± e Jorge Pereira, presentes na inauguração, apresentam algumas obras inéditas nesta mostra.

De 3 de Fevereiro a 16 de Março de 2012, de 3ª a 6ª entre as 15 e as 18h. Entrada grátis, oferta de catálogo durante a inauguração.

Exposição de Onik Sahakian

Onik Sahakian Nasceu em 1936, na capital do então Império Persa. Em criança, recebeu uma bolsa de estudo para a frequência do Curso de Pintura de Miniaturas Persas, no afamado Honarestan Zibaé Keshwar (Instituto de Belas Artes de Teerão). Em 1956 partiu para os EUA, ingressando na Chouniard Arts School de Los Angeles, concluindo o seu Master em 1964, tendo estudado as técnicas dos pintores clássicos, sendo influenciado pelas escolas francesa, holandesa e italiana, embora numa fase posterior, viesse a interessar-se pelos impressionistas franceses. Foi consultor da Imperatriz Farah Diba, no âmbito do Centro Cultural Niavaran.

Conheceu Salvador Dali em 1958 e essa amizade perduraria até ao fim da vida do pintor espanhol, inevitavelmente sendo também atraído por uma certa visão do mundo, plasmada no irresistível apelo do Surrealismo Daliniano. Em 1987, Onik estabeleceu-se em Lisboa e aqui realizou a sua primeira exposição em território nacional, onde o seu multifacetado talento proporciona trabalhos de pintura e joalharia – algumas das jóias de Gala eram de sua autoria -, escultura, cenografia e guarda roupa para ballet.

O Aventar convida todos os leitores para a inauguração da sua exposição “Time for Wine and Roses”, a realizar-se no dia 2 de Junho de 2011, pelas 19.00H, na Galeria MAC – Movimento Arte Contemporânea (Av. Álvares Cabral 58-60, Lisboa).

Exposição de Fotografia de Vermoim, Maia (6)

Pode ver mais AQUI

Exposição de Fotografias, Vermoim – Maia (4)

Ver mais aqui

Exposição de Fotografias de Vermoim – MAIA (3)

Exposição de Fotografias em Vermoim – Maia (2)

Aventador Expõe na Maia

Assim reza o press:

José Magalhães nasceu no Porto em 1952. Escreve e fotografa desde a adolescência.
Fez diversas exposições de fotografia, colectivas e individuais, em inúmeras cidades portuguesas (Porto, Braga, Coimbra, entre outras) e chega agora à Maia onde vai apresentar um conjunto de dezasseis trabalhos fotográficos intitulados “Imagens e Bocados”.
A exposição estará patente no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Vermoim, a partir de hoje 25 de Setembro, data da sua inauguração (pelas 21h30). A entrada é livre.

Pois, mas agora vamos falar de um amigo. O José Magalhães é meu companheiro de blogosfera aqui no Aventar e um tipo cinco estrelas. Como se tal não fosse pouco, ainda consegue ser um fotógrafo e peras! Ele diz que é amador. Pois. Amador? Não! Quem consegue fotografar o Porto como ele o faz não é amador. É um Poeta.

Eu vou lá estar. Orgulhoso por o contar entre os meus amigos.

CAL em exposição

O convite diz o seguinte:

Exmos. Senhores,
O LAC – Laboratório de Actividades Criativas e a Marina de Lagos têm o prazer de vos convidar para a Exposição CAL – Colectivo de Artistas do LAC, na Galeria Marina de Lagos, com inauguração no dia 9 de Junho pelas 18h.
Representados:
A. Pedro Correia, Catarina Nunes, Henrique Pereira, Jorge Pereira, Raymond Dumas, Ricardo Milne e Sofia Fortunato.
A exposição estará patente de 10 a 27 de Junho
no horário de 4ª Feira a Domingo,
entre as 15h e as 19h30.

*

A inauguração é já amanhã. Estão todos convidados.

Leça da Palmeira

Em exposição no Espaço Fénix

Exposição de João Alexandre

O meu amigo João Alexandre vai expôr na Casa das Artes de Sever do Vouga, tendo-me pedido para escrever um texto para o catálogo. Ele aqui está para quem tiver a pachorra de o ler.

Modus operandi

 Como eu já disse num outro texto sobre João Alexandre, falar dele não é fácil, porque não é fácil falar de um pintor que é, ao mesmo tempo, amigo, filósofo e criador.

O João resolveu dar a esta sua exposição o título Modus Operandi, que é uma expressão latina utilizada para significar um modo de agir ou de operar, mantendo sempre, de uma maneira geral, procedimentos idênticos.

Na verdade, objectivo e positivo como é o João, não poderia escolher melhor título. É que toda a sua obra, desde que o conheço, mais do que em qualquer outro pintor, revela um permanente modus operandi do qual ele não mostra vontade de sair, a despeito de uma imaginação dinâmica e de uma inteligência sempre activas.

Isto não impede que a sua pintura seja de uma singular originalidade, elaborada numa espécie de redundância conceptual, materializada na esfera de uma filosofia palpável, que, pelo facto de ser palpável, não deixa de ser profunda.

Materializada dentro dessa filosofia palpável, a sua pintura parece adquirir, filosoficamente, um carácter quase imaterial, onde não se vislumbram gestos nem mãos. Há uma expressão que já utilizei, mas que me parece tão adequada à pintura do João Alexandre, que não resisto a relembrá-la: a sua pintura vai aparecendo como se o artista soprasse a camada de pó que a cobre, não se sabe se há séculos, há milénios ou há um tempo fora do tempo. Uma espécie de alma para lá da translucidez da estrutura corporal da tela. [Read more…]

Ui! Ai! Uuuiii!

Ainda não percebi o interesse pela exposição dos orgasmos da Clara Pinto Correia . Atendendo ao facto de já ter andado a plagiar artigos de revistas estrangeiras – o que lhe valeu a suspensão da sua colaboração na revista “Visão” -, para mim a veracidade dos seus orgasmos é de nível zero.
Isto para quem tem interesse na veracidade do orgasmo feminino, obviamente…