Leio, na edição de hoje do “Público”, que pertencer à Frente Nacional (FN) de Marine Le Pen passou a ser “aceitável”. Quem o observa é Sylvain Crepon, um investigador da Universidade de Tours que estuda a extrema-direita francesa e que conta que, até há pouco, para irem colar cartazes os apoiantes de Le Pen faziam-se proteger com tacos de basebol e iam acompanhados por uns quantos skinheads. “Agora podem fazer isso em plena luz do dia, o que mostra que as pessoas já estão mais habituadas à FN. Tornou-se mais aceitável.”
“Aceitável” graças sobretudo à sagacidade de Marine Le Pen, que soube empurrar para fora de cena um embaraçoso pai incapaz de conter o seu discurso de ódio. A hábil Le Pen faz-se agora chamar apenas de Marine nos cartazes, encheu os comícios de rosas azuis, afectos e sentimentalismo, fala da “França esquecida”, da “França sem voz mas não sem coragem” e reclama para o seu partido a personificação desses “valores franceses”, chavões de conteúdo vago, ideias míticas de uma “França perdida” que é preciso recuperar, um bastião a defender perante a invasão dos outros, dos estrangeiros, dos terroristas. [Read more…]
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