continuação daqui
A partir da sua eleição em Genebra, em 1976, os vice-presidentes da Internacional Socialista Bettino Craxi e Mário Soares estabeleceriam uma relação de grande amizade pessoal. Um tipo de relacionamento descontraído, comum a pessoas com gostos e pontos de vista semelhantes. O PSI tinha ajudado bastante a Acção Socialista através de Manuel Tito de Morais, que vivera exilado em Roma, mas, depois do 25 de Abril esse apoio seria relativamente modesto.
Assim, eu seria surpreendido quando Mário Soares informou que a situação mudara e que o seu cunhado e eu nos deveríamos deslocar a Milão no dia 15 de Setembro (1977), a fim de receber uma considerável quantia de dinheiro. Naquele dia, Fernando Barroso e eu teríamos à nossa espera um dos assessores de Craxi para assuntos financeiros, Ferdinando Mach, que nos levaria numa agradável viagem de carro à cidade de Lugano na Suíça, onde nos seria entregue aquele dinheiro. Meio milhão de dólares que deixavam o partido numa situação desafogada.
Nunca me foi dito qual a razão dessa generosa dádiva e nem a mim me competia fazer quaisquer «investigações». [Read more…]
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