Os 100 (e tal) “nomeados” muito pré-eleitorais da coligação PSD/CDS-PP

tacho

As nomeações políticas estão na ordem do dia. E se os governantes ontem nomeados parecem ter o seu posto de trabalho a prazo – maldita precariedade, não poupa ninguém – a verdade é que outros, cerca de uma centena, não tiveram igual sorte.

Falo nas nomeações feitas nos últimos dias de mandato do governo cessante – um clássico – que, por via das dúvidas, decidiu deixar uns quantos homens e mulheres de confiança em cargos-chave da Administração Pública, cargos esses que, em parte, foram criados uma semana antes das Legislativas e das próprias nomeações. Uma conveniente coincidência.

O campeão da distribuição de tachos lugares foi o Ministério da Defesa. O ministro Aguiar-Branco terá concedido a sua bênção a 38 novos gestores públicos, algo que de resto não deve causar grande admiração vindo de alguém que até arranjou bons cargos a antigos assessores em empresas públicas sob a sua tutela. Assessores que posteriormente até viajaram em comitivas do seu ministério mas ao serviço de empresas privadas. Sem que ninguém se insurgisse.

Curiosamente – coincidência conveniente parte II – estas nomeações só foram tornadas públicas após o acto eleitoral do passado dia 4. O que não se percebe visto que a política de nomeações sem precedentes levada a cabo pelo executivo Passos Coelho sempre foi muito “transparente”: o “enxamear” da Administração Pública foi uma constante desde o início do seu mandato e o homem que não queria ser eleito para dar emprego aos amigos foi tudo menos austero no que a empregos para os rapazes diz respeito. Para memória futura, é seguir este link que encontrei n’Uma Página Num Rede Social. A internet é tramada.

Imagem@We have kaos in the garden

Comments

  1. Ana A. says:

    Ora! Então para que é que serviria a inscrição nos partidos desde os 14 anos, senão para verem uma luz ao fundo do túnel, quando os outros nem túnel vêem?!
    É a sofreguidão para entrar na “carruagem”, quando as portas se estão quase a fechar, passando por cima de tudo e de todos! Tão típico!

  2. Joam Roiz says:

    Os novos “nomeados” vão para a Administração Pública fazer o trabalho de sapa da direita PSD/CDS – boicotarem por todas as formas possíveis e imaginárias o cumprimento das leis do novo governo e da nova Assembleia da República. Comigo a primeiro-ministro era muito simples: recebiam um mês de ordenado e iam imediatamente para a rua. Que recorressem depois aos Tribunais. O País perderia muito menos em eventuais futuras indemnizações do que em mantê-los no seio de uma Administração Pública assim partidarizada. A Democracia para ser real exige uma Administração Pública leal aos representantes eleitos do povo e que funcione ao serviço de todos, independentemente das convicções ideológicas dos seus “funcionários” e dos cidadãos que servem.

    • Nightwish says:

      Não é preciso indemnização nenhuma (e se fosse, agora saiam todos por muito pouco), estão no período experimental, basta dizer-lhes para não voltarem.

    • Sem dúvida que era a atitude mais correcta a tomar. Vamos a ver o que é que vão fazer, pode ser que sejamos surpreendidos. Oxalá.

Trackbacks

  1. […] não agradou aos rapazes de Passos Coelho que ficaram sem tachos. Eles bem tentaram (e conseguiram) nomear algumas centenas de amigos antes de serem despejados, mas já não dá para enxamear a Administração Pública como o vinham fazendo até […]

  2. […] especialistas para o acompanhamento do memorando da Troika. Fragilizado ou não, Passos sobreviveu, e ainda teve tempo de distribuir mais uns quantos tachos antes de ser remetido para o cargo de profeta da […]

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