As nomeações políticas estão na ordem do dia. E se os governantes ontem nomeados parecem ter o seu posto de trabalho a prazo – maldita precariedade, não poupa ninguém – a verdade é que outros, cerca de uma centena, não tiveram igual sorte.
O campeão da distribuição de tachos lugares foi o Ministério da Defesa. O ministro Aguiar-Branco terá concedido a sua bênção a 38 novos gestores públicos, algo que de resto não deve causar grande admiração vindo de alguém que até arranjou bons cargos a antigos assessores em empresas públicas sob a sua tutela. Assessores que posteriormente até viajaram em comitivas do seu ministério mas ao serviço de empresas privadas. Sem que ninguém se insurgisse.
Curiosamente – coincidência conveniente parte II – estas nomeações só foram tornadas públicas após o acto eleitoral do passado dia 4. O que não se percebe visto que a política de nomeações sem precedentes levada a cabo pelo executivo Passos Coelho sempre foi muito “transparente”: o “enxamear” da Administração Pública foi uma constante desde o início do seu mandato e o homem que não queria ser eleito para dar emprego aos amigos foi tudo menos austero no que a empregos para os rapazes diz respeito. Para memória futura, é seguir este link que encontrei n’Uma Página Num Rede Social. A internet é tramada.
Ora! Então para que é que serviria a inscrição nos partidos desde os 14 anos, senão para verem uma luz ao fundo do túnel, quando os outros nem túnel vêem?!
É a sofreguidão para entrar na “carruagem”, quando as portas se estão quase a fechar, passando por cima de tudo e de todos! Tão típico!
Tão PSD!
Os novos “nomeados” vão para a Administração Pública fazer o trabalho de sapa da direita PSD/CDS – boicotarem por todas as formas possíveis e imaginárias o cumprimento das leis do novo governo e da nova Assembleia da República. Comigo a primeiro-ministro era muito simples: recebiam um mês de ordenado e iam imediatamente para a rua. Que recorressem depois aos Tribunais. O País perderia muito menos em eventuais futuras indemnizações do que em mantê-los no seio de uma Administração Pública assim partidarizada. A Democracia para ser real exige uma Administração Pública leal aos representantes eleitos do povo e que funcione ao serviço de todos, independentemente das convicções ideológicas dos seus “funcionários” e dos cidadãos que servem.
Não é preciso indemnização nenhuma (e se fosse, agora saiam todos por muito pouco), estão no período experimental, basta dizer-lhes para não voltarem.
Genial: dar-lhes a provar o seu próprio veneno 🙂
Sem dúvida que era a atitude mais correcta a tomar. Vamos a ver o que é que vão fazer, pode ser que sejamos surpreendidos. Oxalá.